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Aumenta o lobby da Globo e da XP para destravar a Liga dos clubes

Mas enquanto não existir consenso entre todos os clubes das Séries A e B, o projeto vai ficar “rodando em círculos”

atualizado

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1 de 1 libra - Foto: Divulgação

Desde a segunda quinzena de março está em discussão a formação da Liga do Brasil (Libra), uma liga de futebol que, pelo menos no papel, pode mudar o patamar do esporte no país, e, a longo prazo, fazê-lo competir até com os principais torneios europeus.

Mas a Libra ficou emperrada por falta de consenso entre os clubes, a maioria deles contrária ao modelo de negócio que foi apresentado. Segundo esses insatisfeitos, o modelo privilegia os mesmos clubes de sempre, como Flamengo e Corinthians – só para citar os dois de maiores torcidas.

Antes mesmo de ser criada, a Libra tem o apoio de empresas como  XP Investimentos e Alvarez & Marsal. E existem outros grupos interessados em gerir a liga brasileira, como a Codajas Sports Kapital, ligada ao BTG, e a Livemode.

Enquanto se arrasta a discussão entre os principais atores do espetáculo (leia-se: os clubes das séries A e B), aumentou agora um lobby da XP Investimentos e da Rede Globo de Televisão para tentar destravar o debate.

No decorrer da semana, saiu o “Relatório XP Convocados: Finanças, História e Mercado do Futebol Brasileiro em 2021”, mostrando que a receita global dos clubes brasileiros foi de R$ 6,6 bilhões, um crescimento de apenas 1% em relação aos anos anteriores.

Dirigentes da XP plantaram notinhas em colunas importantes da mídia, assegurando que a única saída para a receita dos clubes voltar a crescer seria a implementação da Libra. 

Junte-se a isto uma recente entrevista concedida por Fernando Manuel Pinto, diretor de direitos esportivos da Globo, que – como principal comprador de direitos de transmissões no Pais – está articulando para que a Libra se viabilize o mais rapidamente possível.

“Acompanho essa discussão com atenção e certo otimismo”, disse o diretor global. “Hoje, há empenho dos clubes, uma sinalização da CBF, uma expectativa do mercado. Esse ambiente de discussão e criação das SAFs também ajudou, creio. A Globo mantém diálogo constante com os clubes e quem procura atuar com eles. O futebol é importante para a empresa”.

Apesar do forte lobby em torno dessa discussão, não sabemos se essa estratégia será suficientemente convincente para mudar a opinião de cartolas de clubes como o Athletico-PR e Fluminense, por exemplo, que mantém o firme propósito de não aderir ao movimento.

O fato é que a Libra só será possível com 100% de adesão dos clubes. Sobretudo porque não existe “meia Liga”. É tudo ou nada.

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