“Sou muito privilegiado”, diz Felipe Folgosi sobre carreira artística
O ator conversou com a coluna com exclusividade e falou sobre o sucesso de seu novo longa-metragem, Rodeio Rock, disponível na Netflix
atualizado
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Que Felipe Folgosi tem uma carreira de sucesso nas telinhas, com passagens pela TV Globo e Record, todo mundo sabe. Mas algumas pessoas podem não conhecer o lado escritor do ator.
Em um bate-papo exclusivo com a coluna, Felipe Folgosi falou sobre suas criações como roteirista, o sucesso nas novelas, o reconhecimento do público e o seu mais novo feito: o longa-metragem Rodeio Rock, que está disponível na Netflix.
Durante a conversa, o ator falou sobre sua versão por trás das câmeras. Ele é o responsável pela trama da comédia romântica estrelada Lucas Lucco e Carla Diaz, que está bombando na plataforma de streaming.
Veja a entrevista completa
Como surgiu seu lado roteirista? Sempre foi uma vontade escrever para cinema?
Escrevo desde a adolescência, contos, peças de teatro e roteiros para cinema, o que me levou a fazer faculdade de cinema. No ano 2000, ganhei o Concurso Nacional de Dramaturgia, promovido pelo Ministério da Cultura, que me incentivou a morar dois anos em Los Angeles (EUA), estudando roteiro na UCLA [Universidade da Califórnia]. Quando retornei ao Brasil, comecei a escrever vários roteiros, que passei primeiro a adaptar para quadrinhos, até ter meu primeiro roteiro filmado, o Rodeio Rock.
O longa Rodeio Rock traz ao público os ônus e os bônus da carreira artística. Você baseou em experiências próprias?
Sim, alguma das experiências que tive ao lidar com o fato de me tornar conhecido, mas muito do que vi no meio artístico de forma geral. Ao longo dos anos, percebi que as pessoas tinham muita curiosidade sobre tudo que envolve a carreira, como exposição, fama, cobrança, sucesso e fracasso, mas sem ter acesso ao outro lado, de quem está passando por isso, muitas vezes lutando para manter sua integridade artística e pessoal. Hoje em dia, com as redes sociais é mais fácil o artista ter um contato direto com o público, mas quando comecei, 35 anos atrás, muitas vezes tanto a emissora, como a imprensa e até os fãs criavam uma imagem que não necessariamente condizia com a verdadeira essência do artista.
Seu trabalho com HQs [histórias em quadrinhos] também ganhou espaço no mercado, são 7 volumes. Pretende levá-los para o audiovisual?
São quase 10 anos desenvolvendo esse trabalho, que me deixa extremamente feliz não só pela realização pessoal, afinal de contas cresci lendo quadrinhos, mas por poder contribuir pela difusão do quadrinho no Brasil, não só para crianças, mas para todas as idades e também como uma ferramenta educacional no estímulo à leitura. Já lancei 7, a trilogia Aurora, Chaos e Omega, e as histórias independentes Comunhão, Um Outro Dia, Knock Me Out e o mais recente, Lambo. No momento, estou produzindo o oitavo, com previsão de lançamento ainda em 2024. Pretendo que todos sejam levados às telas em breve!
Na vida real, você foi um galã de televisão que não passou pelos ônus de escândalos públicos e mantem uma imagem positiva até hoje. Passar ileso é difícil ou foi um caminho natural?
Ser protagonista de novelas de sucesso traz muitas coisas positivas, mas também algumas armadilhas que cabe a cada um identificar. O problema é que, geralmente, a inexperiência e imaturidade fazem com que muitos artistas acabem caindo nas armadilhas, às vezes com graves consequências. Como todos somos falhos e suscetíveis ao erro, creio que a educação que recebi dos meus pais, somado com o que aprendi com colegas mais experientes em como conduzir a carreira e, principalmente, minha fé em Deus fizeram com que eu errasse menos.
Sua carreira acumula quase 30 contribuições entre obras de televisão e cinema. Quais foram os mais importantes pra você?
Sou muito grato por ter feito trabalhos que estão na memória de algumas gerações, tanto na televisão, como no teatro e no cinema. Dividindo por décadas, posso citar, nos anos 90, meu trabalho de estreia, a minissérie Sex Appeal e meu primeiro protagonista, o Alef, na novela Olho No Olho, que marcou uma geração, fazendo com que, volta e meia, eu encontre um rapaz chamado Alef porque a mãe era fã da novela. Ainda nos anos 90, estreei a peça Qualquer Gato Vira-Lata, onde tive o privilégio de ser dirigido pela saudosa Bibi Ferreira, com o texto incrível do Juca de Oliveira. O espetáculo fez tanto sucesso que fiquei 5 anos em cartaz, fazendo mais de mil apresentações, com mais de um milhão de espectadores. Nos anos 2000, a trilogia Os Mutantes marcou um outra geração, onde fiz mais de 600 capítulos, com direito a ter álbum de figurinhas e chiclete, devido ao imenso sucesso. Na década seguinte, de 2010, a novela Chiquititas marcou uma geração mais nova, fazendo com que seja comum hoje me pedirem uma foto, a mãe sendo fã da época de Olho No Olho e a filha, das Chiquititas. Agora, nos anos 2020, sem dúvida ter meu primeiro roteiro filmado com Rodeio Rock é uma grande realização, ainda mais pelo filme estar fazendo muito sucesso, tendo ficado no Top 10 da Netflix por semanas, não só no Brasil, mas em vários países.
O que ainda não fez com relação a papéis ou projetos que tem vontade de realizar?
Sou muito privilegiado por trabalhar com arte no Brasil há mais três décadas, fazendo o que gosto e tendo realizado muitos sonhos, mas graças a Deus sonhos não me faltam e ainda existe muita coisa para realizar, como o lançamento do próximo quadrinho e novos filmes que já estão a caminho. O futuro tem muita coisa boa reservada, aguardem!