Patrícia Poeta sobre reencontro com a família: “Um misto de emoções”
A apresentadora ficou uns dias em São Jerônimo, onde nasceu e cresceu, e conversou com a coluna, com exclusividade, sobre a ida até lá
atualizado
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A tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul, devido às fortes chuvas, deixou muita gente abalada. E para Patrícia Poeta ver tudo de perto causou um “misto de emoções”. Isso porque a apresentadora do Encontro, da TV Globo, voltou a sua cidade natal, São Jerônimo, e, no meio das vítimas das inundações, encontrou amigos de infância e familiares.
Ela bateu um papo com a coluna, com exclusividade, e falou sobre os sentimentos que tomaram conta dela ao encontrar a cidade onde nasceu e cresceu debaixo d’água. Durante a conversa, ela contou sobre rever, ao vivo, uma prima e ainda contou como estão seu familiares após as enchentes.
Leia a entrevista completa
Como foi reencontrar a sua cidade submersa?
Foi de uma tristeza que não posso te descrever. Eu tinha uma lembrança de São Jerônimo e, quando cheguei lá, vi muita coisa destruída. Tem pessoas com casa embaixo d’água há 20 dias. Vi de perto a tristeza no rosto do meus conterrâneos. É segurar para não chorar a todo momento. Não passei por nada do que eles passaram, mas, nessa hora, ouvindo os relatos, você sofre junto. É angustiante.
No meio do ao vivo, você encontrou uma familiar, que chorava muito. A gente viu que você ficou emocionada com o reencontro. Há quanto tempo você não via a sua tia? Como foi para não deixar as lágrimas rolarem nessa hora?
Foi minha prima Neti. Ela é parte da família da minha mãe, dos Poetas. Aquele reencontro não é sobre muito ou pouco tempo, era de alívio, mesmo. Saber que alguém que a gente ama e tem carinho está vivo, bem! Ela chorou porque encontrou um abraço acolhedor de família, algo que vem da infância… Fomos criadas juntas. E fico muito orgulhosa de saber que está na linha de frente ajudando muita gente na cidade. Já tinha chorado outro dia e é algo que procuro não fazer, mas não teve como. Sou humana, antes de ser jornalista. E, além de ser meu povo ali, era minha família, meus amigos, pessoas que nasci e com quem fui criada. São laços que o tempo não desfaz.
Que parentes você visitou aí?
Meus primos, tios, amigos de infância e amigos da minha família. Em São Jerônimo, todo mundo se conhece e se ajuda. Fiquei aliviada de ver meu tio Evaldo, irmão da minha mãe. Ele estava doente, ilhado em casa, numa área rural. E não saía porque não queria deixar os animais desamparados, sozinhos. Saiu na sexta-feira (17/5) porque soube que eu estava lá.
Qual foi o prejuízo da sua família? Eles perderam casa? Móveis?
Difícil saber. A água tá começando a baixar agora. Mas sejam parentes, amigos, conhecidos… O sentimento é o mesmo. A gente fica preocupada com tudo o que está acontecendo.
Você perdeu algum amigo ou ente querido nessa enchente?
Graças a Deus, não. Tenho notícias de todos. No início, a comunicação era mais difícil. Agora, eu e minha família temos conseguido falar com todos, todos os dias.
Você reencontrou um rapaz com quem estudou com você. Inclusive, te mostrou fotos. Você voltou à infância nessa hora? Que memória você teve?
Quando pisei em São Jerônimo, foi um misto de emoções. Veio tudo na minha cabeça. Um filme da infância, adolescência, vida adulta também, porque nunca deixei de ir pra lá pra ver o pessoal. São minhas origens, de onde vim e de onde guardo bons momentos de vida. Fica impossível você não comparar como era e como ficou. Mas, como disse no programa, o povo de São Jerônimo, assim como todo o povo gaúcho, é muito guerreiro. Ele se fortalece na união. Agora, é começar a reconstrução, a se reerguer. É nisso que penso, nesse momento. Quero ver os ‘meus’ bem, retomando suas vidas, voltando a sorrir.