Mais casos de manipulações de resultados assustam e causam indignação no futebol brasileiro. No Ceará, a pedido da Federação Estadual, o TJD-CE suspendeu a equipe do Crato de participar de todas as competições organizadas pela entidade.

E no Piauí, o presidente do Flamengo local, Rubens Gomes, ingressará com uma denúncia junto ao Ministério Público e Polícia Civil do Estado, sobre possível envolvimento dos atletas do seu próprio clube, num esquema de manipulação de jogos no Campeonato Piauiense. 

Como já noticiamos nesta coluna, nos últimos tempos houve um aumento substancial no volume de suspeitas na manipulação –– não apenas nos jogos de futebol, mas em diversos outros esportes — notadamente depois  do crescimento dos sites de apostas.

Quem se presta para esse papel que mancha a imagem do futebol e do esporte e geral? Tudo leva a crer que os jogadores são os personagens mais acessíveis aos corruptores. Mas não podemos deixar de levar em consideração que árbitros e auxiliares inescrupulosos também são “agentes” desse negócio que envolve uma cifra astronômica de dinheiro nos quatro cantos do mundo.

Calcula-se que o faturamento global das casas de apostas nos tempos de hoje atinge a soma de € 1 trilhão de euros por ano (cerca de R$ 6,5 trilhões).

Não importa se é um jogo do Campeonato Piauiense, Cearense ou mesmo de uma Copa do Mundo. Como o sistema de apostas é global e online, o que importa para os manipuladores é ter a certeza de que terá o resultado daquele jogo sob o seu controle para ganhar mais e mais dinheiro com essa manipulação.

O Tribunal de Justiça Desportiva do Ceará dá exemplo ao resto do país ao punir o clube manipulador, que deveria ter as suas atividades extintas. Assim como o presidente do Flamengo-PI, num ato de coragem, está agindo corretamente ao “botar a boca no trombone”. 

Não podemos ficar calados diante de algo tão assustadoramente grave para a imagem do futebol e do esporte mundial.