“Massacrado e perseguido”, diz o acusado pela morte de Rafael Miguel
Paulo Cupertino, que irá a júri popular no próximo dia 10, escreveu uma carta alegando inocência no assassinato do ator de Chiquitas
atualizado
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Paulo Cupertino, acusado de assassinar Rafael Miguel, escreveu uma carta de nove páginas para o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), alegando inocência na morte do ator de Chiquititas. No texto, obtido pelo Metrópoles, ele afirma que está sendo “massacrado e perseguido”.
O caso aconteceu em 2019, na zona sul de São Paulo. Na época, o crime chocou o país, uma vez que os pais do artista, que tinha 22 anos, também foram alvos da emboscada. A motivação teria sido ciúmes do namoro do famoso com Isabela Tibcherani, filha de Cupertino. Ele foi preso em 2022 e irá a júri popular no próximo dia 10 deste mês.
“Bem antes da minha prisão venho sendo acusado, massacrado e perseguido de formas e informações totalmente desprovidas [de verdade] e mentirosas”, destacou em um trecho.
Cupertino seguiu: “Assim contrariando todos os direitos e deveres do estado de direito, já estarei condenado injustamente e bem antes de lá estar [júri popular], estarei condenado, sem chance de defesa. Uma mentira contada dez vezes vale mais que mil verdades”.
O acusado ficou foragido por três anos após o assassinato de Rafael. Usando documentos falsos com o nome de Manuel Machado da Silva, Paulo vivia em Jataizinho, no interior do Paraná.
Ainda na mensagem, Paulo Cupertino esclareceu que não efetuou os disparos que atingiram Rafael Miguel e João Alcisio Miguel, de 52 anos, e Miriam Selma Miguel, de 50. Na ocasião, para formalizar o relacionamento com Isabela, Cupertino os convidou para um jantar, de onde não voltaram vivos.
“Supõe ou achão que eu efetuei os disparos […] só ouvirão os tiros ecelencia”, justificou Paulo Cupertino, pedindo desculpas pelos erros de português.
Por fim, Paulo Cupertino pediu que seja solto pelo TJSP. “Peço a vossa ecelencia [sic] que me conceda o direito e minha liberdade de poder ter os mesmos direitos de quem acusa e meios e formas legais e asseguradas para provar minha inocência e ser feita a verdadeira e única justiça”, concluiu.
Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), Paulo Cupertino responde por triplo homicídio qualificado.
Isabela Tibcherani, filha de Cupertino, informou que o pai era possessivo e misógino, que tem ódio de mulheres. “Ainda não consigo acreditar, mas estou me esforçando. Quando eles [Rafael Miguel e os genitores] chegaram, ele [o pai] me mandou entrar e começou a atirar”, contou a moça depois do assassinato.