Vídeo: figurante afirma ter sido contaminado com sarna na Record TV
Daniel Apolloh conversou com a coluna, com exclusividade, e desabafou sobre a falta de assistência da emissora no decorrer dos trabalhos
atualizado
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Em busca do sonho de ganhar um papel principal na televisão, muitos atores iniciantes se aventuram na figuração. Mas o que muitos não imaginam é que as pessoas contratadas para fazer “número” nas cenas podem passar por alguns perrengues sérios, que colocam a saúde em risco. Após revelar o descaso com a alimentação dos contratados, a coluna descobriu que alguns figurantes da Record TV estão sofrendo com problemas de pele.
Daniel Apolloh conversou com esta colunista que vos escreve, com exclusividade, e relatou tudo o que vem passando depois de ser diagnosticado com sarna, segundo ele, adquirida por usar os figurinos da emissora. Ele gravou um vídeo para explicar a situação para os leitores.
“Estou aqui só para mostrar pra vocês que o que a Blogueirinha perguntou para a Preta Gil, se ela já pegou sarna com os figurinos da Record, tem contexto? Tem contexto. Aquele ex-ator do Castelo Rá-Tim-Bum [Cássio Scapin] também falou que pegou, né? E isso daqui tá pelo meu corpo todo”, desabafou ele, mostrando o cotovelo cheio de lesões.
O rapaz ainda continuou: “E foi diagnosticado como sarna devido à gravação em fazenda, com animais. O médico perguntou pra mim: ‘Você grava com porco, essas coisas assim?’. Eu falei: ‘Não, a gente não grava, mas como a gente é tratado como m*rda, é obrigado a rolar no chão'”, afirmou.
Em seguida, Daniel relatou que não recebeu qualquer apoio da Record TV: “Não deram pomada, não dão assistência, não dão nada. Tá todo mundo assim, ó. Acho que 90% dos figurantes já pegaram [sarna]”, declarou ele, que estava gravando Reis e contou ter procurado a emissora para falar sobre o problema de pele, mas recebeu um “isso é normal, novela de época é assim” como resposta.
O figurante ainda aproveitou para pontuar as diferenças de tratamento entre as duas maiores emissoras: “A Globo dá sempre assistência quando vamos gravar lá. Quando acaba a gravação, deixa a gente na porta de casa. A Record deixa a gente no meio da Avenida Brasil, de madrugada. Já tive que andar seis quilômetros para pegar um ônibus e tentar chegar em casa. É um descaso, um absurdo”.
Em outra gravação, o rapaz afirmou ter quebrado seu telefone com um golpe de espada que recebeu de outro profissional: “Como lá não temos armário individual para nossas coisas, coloquei o telefone no colete. Lá, temos que fazer papel de dublê. Se a gente bate fraco com a espada no outro, eles chamam a atenção. Falam ‘anda, estão brincando de espadinha? Bate forte’. Então, o garoto pegou, no meio da guerra, e deu um porradão no meu colete e quebrou”, detalhou.
E continuou: “Não falaram em consertar meu telefone porque afirmam que é responsabilidade nossa, que não devia ter levado para o set. Só que não tem onde guardar as coisas. Nossas mochilas são enfiadas no mesmo armário, socam tudo junto, quebram as coisas. Às vezes roubam as nossas coisas porque todo mundo tem acesso. Nem a chave do armário onde estão nossas coisas, temos”.
Ainda durante o bate-papo, Daniel enviou uma pesquisa feita no grupo de figurantes sobre o tratamento da Record. Algumas pessoas relataram ter comigo alimento estragado e usado roupas sujas, além de relatarem ter sido infectado com alguma doença após trabalhar por lá.
Ao ser questionado como se sente ao ser tratado dessa forma, Daniel relatou que tem sido ameaçado por perfis fakes nas redes sociais para que não faça as denúncias e disse estar morando de favor na casa de amigos.
“Eu tenho depressão e ansiedade, e estou sem assistência médica, sem trabalho, tô morando com os outros, vivendo de favor. Minha vida tá um inferno, tem perfis fakes me ameaçando, mandando que eu pare de falar”, apontou.
Na sequência do desabafo, ele relatou que já tentou contra a própria vida e ficou internado por um ano depois desse episódio: “Eu entrei pro meio da arte pra distrair a minha cabeça, porque sempre foi meu sonho. Sempre ameia a televisão, só que não sabia que os bastidores era isso”, disse, antes de completar:
“Não faço acompanhamento psicológico porque não tenho ânimo pra sair de casa. Tenho 19 anos e não saio nem pra beber, me divertir. Por enquanto, estou aqui: sem rumo e sem trajetória”, lamentou Daniel.
A coluna procurou a emissora para comentar o caso, mas não recebeu um retorno até o fechamento da nota. Assim que for feito, a matéria será atualizada.