Vídeo: humorista Fábio de Luca defende Léo Lins e é detonado na web
Colega de profissão resolveu usar seu Instagram para falar sobre a retirada de um show do YouTube, determinada pela Justiça de São Paulo
atualizado
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Não é de hoje que Léo Lins é criticado por suas piadas e afirma que é vítima de censura. Após saber que o colega de profissão teve um pedido de retirada de um show do YouTube, aprovado pela Justiça, Fábio de Luca resolveu se pronunciar e defender o humorista, mas acabou detonado pelos internautas. Em um vídeo, postado em seu Instagram, ele afirmou que piada é piada.
“É um absurdo, é inadmissível, é inconstitucional, é fora da lei, tá tudo errado. Tem uma galerinha, grande, que tá aproveitando a defesa que muitos de nós temos feito em relação a isso. Se posicionar contra um tipo de piada, teor de piada, fazer campanhas ou processar, se for preciso, isso é parte do jogo, sempre foi. Mas piada é piada. Eu, Fábio Porchat, qualquer um dos nossos colegas, humoristas e atores, durante esses anos se posicionaram em algum momento contra algum tipo de trabalho por ferir, de maneira imprudente, alguma minoria, alguma coisa, é natural”, começou ele, antes de continuar:
“Agora, censura, não! Eu tenho todo o direito e posso protestar contra o trabalho artístico de alguém, falar contra, colocar meus argumentos. Assim como Léo Lins tem todo o direito e pode fazer a arte que ele faz, como humorista, as suas piadas que ele considera, que são boas, que estão dentro do seu estilo, faz parte. Agora, o estado patrocinar a censura prévia antes de rolar, não!”, disparou.
Em seguida, Fábio analisou: “Pra mim, o limite do humor é o limite do bom senso do humorista, do artista, do trabalho”, declarou. Após a postagem do vídeo, ele foi detonado por seu seguidores, que encheram a publicação de comentários e críticas:
“Piada é uma coisa, racismo, capacitismo e homofobia são crimes e estão sujeitos às penalidades da lei.. Não existe ‘arte’ nenhuma nisso.. Falta de maturidade é relativizar esse tipo de assunto”, afirmou um. “Fábio, precisamos separar o que é censura do que é combate ao crime”, alertou outra. “Não é censura. Ele cometeu um crime e foi devidamente punido! Estou super de acordo com a decisão 👏🏼👏🏼👏🏼”, definiu uma terceira.
Após tomar conhecimento de todos os apontamentos dos internautas, Fábio gravou um outro vídeo para se defender: “Lógico, gente, que racismo é crime. Não pode, ninguém tem o direito de promover o racismo, ser racista na sua piada. Isso tá na lei, então o que tem que fazer? Tem que processar, tirar do ar, sim”, declarou, antes de seguir.
“Minha questão é que, dentro dessa mesma sentença, já estão impedindo, previamente, de falar de determinados temas. Como é que pode isso? Como se pode impedir um artista, seja quem for, de falar sobre um tema, de emitir opinião?”, questionou.
Ele, então, voltou a falar de censura: “Meu problema é com a censura prévia. Esse silenciamento não funciona e nunca funcionou. A coisa tem que acontecer pra haver debate. Fez um show racista? Tira do ar, processa, prende, paga indenização, sei lá. É só isso, não é tão difícil de entender”, avaliou.
Entenda o caso
A decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) atende a um pedido do Ministério Público de São Paulo, que alegou que o Leo Lins estaria “reproduzindo discursos e posicionamentos que hoje são repudiados”, como piadas sobre escravidão, perseguição religiosas e pessoas com deficiência.
O tribunal ainda determinou que Lins apague de seu canal no Youtube um vídeo publicado no final de 2022 que contava com mais de 3 milhões de acessos. Solidário a Leo Lins, Fábio Porchat compartilhou reportagem sobre o processo e disparou: “Isso aqui é uma vergonha! Inaceitável!” e também foi bastante criticado nas redes sociais.
O pedido da Justiça dividiu opiniões. “Achei foi pouco. Piada com minorias nos dias em que vivemos não dá pra aturar mais. É sempre um hetero branco defendendo essas coisas. Achei bem feito! Kd aquele seu discurso sobre “não precisamos rir das minorias”? Foi pra parecer legal? Decepção, Fabio”, escreveu a drag queen Pietra Parker.
“O ano é 2023. Tem piada que hj em dia é inaceitável. Dá pra ser engraçado sem ofender ninguém. A ofensa e o palavrão são muletas fáceis para humoristas ou comediantes sem talento, apelativos”, opinou uma internauta.
Também teve internauta que resgatou vídeos em que Fábio Porchat critica piadas preconceituosas. “Tua cara nem treme né?”, questionou um usuário do Twitter.
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