Vídeo: “A Praça é minha”, dispara Carlos Alberto sobre ser substituído
O apresentador do SBT participou de um podcast na quarta-feira (17/7) e falou sobre a possibilidade de deixar o comando do programa
atualizado
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Falou em A Praça é Nossa vem a imagem de Carlos Alberto de Nóbrega sentado no banco, lendo jornal. E durante sua participação do podcast Flow News, comandado por Carlos Tramontina, o apresentador do SBT falou sobre a possibilidade de ser substituído.
“Se alguém da direção do SBT falar assim: ‘Carlos, vai dar uma descansada e vamos colocar fulano lá no banco’. O que você fala?”, questionou Tramontina, que foi rebatido imediatamente: “Peço demissão e vou embora. Aquela Praça é minha, ninguém põe a mão”, afirmou Carlos Alberto.
Em seguida, o apresentador do podcast questionou: “E ela é sua porque era do seu pai?”. Sem papas na língua, o entrevistado afirmou: “Por merecimento, modéstia à parte. Porque meu pai morreu muito cedo. Eu tenho mais anos de televisão do que meu pai teve de vida. Por isso não gosto de comparar A Praça da Alegria com A Praça É Nossa. Ele fez por 14 anos o programa, eu estou fazendo há 37”, pontuou, antes de completar:
“Então, modéstia à parte, o mérito é meu. Eu briguei, eu escolho o comediante, eu faço teste, lancei uma porção de gente. Essa garotada toda que tô criando, tô botando [no programa], eu tenho um carinho louco por eles, eu brigo por eles”, disse.
Carlos Alberto de Nóbrega também falou sobre a troca de apresentadores: “Então, ninguém faria, nem meu filho faria com o amor [que eu tenho]. Porque tem que ter amor àquilo que você faz. Eu tenho tesão por trabalhar. Eu quando saio de casa, eu não vou trabalhar, eu vou fazer A Praça”, definiu.
Em outro momento do bate-papo, o apresentador recordou os momentos difíceis que passou durante a pandemia do coronavírus, período no qual ficou impedido de ir ao SBT, e contou que na época teve o primeiro desentendimento com um dos diretores:
“Na pandemia, foi a primeira vez, que eu me lembre, dos 37 anos de carreira, que eu dei uma dura no diretor da emissora. Porque eu tava louco pra voltar, mas o Silvio não deixava. Ele proibiu a minha entrada no SBT (risos)”, recordou.
E continuou: “Eu comecei a gravar dois quadros na porta de casa e esse diretor disse: ‘Carlinhos, vamos fazer uma coisa, vamos pegar uma pessoa…’. Eu falei ‘nem termina. Essa Praça é minha. Ninguém vai sentar nesse banco'”, encerrou.
Carlos Alberto revela o motivo da saída de Eliana do SBT
Aos 88 anos e com 70 de carreira, Carlos Alberto de Nóbrega soltou o verbo durante uma entrevista publicada pela Folha de S. Paulo no mês passado. No bate-papo, o apresentador de A Praça é Nossa revelou o motivo de Eliana estar saindo do SBT, e ainda criticou a TV Globo e a chegada dos influenciadora às telinhas.
“É uma pena. Ela [Eliana] saiu por motivos sobre os quais tinha razão. Eu faria a mesma coisa. Sempre falei para o Silvio que por dinheiro eu não sairia do SBT, mas se pisassem no meu pé, sim”, afirmou ele.
Carlos Alberto ainda garantiu que a colega de emissora, que encerra seu contrato de 15 anos com a emissora de Silvio Santos nos próximos dias, ainda não definiu seu destino: “Eliana não vai para a Globo ainda, isso eu garanto. Somos amigos. Ela está estudando as possibilidades. Para a Record é que não vai. Nem para a Band”, revelou.
A respeito das mudanças sofridas no SBT desde que o “patrão” [como Silvio Santos é chamado] se aposentou, o apresentador apontou o esforço de Daniela Beyruti, terceira filha de Silvio, que assumiu a empresa:
“Daniela quer a juventude, os influenciadores, e está pagando caro, porque a audiência cai. Mas pelo menos há uma qualidade: ela está tentando. Seria péssimo se continuasse com a política do pai. A troca foi muito rápida, mas necessária. Tinha que dar uma sacudida. Daniela tem que pegar essa Virginia [Fonseca] e botar a cara para bater. Se está dando três pontos de audiência, depois vai dar cinco ou seis”, analisou.
Mesmo dizendo que o SBT tem que “dar a cara para bater” com os influenciadores, ele ainda tem um “pé atrás” com as novas contratações: “Cada macaco no seu lugar. A televisão está precisando de caras novas, mas uma coisa é você estar na sua casa, dançando, brincando, dizendo ‘eu uso esse produto’. Outra coisa é segurar duas horas de programa”, completou.
E se Carlos Alberto de Nóbrega opinou sobre a empresa para a qual trabalha, imagina senão falaria da concorrência. Para o veterano, a TV Globo está “indo para um caminho horrível” após ter acabado com o núcleo de humor, anteriormente comandado por Marcius Melhem, desligado depois de ser acusado de assédio.
“Fazer uma pessoa rir é muito difícil. O humor da Praça vai acabar. A Globo, com essa maldita mania de ser radical, está preocupada em mostrar um Brasil triste. Agora só fazem seriados violentos, com estupros. Chega o que a gente vê na rua”, disparou ele.
Sobre Marcius Melhem, o apresentador acredita que ele seria uma boa aquisição para seu programa, mas não fez o convite: “Agora parece que é tudo mentira. Ele vai se livrar de todas essas acusações. Ele foi julgado e condenado por todo mundo, e isso é sacanagem”, reclamou.
Carlos Alberto também lembrou uma treta que arrumou dentro do SBT quando revelou em uma entrevista que Silvio Santos — ausente há dois anos — provavelmente não voltaria ao trabalho.
“Ele ficou louco da vida. Teve um B.O. danado na empresa. Foi proibido qualquer pessoa falar sobre a vida dele. Aquilo foi para mim. Só que ele não podia falar direto a mim por questões óbvias, né? Temos 70 anos de amizade”, pontuou.
O apresentador afirmou sentir falta do chefe e amigo: “Meu carro ficava ao lado do dele no SBT. Era o meu, o dele e o da Hebe, que nunca ia. Quando chego e vejo aquela vaga vazia, me bate uma saudade”, declarou.
Em seguida, Carlos Alberto contou que, provavelmente, essa seria a última entrevista que daria a algum veículo de imprensa.
“É meio antipático o que vou falar, mas a entrevista de hoje pode ser a última que eu dê. Porque três gerações já me conhecem, então não tem mais o que perguntar para mim. Sou obrigado a ir em podcasts ou receber vocês em casa para falar de coisas que já estão cansados de saber”, apontou.
Ele ainda relatou não temer a morte: “Não tive medo de morrer. Nem na Covid nem na queda [que sofreu em seu sítio no fim do ano passado]. Alguma coisa me dizia que ia acabar em pizza”, brincou.
E concluiu: “Meu medo era ter um AVC. Essa seria a única coisa que me faria parar de trabalhar. Cara, eu quero viver, não quero ficar no sítio esperando a morte”, encerrou.