Regina Celi, ex-presidente do Salgueiro, também era alvo de Lessa
Em delação, o assassino de Marielle Franco contou que vigiou a empresária e a vereadora os dias 1º, 2, 7 e 17 de fevereiro de 2018
atualizado
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A ex-presidente da Acadêmicos do Salgueiro, Regina Celi, também era alvo de Ronnie Lessa. A informação consta no inquérito da Polícia Federal sobre a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, que teve o sigilo quebrado neste domingo (24/3).
Segundo Lessa, ele foi contratado para o serviço pelo contraventor Bernardo Bello, através Edmilson da Silva Oliveira, o Macalé, assassinado em 2021.
Conforme o relatório, Ronnie Lessa monitorou Marielle e Regina nos dias 1º, 2º, 07 e 14 de fevereiro de 2018. Ainda segundo o documento, o ex-PM monitorou Regina Celi com o mesmo Chevrolet Cobalt prata usado no dia do crime de Marielle. O assassinato não teria ocorrido por “problemas de logística”.
O plano teria sido tramado durante a campanha de reeleição de Regina Celi, que postulava um terceiro mandato no Salgueiro. Bernardo Bello, foragido da Justiça, defendia o candidato de oposição, André Vaz.
Em delação, Ronnie Lessa afirmou que foram feitas sete pesquisas sobre a vida da então presidente. Ela vinha sendo monitorada desde 2017.
Regina Celi Fernandes Duran, mais conhecida como Regina Celi, foi a terceira mulher a comandar o Acadêmicos do Salgueiro. Antes de ser presidente, foi primeira-dama da escola, quando era casada com Luís Augusto Duran, mais conhecido como Fú.
Suspeitos de mandarem matar Marielle são presos
O deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ); o irmão dele, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio; e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa foram presos neste domingo (24/3) e já estão no Presídio Federal do Distrito Federal. Os três são suspeitos de mandarem matar Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.
A vereadora Marielle Franco (PSol) foi assassinada em 2018. A prisão dos suspeitos de serem mandantes do crime acontece 10 dias após o crime completar seis anos.
Antes da operação da PF deste domingo (24/3), apenas os executores do assassinato tinham sido presos: os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz e o ex-sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Corrêa, o Suel.
Élcio confessou que dirigia o Cobalt prata utilizado no crime e afirmou que Ronnie fez os disparos com uma submetralhadora. Ambos assinaram acordo de delação premiada.