Polícia encerra caso de Marcelinho Carioca e pede a prisão de mais 6
As investigações, conduzidas pela Divisão Antissequestro (DAS) paulista, identificou, ao todo, 10 participantes no sequestro do ex-jogador
atualizado
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A Polícia Civil de São Paulo encerrou as investigações sobre o sequestro de Marcelinho Carioca e sua amiga Taís Alcântara de Oliveira, no mês passado, em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo.
Além das 4 pessoas que já estão presa, a Divisão Antissequestro (DAS) identificou outras seis envolvidas no crime e pediu a prisão preventiva de todos eles. Ao todo, 10 foram envolvidos no sequestro do ídolo de Brasiliense e do Corinthians.
O relatório final da investigação, obtido pelo Metrópoles, foi relatado pela polícia no dia 27 de dezembro de 2023.
Os suspeitos respondem pelos crimes de roubo, receptação, associação criminosa e extorsão mediante sequestro. Somadas, as penas podem chegar a mais de 30 anos de prisão para cada um.
Para identificar os envolvidos, os policiais cruzaram o relato de testemunhas com provas materiais, como impressões digitais colhidas no carro do ex-jogador e no cativeiro em que as vítimas foram mantidas.
Quem são os indiciados
Um dos foragidos é Caio Pereira da Silva, de 23 anos, acusado de ser o dono do cativeiro. Ele e Camily Novais da Silva, 20, outra que ainda não foi detida, também são acusados de pedir dinheiro para amigos e familiares de Marcelinho Carioca.
Os outros procurados pela polícia são: Matheus Eduardo Candido Costa, 22; Jean Fernando Freitas Barbosa, 20; Michael dos Santos Rocha, 20, e Guilherme Silva dos Santos, 19.
Pegos em flagrante, continuam na cadeia os suspeitos Jones Santos Ferreira, de 37 anos, e Wadson Fernandes, 29, acusados de atuar como “conteiros” para receber o dinheiro do sequestro, além de Thauanata Lopes dos Santos, 18, que é namorada de Caio e teria sido “carcereira” dos reféns.
A última envolvida no sequestro é Eliane Lopes de Amorim, de 30 anos, que foi detida por suspeita de receber parte do dinheiro de Marcelinho Carioca. Na terça-feira (16/1), ela saiu da cadeia e teve direito à prisão domiciliar, a pedido da defesa, para poder cuidar dos dois filhos de 4 e 8 anos. Ela é mãe solo.
Ex-jogador detalhou o pânico
Marcelinho Carioca detalhou o pânico que viveu durante o sequestro que sofreu no dia 16 de dezembro, em Itaquaquecetuba, São Paulo. O ex-jogador de futebol contou sobre os momentos de tensão que viveu ao lado da amiga Taís, que estava no banco de trás quando o carro do atleta foi rendido.
“Passaram quatro pessoas, cinco pessoas. Quando voltei para ver, fui encapuzado, e o cara já veio apontando [a arma]. E eu, desesperado”, contou Marcelinho em entrevista ao Fantástico. “Eu disse: ‘Não, por favor, eu sou o Marcelinho Carioca’”, completou.
Ainda segundo o ex-jogador, a quadrilha pediu cartões e senhas, além do desbloqueio do telefone e do acesso ao Pix. Em seguida, e o levaram junto com a amiga para um cativeiro.
“A todo momento aquele apavoro”, relatou Marcelinho, lembrando as ameaças dos sequestradores: “‘A gente quer dinheiro. Impossível não ter dinheiro nessa conta. Jogador tem grana’”.
O ex-atleta também relembrou as intimidações com arma. “‘Já brincou de roleta-russa?’ E girava. Você ouvia girando, não via nada. Aí colocaram uma arma por baixo da toalha”, contou. “Ninguém se falava. Não trocava ideia, com medo”, acrescentou.
O crime
À polícia, Marcelinho Carioca relatou que foi ao show de Thiaguinho, na NeoQuímica Arena, na zona leste da capital paulista, no dia 16 de dezembro de 2023. Na saída, ele passou na casa da amiga Taís, fã do cantor de pagode, para deixar ingressos para o show que seria realizado no dia seguinte.
Segundo o boletim de ocorrência, ele e a amiga perceberam a aproximação de três criminosos. O ex-jogador e a amiga se esconderam, abaixados na Mercedes Benz CLA250. Forçado a abrir a porta, ele ainda tentou dissuadir os bandidos. “Eu sou Marcelinho Carioca”, disse.
O ex-jogador diz que levou uma coronhada no olho esquerdo. Os bandidos ainda deram voltas com o carro por um baile funk e levaram os reféns até a Rua Ferraz de Vasconcelos, em Itaquaquecetuba, local do cativeiro.
Já o veículo da vítima foi abandonado na Rua Jacareí, onde foi localizado por policiais militares. Dentro dele, havia uma arma de airsoft.
Cativeiro e gravação de vídeo
Marcelinho afirma que ele e a amiga foram obrigados pelos criminosos a gravar o vídeo dizendo que tinham um caso e haviam sido sequestrados por vingança. Para a polícia, no entanto, a ideia dos bandidos era criar uma pista falsa.
Os criminosos teriam usado o celular do ex-jogador para pedir dinheiro a familiares. Segundo a Polícia Civil, foi realizada pelo menos uma transferência de R$ 30 mil.
Uma denúncia anônima direcionou a Polícia Militar para fazer patrulhas na região. Os agentes conseguiram localizar o cativeiro e resgatar Marcelinho e Tais na tarde seguinte.