Vídeo: “Via como um remédio”, diz Sérgio Hondjakoff sobre a cocaína
Ator conversou com Rafael Cotta, no podcast Barbacast, e falou sobre os efeitos do entorpecente em sua vida pessoal e profissional
atualizado
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Desde que saiu de sua última internação em uma clínica de reabilitação, Sérgio Hondjakoff, eternizado como o Cabeção de Malhação, não foge das perguntas sobre o tempo em que esteve viciado em drogas. No último fim de semana, o ator deu uma entrevista ao podcast Barbacast, comandado por Rafael Cotta, e abriu seu coração sobre o efeito dos entorpecentes em sua vida. No bate-papo, ele contou como a cocaína afetava o seu dia a dia.
Logo de cara, ele contou que criou uma crença de que todos os atores de sucesso usavam algum tipo de droga: “A gente escuta muito falar da glamourização da cocaína, dos anos 80, da vênus platinada. E essas histórias acabam que entram no inconsciente e gera uma crença distorcida. E eu tive momentos, no passado, quando eu tava na Malhação, um pouco depois, eu comecei a achar que todo mundo era doidão, que todo mundo fazia uso, a admirar tal ator e achar que ele usava também”, começou ele.
Em seguida, Sérgio relatou ter se deixado levar por essas crenças e revelou os efeitos da droga: “E comecei a ter essas crenças distorcidas e a cocaína tem esse problema: eu usava, me olhava no espelho e me achava lindo, me achava perfeito, pronto pra qualquer cena. Podia ser uma cena dramática, cômica, eu tava focado, estimulado, lembrando das palavras, sem o déficit de atenção, com o sistema de alerta funcionando bem e, ao mesmo tempo, conseguindo me emocionar de verdade, com lágrimas nos olhos”.
E continuou: “Na época, eu me deslumbrei com isso e pensei: ‘É um santo remédio’. Eu via a cocaína como um remédio. É uma droga ilícita, carmática, é um ato infracional, é proibido usar, mas mesmo assim na época eu pensei que valia a pena correr esse risco porque eu achava muito funcional na minha vida, pro meu ofício”, afirmou.
Sérgio Hondjakoff avaliou, então, que se sentia bem no trabalho, mas não na vida pessoal: “E fui por esse caminho. Só que eu não entendia porque uma coisa que ao mesmo tempo que me aproximava tanto do caminho certo, também me afastava muito. Porque, no âmbito social, eu só tinha insucesso. Quando eu usava cocaína, ninguém me olhava no olho, ninguém conseguia ficar me olhando no olho como você tá agora. As pessoas já desviavam o olhar, tinha uma coisa que me incomodava muito, a falta do olho no olho”, declarou ele.
E o ator seguiu com sua avaliação: “”Era faca de dois gumes. Eu usava a parada pra fazer algum trabalho, me achava bonito, inteligente, falando as coisas na velocidade maneira, lembrando de tudo o que queria falar sem gaguejar. Só que, aí, por outro lado eu não conseguia fazer aquela amizade, aquele ciclo social. Era como se as pessoas percebessem que eu não tava puro”.
Por fim, ele contou que sentia como se todos soubessem que ele estava drogado: “Dá vontade de sentir pena dessa pessoa que precisa de um artifício, de uma droga, de um subterfúgio pra realizar um ofício que nem é tão difícil assim”, garantiu.