“Meu propósito é o trabalho”, diz Hugo Gross sobre ação contra a Globo
“Não é porque eu defendo uma categoria, defendo uma classe, que eu tenho que ser colocado na geladeira”, declarou o ator à coluna
atualizado
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Hugo Gross, presidente do Sindicato dos Artistas do Rio de Janeiro, se pronunciou à coluna Fábia Oliveira sobre uma ação judicial que ajuizou contra a TV Globo. No processo, que tramita na 68ª Vara do Trabalho do Rio, o ator alega perseguição por causa de sua atuação sindical.
“Eu entrei com uma ação pedindo pra trabalhar. Me preparei a vida toda pra isso. Desde 1975 faço parte do meio, quando apareci no TV num programa do Silvio Santos, que era da TV Globo, onde fiz parte do mini júri. Então, meu propósito é trabalho. Atendendo ao registro profissional”, declarou ele à coluna.
A ação é movida por Hugo Gross como pessoa física, nada tendo a ver com a sua atuação como presidente do Sated-RJ. Mas, segundo ele, é essa atuação na organização que faz com que ele tenha sido colocado na geladeira pela emissora.
“Eu venho defendendo o direito do artista, venho defendendo o trabalhador da arte. E aí eu me senti colocado na geladeira e o meu direito é trabalhar, que a única coisa que eu sei fazer é atuar. Então, isso me deixa muito triste, muito deprimido”, disse ele.
Hugo Gross continuou: “O que eu estou pleiteando é a volta ao trabalho. Não é porque eu defendo uma categoria, defendo uma classe, que eu tenho que ser colocado na geladeira. As pessoas têm que ser diferenciadas, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Então, o fato de eu estar defendendo o trabalhador, eu vejo que é uma maneira deles enfraquecerem o sindicato e, automaticamente me enfraquecendo, vai enfraquecer a instituição. Instituição essa que defende o trabalhador”.
Hugo Gross reforçou que seu objetivo com o processo judicial é, única e exclusivamente, a luta pela volta ao trabalho como ator. Seu último papel na TV foi em Aquele Beijo, novela de Miguel Falabella, exibida em 2011.
“A única coisa que eu estou fazendo é pedindo pra retomar ao trabalho, que me preparei a vida inteira, que é a única coisa que eu sei fazer. Eu gosto de interpretar, é só ver pelo meu currículo… Eu trabalhei com todos os diretores da TV Globo e, de um momento pra cá, que eu estou defendendo quem tem DRT, que eu estou dizendo que influencers com seguidores não podem trabalhar, ex-BBBs, pessoas sem registro, aí eles estão querendo, de uma certa maneira, me colocar na geladeira. Está tudo errado isso”, disparou.
Ele encerrou: “Eu vejo que é um movimento antisindical. A gente está aqui pra que se cumpra a lei. Só isso. Eu realmente fico muito triste, muito deprimido de ser polido de trabalhar. Nós temos grandes atores com registro, prontos pra trabalhar, mas eles [Globo] dão valor a quem não tem registro ou tem seguidores, isso é notório. E é isso que eu estou lutando. Porque eu sou da casa, sou funcionário e eu quero voltar a trabalhar. Eu quero sorrir com o que eu mais gosto de fazer, a única coisa que eu sei fazer, que é trabalhar”.