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Sindicato revela carta de produtor e reforça “panelinha” na Globo

Após uma denúncia ao Compliance, o sindicato recebeu um e-mail com mais situações sobre uma “panelinha” na emissora; a coluna teve acesso

atualizado

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A coluna Fábia Oliveira revelou, em agosto deste ano, que o Sindicato dos Artistas do Rio de Janeiro montou um dossiê e apresentou uma denúncia ao Compliance da Globo, a respeito de uma “panelinha” que estaria acontecendo na contratação de atores para as novelas do grupo.

Pois bem. Após a matéria, a entidade recebeu uma carta aberta de um produtor de elenco, como forma de denúncia, à acontecimentos na emissora. A coluna teve acesso ao e-mail, que tem como título “Pedido de ajuda”. Como remetente, um endereço de e-mail ligado à Globo. A identidade da pessoa, no entanto, será preservará.

No texto, o produtor menciona a matéria feita por esta coluna e relatou algumas situações que tem acontecido.

“Nos últimos tempos, tem-se debatido a suposta ‘panelinha’ de Francisco Accioly na TV Globo. No entanto, pouco se discute sobre a dinâmica interna dessa equipe, que, sob a justificativa de gestão ‘criativa’, aparenta operar como um grupo fechado, com práticas que se assemelham a um cartel. As escalações só agradam a ele mesmo. Relatos apontam para uma atmosfera péssima”, diz um trecho da carta aberta.

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“O cenário se torna ainda mais preocupante ao se observar o grande número de produtores de elenco que deixaram a emissora e, em seguida, judicializaram suas saídas, processando a TV Globo. Muitos desses ex-funcionários se encontram atualmente sob acompanhamento médico, medicados e demonstram profundo ressentimento em relação à emissora. A ausência de uma investigação formal sobre esses casos é um fator que chama a atenção”, acrescentou.

E continuou: “Situações recentes, diretamente influenciadas pela gestão vigente, exigem uma análise mais aprofundada. O comportamento dos profissionais contratados por Francisco Accioly merece destaque, pois replicam práticas semelhantes. As novas contratações demonstram uma tendência a priorizar indivíduos de sua confiança pessoal, beneficiando-se de esquemas de favorecimento, o que afeta diretamente a saúde mental dos produtores de elenco”.

Na sequência, o produtor perguntou ao Sindicato dos Artistas se a matéria dada por esta coluna era verídica e, então, acrescentou algumas questões sobre as práticas de assédio moral e favorecimento no ambiente de trabalho.

“Práticas como assédio moral e favorecimento no ambiente de trabalho são proibidas pela legislação brasileira. O artigo 483 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) garante ao trabalhador o direito de rescindir o contrato de trabalho com indenização caso seja tratado com rigor excessivo ou exposto a ofensas morais. A Lei nº 13.467/2017, que introduziu a reforma trabalhista, reforça a preservação da dignidade no ambiente de trabalho, vedando práticas discriminatórias e de favorecimento. O assédio moral, caracterizado por humilhações e agressões psicológicas recorrentes, é expressamente vedado pela legislação trabalhista brasileira, conforme previsto na CLT e na Constituição Federal, que asseguram a dignidade humana e o direito a condições de trabalho justas e equitativas. Do mesmo modo, o favorecimento desmedido viola os princípios de isonomia e meritocracia, fundamentais para a construção de um ambiente de trabalho ético e saudável”, escreveu.

O produtor de elenco ainda revelou um caso envolvendo uma atriz escalada para a novela Todas as Flores. Segundo ele, a jovem mentiu a respeito sua sua idade e a situação foi confirmada pela própria produtora da novela.

“Outro caso que merece destaque envolve uma jovem atriz escalada para a novela Todas as Flores. A atriz mentiu
sobre sua idade, conforme confirmado pela produtora da novela, e, apesar de não atender aos critérios estabelecidos para o papel, foi mantida no projeto. Essa situação levanta questionamentos acerca de possíveis favorecimentos. Informações sugerem que ela foi aceita no elenco com base em alegações falsas, o que reforça as suspeitas sobre o tratamento diferenciado dispensado a determinados artistas. A questão da ingerência empresarial por parte de figuras influentes na emissora também merece uma investigação mais aprofundada”, sugeriu ele.

Ele finalizou: A recente escalação de atores para produções como Pantanal, Renascer, Rancho Fundo, Verão 90, Órfãos da Terra, Todas as Flores, Os Dias Eram Assim, Nada Será Como Antes, Ligações Perigosas, O Canto da Sereia, O Rebu, Amores Roubados e I Love Paraisópolis também exige uma análise crítica sobre o modus operandi vigente nos processos de escolha de elenco”.

À coluna Fábia Oliveira, Hugo Gross, presidente do Sindicato dos Artistas do Rio, pontuou a seriedade em receber uma denúncia desse tipo, o que reforça a “panelinha” que vem tentando combater dentro da TV Globo.

“Essa carta é muito séria, é algo muito importante. Isso mostra uma perseguição permanente”, declarou ele.

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