“Quero justiça”, afirma mãe de influencer morta após aplicação de PMMA
Dona Eva conversou com Patrícia Poeta, na manhã desta sexta-feira (5/7), e revelou detalhes dos últimos dias de Aline Maria Ferreira
atualizado
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A morte da influenciadora Aline Maria Ferreira, de 33 anos, após procedimento estético com a falsa biomédica, Grazielly da Silva Barbosa, ainda está sendo investigado pela polícia. E, apesar da prisão da mulher, a mãe da vítima relatou que espera que a Justiça seja feita.
Dona Eva conversou com Patrícia Poeta, na manhã desta sexta-feira (5/7), durante o Encontro, e revelou detalhes dos últimos dias da filha. No bate-papo, ela relatou que Grazielly foi procurada várias vezes, mas sempre afirmava que tudo estava dentro do esperado.
“Até de manhã, na segunda-feira, ela estava bem. Quando foi entre 12h e 13h, ela falou que estava com febre e ligou para a Grazi. Ela disse que era normal e mandou tomar dipirona. A febre passou. Na terça-feira, voltou e ela mandou continuar tomando dipirona”, contou a mãe da moça.
E continuou dando os detalhes: “Na quarta-feira, ela começou a sentir uma dor muito forte na barriga. Ela [Grazielly] repetiu que era normal por conta das medicações que a Aline estava tomando e mandou comprar um outro remédio para ‘forrar’ o estômago e evitar a dor. Não passou. Então, ela mandou trocar o antibiótico, mas a dor foi só aumentando”, lembrou.
Dona Eva disse, ainda, que na quinta-feira o local da aplicação estava vermelho: “Estava como uma picada de muriçoca, inchado, vermelho ao redor e quente”, pontuou, voltando a afirmar que, em novo contato, a falsa biomédica repetiu que era normal e mandou fazer uma massagem com creme.
Foi aí que o quadro de Aline piorou: “Ela tomou três banhos seguidos, pois estava com calor. No último banho, percebi que ela estava passando mal e a levei para a cama. Resolvi levá-la para o hospital, mas quando ela levantou, desmaiou. A gente ligou para ela [Grazielly], falando que a gente estava indo para o hospital porque minha filha estava desmaiando. Ela disse que não precisava, [que era para] passar na farmácia e comprar os remédios que ela estava indicando”, desabafou a mãe, antes de completar:
“No hospital, os exames acusaram uma infecção urinária e outra infecção. Ela pediu a localização do hospital e chegou lá afirmando que nada do que estava acontecendo estava relacionado ao que ela tinha feito com minha filha. Depois, ela saiu, foi até a farmácia e comprou outro remédio, mas não deixamos ela dar nada. No outro hospital, foi constatado que precisaria ir para a UTI”, revelou.
E, no mesmo dia, o quadro se agravou ainda mais: “Não deixaram meu genro ficar com ela e os dois ficaram chorando. Quando ele chegou em casa, chamaram para voltar e contaram que iam entubá-la. Depois, conseguiram a vaga na UTI em outro hospital e a transferiram. E foi parando os rins, o fígado, o coração apresentou um problema, um inchaço”, lamentou.
No fim da conversa, dona Eva falou sobre a confiança que a filha tinha em Grazielly: “A Aline confiou nela, pois já a conhecia. A gente descobriu que ela não era nada do que falou quando tudo isso aconteceu. Eu quero Justiça para ela não fazer com outras moças”, pediu.
A notícia da morte
A modelo brasiliense e influenciadora digital Aline Maria Ferreira, de 33 anos, morreu na última terça-feira (2/7), após passar por um procedimento estético na clínica Ame-se, em Goiânia. Segundo os familiares, a jovem teve infecção generalizada após aplicação de PMMA nos glúteos. O caso é investigado pela 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul).
Aline morreu em um hospital privado da Asa Sul, onde estava internada desde sábado (29/6). Antes, ela havia sido atendida no Hospital Regional da Asa Norte (Hran).
Testemunhas informaram à polícia que a modelo começou a passar mal logo após a intervenção estética feita pela biomédica Grazielly Barbosa, em Goiânia (GO), em 23 de junho deste ano. Os familiares lembram que a jovem voltou para casa, no Gama, e começou a ter febre e dor na barriga. Eles entraram em contato com a clínica, que recomendou apenas um remédio para dor de cabeça.
Na quinta-feira (27/6), Aline piorou e chegou a desmaiar. O marido a levou para um hospital particular na Asa Norte, depois para o Hran, onde a jovem ficou internada por um dia e foi transferida a um hospital da Asa Sul.
Grazielly Barbosa é apontada como proprietária da clínica. No procedimento, a família informou que foi feita a aplicação de 30 ml de PMMA em cada glúteo. A biomédica chegou a visitar a vítima no Hran, ocasião em que afirmou que não tinha aplicado o produto PMMA, mas, sim, um bioestimulador. Acrescentou, ainda, que Aline poderia ter pegado uma infecção no lençol de casa, versão desmentida pela família.
Segundo os relatos, a influencer teria ficado o tempo todo de bruços, com as nádegas para cima e que nenhum medicamento dado no hospital surtiu efeito, possivelmente devido ao produto injetado.
A prisão da falsa biomédica
A Justiça de Goiás manteve a prisão de Grazielly da Silva Barbosa. A falsa biomédica é acusada de aplicar polimetilmetacrilato (PMMA) nos glúteos da influenciadora digital brasiliense Aline Maria Ferreira, 33 anos. A jovem morreu dias após o procedimento.
Grazielly foi presa em flagrante na última quarta-feira (3/7), na clínica, quando fazia um atendimento. A suspeita não tinha curso superior, portanto, também não era registrada junto ao conselho regional da categoria.
A falsa biomédica foi levada para a delegacia após receber voz de prisão em flagrante por crimes contra as relações de consumo. Na quinta-feira (4/7), a polícia divulgou imagens da clínica dela.