Selton Mello sobre biografia: “Um filho salvando porta-retratos”
O ator reuniu amigos e fãs para o lançamento do livro Eu Me Lembro, que comemora seus 40 anos de carreira e homenageia seus pais
atualizado
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“Um filho salvando porta-retratos”. É assim que Selton Mello define o livro Eu Me Lembro, que comemora seus 40 anos de carreira e homenageia seus pais. O ator reuniu amigos e fãs para o lançamento da biografia, que começou a ganhar forma na pandemia e chegou às livrarias este mês e a coluna foi conferir o evento.
Brincalhão, na abertura da noite de autógrafos, Selton falou um pouco sobre sua obra: “Mostrei para algumas editoras e elas não se animaram muito. Acho que agora elas devem estar um pouco arrependidas”, comentou, já que o livro entrou para a lista dos mais vendidos do Brasil, ficando entre os Top 10 da categoria Não Ficção da tradicional lista de best-sellers publicada semanalmente pela revista Veja.
Emocionado com o resultado, ele deu detalhes sobre sua autobiografia: “O que costura esse livro, basicamente, é uma mãe perdendo a memória e um filho reconstruindo a memória de uma família. Então, não é só um balanço dos meus 40 anos de carreira, é também um filho salvando alguns porta-retratos”, definiu.
E continuou explicando: “Foi lindo. Lembrando, fui costurando todos os períodos da minha vida. Não só o que eu passei, mas o que meu pai e minha mãe passaram, foi bom lembrar. Minha mãe perdeu a memória com o Alzheimer. Ela é a pessoa mais importante da minha vida, junto com o meu pai, e fazer um livro de memória faz muito sentido nesse momento”.
Com presença de amigos famosos e pai, Selton aproveitou para se declarar: “Meu pai é o cara mais importante que existe na minha vida, meu pai e minha mãe. Pai e mãe, não tem nada mais importante do que isso, e meu pai tá super-homenageado nesse livro, não é só ela não, são os meus pais e tudo o que ele fez. Pai, obrigado”, afirmou, antes de revelar outro homenageado:
“Esse livro também é uma grande homenagem ao ator mais importante que já cruzou meu caminho, que é o Paulo José. E a Bel Kutner tá aqui, a filha dele, e viva Paulo. Então é isso, rememorando minha vida, eu fui também homenageando pessoas que me inspiraram e foram importantes na minha trajetória. O resto tá no livro”, brincou.
Questionado se algo o incomodou na hora de escrever o livro, o ator foi taxativo: “Tudo foi bom, inclusive as coisas ruins. O Suassuna fala ‘tudo que é bom, é ruim de contar. Tudo que é ruim, é bom de contar’. Então, tudo faz parte da minha história, tudo faz parte do meu crescimento. Estou muito realizado. É uma celebração de um período importante da minha vida e saber que o público tem interesse em saber o que eu penso, sonho em fazer, dá uma coisa boa no coração”, comentou.
A autobiografia de Selton Mello é narrada em primeira pessoa, em resposta a uma série de perguntas feitas por um time de 40 estrelas da TV, teatro, cinema e literatura, como Fernanda Montenegro, Lázaro Ramos, Zuenir Ventura, Marjorie Estiano, Jeferson Tenório e Fábio Assunção.
Mais de um ano sem fumar
Selton Mello usou as redes sociais, no início de maio, para comemorar o fato de estar há um ano sem fumar cigarro. O ator falou sobre o período de superação e revelou qual foi a principal motivação para deixar o vício.
“Foram 25 anos fumando. Fumando muito. Não troquei pro vape, não usei adesivo. Eu decidi que aquela relação tóxica havia chegado ao fim. Se você tem vontade, eu afirmo: é possível. O início foi bem difícil, mas não é impossível. Sabe o que me ajudou muito? A percepção que aquilo fede muito”, disse.
Em seguida, Mello contou que se desafiou e chegou a se aproximar de fumantes, mas apenas sentia repulsa e não mais desejo. “Se isso vai te chocar e te ajudar a pensar, saiba: se você é fumante, você cheira mal. Simples e duro assim. Desculpe a sinceridade, mas talvez te ajude a pensar”.
O ator revelou também que foi feliz enquanto fumava, mas que se sente melhor agora, com o fôlego renovado, taxas médicas melhores e a saúde melhor após esse ano de sobriedade. “Não digo que sou ex-fumante. Estou sem fumar há um ano. E me sinto bem melhor. Tomara que eu influencie alguém com esse depoimento. Acredite: é possível”, pontuou.