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Vídeo: ex-repórter da Record denuncia assédio na Prefeitura do Rio

Cristina Cruz soltou o verbo nos stories do Instagram, na terça-feira (4/6), e revelou estar fazendo terapia por conta da situação que viveu

atualizado

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Instagram/Reprodução
Cristina Cruz posa durante trabalho na Prefeitura - Metrópoles
1 de 1 Cristina Cruz posa durante trabalho na Prefeitura - Metrópoles - Foto: Instagram/Reprodução

A noite de terça-feira (4/6) foi repleta de desabafos e denúncias. A ex-repórter da Record Cristina Cruz soltou o verbo os stories do Instagram e afirmou ter sido vítima de assédio sexual e moral dentro da Prefeitura do Rio.

No forte relato da jornalista, ela disse estar com depressão, contou que uma chefe afirmou que ela estava “dando tiuti” e mostrou que se urinou por conta das situações que passou no trabalho.

“Hoje eu estou, novamente, na cama, após uma mulher do meu trabalho dizer o seguinte: ‘Não me traga seus problemas, você vive tendo tiuti’. Após isso, eu surtei e fui direto pro hospital. Hoje mal consigo me levantar e uma equipe médica está chegando aqui em casa”, começou ela.

E continuou seu relato: “Não se trata uma pessoa em depressão assim. Mas ela é chefe, tem poder. E eu, apenas uma ex-funcionária. Porque eu não piso mais lá nem por decreto. Depressão não é ‘tiuti’. E amanhã você vai receber o laudo que você me pediu pra provar que eu tenho tiuti, fique tranquila”, garantiu.

Em seguida, Cristina Cruz revelou o que causou o agravamento de sua crise depressiva: “Só mais um detalhe: eu estava há duas semanas na cama, dividindo com vocês tudo sobre depressão. Ontem, eu tirei força nem sei de onde pra ir trabalhar. Não foi fácil, foi muito difícil. Eu chorava, me tremia, tinha medo. E, na parte da tarde, tudo isso aconteceu e essa ‘chefa’ conseguiu me colocar de volta na cama. Isso se chama crueldade”, analisou.

Logo depois, ela desabafou: “Eu não vou me calar, afinal sou uma simples jornalista. Não tenho medo de vocês, ‘chefes, poderosos, políticos’. Eu não tenho p*rra nenhuma a perder. No máximo, volto pra casa dos meus pais no Espírito Santo, que me amam. Já vocês…”, escreveu.

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Na sequência, a jornalista contou que está fazendo terapia e tratamento psiquiátrico: “Obrigada prefeito Eduardo Paes, pela Clínica da Família. Todo meu tratamento está sendo feito por lá. E hoje acabei de receber uma equipe em minha casa, porque estou bem mal. Amanhã tenho psiquiatra no Caps. Obrigada aos agentes de saúde por cuidarem tão bem de mim e entenderem que realmente depressão não é ‘tiuti'”, disparou, antes de completar:

“Já fui chamada de ‘louca’, porque a mulher sempre é a louca. E não vou morrer por causa desses homens desgraçados. Não podia abrir a boca porque senão eu ia perder meu emprego, mas agora não trabalho mais na prefeitura. Agora eu só quero Justiça! Quantas vezes ouvi essa frase em minhas matérias na TV?? Infinitas. Agora eu quero Justiça”, detonou.

Ao mostrar a foto do dia que se urinou dentro da Prefeitura do Rio, ela questionou: “Quanto vocês acham que dói expor isso??? Quanta vergonha??? Esse cara espalhou pra prefeitura que eu era louca. Hoje ele é candidato a vereador da cidade. Duas funcionárias me levaram para o hospital, onde fiquei sozinha e voltei para casa de Uber. Foi aí que minha depressão começou. E depois as coisas só pioraram”, contou.

Cristina Cruz disse que vai atrás dos seus direitos: “Mas como não sou mais funcionária da prefeitura, vou poder lutar por Justiça sem medo de perder meu emprego. As pessoas não fingem depressão, elas fingem estar bem!!! 17 anos no Rio, pela primeira vez fico desempregada”, pontuou.

E encerrou: “A mulher assediada, após abrir a boca e denunciar, ao invés de ser tratada como vítima, ela vira um perigo!! Seja assédio moral ou sexual, nunca mais consegue emprego, por mais que seja ótima profissional”, lamentou.

Em nota, a Secretaria Municipal de Integridade, Transparência e Proteção de Dados informou que recebeu a denúncia, direcionando-a para o órgão responsável: “A apuração interna tem caráter sigiloso e ainda está em curso”, garantiu o órgão.

Jornalista demitida após assédio de diretor da Record

Rhiza Castro, ex-apresentadora da Record News, gravou um vídeo, em outubro do ano passado, onde revelou ter sido assediada por um diretor da emissora. A jornalista contou que, dois dias após fazer a denúncia no RH, acabou desligada da empresa. Segundo ela, o profissional é casado e a esposa dele também trabalha na casa.

Devido a situação, Rhiza contou que decidiu acionar a Justiça e moveu dois processos, sendo um trabalhista contra a Record e um criminal contra o diretor.

“Hoje venho usar as redes sociais para falar de um assunto muito triste pra mim. A minha saída da empresa em que trabalhei como apresentadora em vários jornais em rede nacional. Eu sofri assédio sexual e retaliação por não ceder, no período de quase um ano. Quando eu já não tinha mais saúde para suportar o terror que estava vivendo, decidi denunciar o caso ao RH. Resultado: fui demitida dois dias depois da denúncia”, contou ela.

E completou: “Com isso, estou movendo um processo trabalhista contra a empresa e criminal contra esse monstro que me assediou, na maior cara de pau, sem nem se sentir inibido com a esposa trabalhando no mesmo local. Não aceitem isso! Não ao assédio”, escreveu.

A coluna soube que Rhiza ganhou em partes o processo trabalhista, mas ainda cabe recurso. Já no caso da ação criminal, o diretor fez um acordo de transação penal, no qual o acusado aceita cumprir pena antecipada de multa ou restrição de direitos e o processo é arquivado. Os processos estão em segredo de Justiça.

Procurado pela coluna, o advogado Thiago Anastácio, que representa a jornalista, disse que: “A Justiça do Trabalho afirmou, por sentença, que Rizha sofreu assédio sexual. A Justiça criminal, por questões de política criminal, tem legislação que permite a suspensão do processo caso o acusado pague para não ser processado. E ele pagou. Fica a lição, por mais que a defesa do acusado tenha afirmado que os graves fatos que caracterizaram o assédio fossem brincadeiras aceitáveis no ambiente de trabalho, eles não são aceitáveis! Que a empresa e a sociedade em geral entendam que o que antes era uma brincadeira de homens toscos, velhacos, agora é ilícito grave”.

Já a Record, não se pronunciou sobre o caso envolvendo a jornalista.

 

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