A polêmica envolvendo ex-jogadores que viraram comentaristas
Figurões da mídia, como Juca Kfouri e José Trajano, reclamam que “jornalistas têm perdido espaço para ex-jogadores mal preparados”
atualizado
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Toda emissora que se preze tem hoje, em sua equipe esportiva, um ex-jogador de futebol trabalhando como comentarista esportivo. Não é um privilégio apenas do Brasil; isso acontece no mundo inteiro.
Recentemente, na live do programa Cartão Vermelho, os jornalistas Juca Kfouri e José Trajano debateram sobre o assunto e caíram matando:
“Gostaria de deixar claro que nem eu e nem o José Trajano temos traços corporativistas. Nós não defendemos jornalistas por serem jornalistas. Não somos formados em jornalismo. O que nos motiva a ter essa conversa é basicamente o Tita, que jogou no Flamengo. Hoje, ele comenta futebol contratado pela Federação Carioca. É um desastre. Além de ter vícios de linguagem, é absolutamente insuportável”, disse Juca Kfouri.
José Trajano, muito mais incisivo, pegou ainda mais pesado:
“Hoje em dia, o jornalismo está ajudando essa proliferação de ex-jogadores comentando e participando. Isso porque, o jornalismo esportivo deixou de fazer matérias e reportagens. Você liga a TV e é só um bando de homem em volta de uma mesa comentando futebol. Hoje, uma outra novidade dessa área, é a questão das transmissões. O pessoal que é responsável por isso não sei se fizeram pesquisas, mas eles acham mais interessante ouvir e ver ex-jogadores de futebol do que jornalistas, e estão pegando qualquer um”.
Em seguida, Trajano ressaltou que nem todos os ex-jogadores fazem participações ruins ou exercem a função equivocadamente. Mas não se furtou de apontar os nomes daqueles que considera ‘mal preparados’:
“Há vários ex-jogadores que participam e comentam muito bem nas transmissões. Se informam, se preparam, sabem falar, analisam o jogo de uma maneira legal e contribuem. Entretanto, estamos recebendo uma enxurrada de ex-jogadores completamente despreparados, que caem de paraquedas como se pudessem falar qualquer coisa… Eu vou citar três nomes para não ir longe. Temos o Tita, o Muller, e por fim, o último é um aproveitador, que mete a mão em qualquer cumbuca para ver se dá certo, que é o Marcelinho Carioca”.
Em tempo: esta coluna também considera que existem ex-jogadores que deveriam estar em casa, longe do microfone, de preferência com a boca fechada. Lógico que há exceções. Mas cabe aqui a opinião de Pep Guardiola sobre esse assunto: “Alguns ex-jogadores fazem críticas como se eles, na época em que jogavam, fossem perfeitos”, disse o melhor treinador do mundo.
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