Virginia Fonseca e o marketing do desespero
A estratégia adotada pela influenciadora digital, desde o escândalo envolvendo a sua base, chamou a atenção desta colunista
atualizado
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Desde que Virginia Fonseca resolveu mergulhar na indústria de cosméticos, seguindo os mesmos caminhos de famosas como Rihanna e Bianca Andrade, seu nome raramente tem saído da boca do povo. O que tem chamado a atenção desta coluna, no entanto, é a estratégia de marketing adotada pela influenciadora desde o escândalo envolvendo as falsas promessas e a baixa qualidade da base vendida por ela, por meio da WePink.
O escândalo ao qual nos referimos se deu há pouco tempo, quando a, também influenciadora, Karen Bachini testou o produto em seu canal. A base, vendida pelo preço estratosférico de R$ 200, apresentou resultados muito aquém daqueles esperados para um produto cujo preço é tão superior ao das demais bases da indústria nacional.
A grande polêmica se deu quando o produto não passou no teste de resistência à água. O take do vídeo em que a maquiagem simplesmente derrete no rosto de Karen invadiu o Twitter e viralizou no país em tempo recorde, fazendo da base um verdadeiro motivo de chacota.
Esta coluna tem reparado que, desde o ocorrido, Virginia tem adotado uma estratégia de “marketing do desespero”. Isso porque aqueles que a acompanham nas redes sociais têm se deparado quase diariamente com promoções malucas envolvendo a controversa base e os demais produtos vendidos pela esposa de Zé Felipe.
Em alguns dos casos, na compra de um único item, o consumidor ganha vários outros de brinde. Em outros, o preço cobrado é coberto por um desconto quase inacreditável. A impressão que se tem é que, desde o abalo envolvendo a base superfaturada, Virginia Fonseca tem feito de tudo para queimar o estoque da WePink, ainda que, para isso, precise adotar práticas que lhe arranquem qualquer credibilidade ou legitimidade no mercado.
Não suficiente, a metodologia “sem sentido” de vendas aguça a curiosidade dos fãs e consumidores em potencial, que começam a se questionar sobre quanto, de fato, valem os produtos da celebridade.
Outro ponto problemático está no fato de que, em muitas dessas promoções, a tal base vem como “brinde”. Ocorre que, na prática, trata-se de um famoso “presente de grego”. Dar um produto cuja qualidade é alvo de questionamentos graves e críticas massivas para o consumidor como presente é, na prática, deselegante – para dizer o mínimo.
A queima frenética e desmedida de estoque apenas evidencia como o produto de R$ 200 nunca valeu o preço que lhe foi designado. Trata-se de uma estratégia já conhecida para conseguir mais vendas antes do surgimento de uma crise. Na prática, a discussão em tela é bem mais profunda e assombrosa do que parece. Em um universo de fantasias, luxo e idealizações, Virgínia acaba, sem desejar, abrindo espaço para que comecemos a nos questionar sobre marketing falacioso, consumo irracional e superfaturamento de produtos.
O “marketing do desespero” de Virginia Fonseca aparenta, ao menos em um primeiro momento, ser produto da criatividade – e falta de conhecimento e experiência – da própria loira. A verdade é que a estratégia usada é tão problemática e questionável que se torna espinhoso e penoso acreditar que uma experiente equipe de publicidade e propaganda está por trás das últimas ações da influenciadora. A falta de infraestrutura e planejamento é assustadora quando levamos em conta a magnitude do império da nora de Leonardo.
Virginia continua a ser um fenômeno das redes sociais, movendo multidões por onde passa e acumulando uma fortuna impressionante com tão pouca idade, sendo inquestionável que uma boa parte dela tem como fruto sua atuação no mundo da beleza. Contudo, no mundo dos cosméticos, ela tem dado sinais alarmantes que nos levam a questionar até quando a influenciadora digital permanecerá no meio.
Enquanto Bianca Andrade se destaca pela longevidade e solidez da Boca Rosa Beauty, a WePink pode entrar para história como um sonho que rendeu milhões, mas que se esvaiu com a mesma rapidez que a base de Virginia Fonseca quando é molhada.