Criada sem o pai: web resgata história de Rebeca Andrade; vídeo
A ginasta, que ganhou a medalha de prata na quinta-feira (1º/8), contou sua história no Faustão, na Band, no ano passado
atualizado
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A história de vida de Rebeca Andrade voltou a ser assunto nas redes sociais após a ginasta brasileira conquistar a sua quarta medalha olímpica, na quinta-feira (1º/8). Assim que a vitória foi anunciada, os internautas resgataram uma homenagem que a atleta recebeu no Faustão, na Band, no ano passado.
Na época, ela falou sobre a ausência do pai em sua criação e a saída de casa aos 10 anos, ao se mudar para Curitiba e correr atrás de seus sonhos. Emocionado, Ricardo Andrade apareceu em frente às câmeras para falar sobre a filha.
“O que eu posso dizer sobre a Rebeca é que não sou só o pai dela, mas também fã número um. Lembro dela quando pequena, quando ela se colocou à disposição de entrar nesse meio da ginástica, ela se dedicou muito e quebrou muitas barreiras invisíveis, que agora ajuda muito essas meninas, aqui do Vila Fátima (bairro em que morou), poderem acreditar que têm coindição também de vencer nas dificuldades da vida”, afirmou ele.
E completou: “Eu e a mãe dela não demos certo, como muitos casais. Mas, graças a Deus, todos eles (os filhos) tiveram uma boa educação, muito amor, muito carinho, muita proximidade com a família. Não só a Rebeca, mas meus filhos sempre foram muito cabeça, mesmo com pouca idade”, elogiou.
Chorando, o pai da jovem enviou uma mensagem para ela: “Você sabe que o pai é só coração, né? Fico até emocionado de falar sobre você nesse momento. Nesse tempo todo em que não estivemos juntos, mas a única coisa que peço a Deus é que continue te abençoando, que continue na sua trajetória porque ela será de muitas, não vai parar em você. Você vai dar fortalecimento para estas que vão chegar”, encerrou
Após contar que saiu de Guarulhos, São Paulo, onde nasceu, e se mudou para Curitiba aos 10 anos para se dedicar ao esporte, Rebeca falou sobre a distância do pai e, depois, de todos os familiares: “Meu pai é meu pai e nunca vai deixar de ser meu pai, eu amo muito ele, tenho um carinho enorme e lembranças muito boas com ele, mas como eu saí muito cedo de casa, a convivência, não só com ele, mas com a minha mãe e meus irmão também, ficou mais distante”, recordou, antes de desabafar:
“A distância é muito dolorida, sim, mas minha família sempre se fez muito presente. É que meu pai não acompanhou tanto essa parte do esporte porque ele não estava tão próximo. É por isso que eu falo mais da minha mãe e dos meus irmãos, eles acompanharam mais todo esse processo do meu início até o dia de hoje”, relatou.
No fim, Rebeca se mostrou grata ao apoio que sempre recebeu: “Mas sou muito grata muito pelos pais e pela família que eu tenho, mesmo com as dificuldades que a gente passou. Eu acho que faz parte, muita gente vive muitas coisas e eu sou uma pessoa feliz, saudável, decidida, resolvida, com muita gente que me ama e é o que desejo para todo mundo também”, encerrou.
Batalha com Simone Biles pelo ouro
Rebeca Andrade travou duro duelo com Simone Biles e levou a medalha de prata em final decidida na última rotação da ginástica. Em apresentação cravada no solo, a norte-americana garantiu o ouro no detalhe. Campeã em Tóquio 2021, Sunisa Lee ficou com o bronze, assegurando a dobradinha estadunidense no pódio.
Com o resultado, Rebeca Andrade se tornou a maior medalhista olímpica feminina da história do Brasil. A brasileira ainda disputa outras três finais na Bercy Arena, antes de se despedir das Olimpíadas de Paris. Flávia Saraiva ficou com a 9ª colocação.
A maior atleta olímpica da história
Após embate fenomenal contra Simone Biles na Bercy Arena, Rebeca Andrade levou a medalha de prata e traz um recorde histórico para casa. Em Paris, a ginasta brasileira conquistou um bronze e uma prata, na final por equipes e individual geral, respectivamente, e se tornou a maior atleta olímpica da história do Brasil.
Rebeca já havia igualado o recorde da jogadora de vôlei Fofão e da judoca Mayra Aguiar, na última terça-feira (30/7). O bronze inédito na final por equipes fez com que a ginasta chegasse à terceira medalha olímpica, mesmo número das duas atletas.
Magnânima, a ginasta é a maior medalhista olímpica mulher da história do Brasil após o pódio de quinta-feira (1°/8). Com a prata no individual geral, Rebeca chegou a quatro medalhas olímpicas, ultrapassando a marca de Fofão e Mayra Aguiar.
Marca inédita
Em Paris, Rebeca ainda disputa três finais por aparelho na ginástica artística feminina e tem chances de pódio em todas as categorias a serem disputadas. Caso leve a medalha em pelo menos uma das três decisões, a ginasta pode igualar o recorde geral brasileiro de maiores medalhistas olímpicos.
Se subir ao pódio em mais duas ocasiões, Rebeca se tornará a atleta brasileira mais condecorada da história das olimpíadas. Até o momento, o recorde pertence aos velejadores Robert Scheidt e Torben Grael, com cinco medalhas olímpicas para cada.