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Manoel Carlos revela por que não deu papel de Helena para Lilia Cabral

Na série documental Tributos, do Globoplay, o autor de novelas contou o motivo da atriz nunca ter sido a protagonista de suas tramas

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1 de 1 Montagem colorida de Manoel Carlos e Lilia Cabral - Metrópoles - Foto: Reprodução

Manoel Carlos explicou, na série documental Tributos, do Globoplay, o motivo de nunca ter dado o papel de Helena à atriz Lilia Cabral. O autor de novelas tinha como marca registrada batizar as suas protagonistas com o nome.

“Porque eu nunca encontrei ninguém que fizesse tão bem a antagonista da Helena. Então, quando eu faço uma sinopse, eu digo: ‘qual é o papel mais difícil da novela?’ Esse aí eu dou para a Lilia”, contou Maneco, como é carinhosamente chamado pelos colegas de profissão.

Tributo é uma série original Globoplay com redação de Isadora Wilkinson e Lalo Homrich, direção artística de Antonia Prado, direção de Matheus Malafaia e direção de gênero de Mariano Boni.

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Filha de Manoel Carlos posta raro registro do autor de novelas: veja
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Manoel Carlos deixa missão para a filha após diagnóstico de doença

O autor Manoel Carlos foi diagnosticado com Parkinson e se aposentou das novelas. Aos 91 anos, ele incumbiu a Júlia Almeida, sua filha com Elisabety, a missão de preservar seu legado. A atriz assumiu a produtora Boa Palavra, criada pelo escritor, e tem organizado mais de sete mil caixas com sinopses inéditas e livros.

Em entrevista a coluna Play, do O Globo, a moça afirmou ter entendido a missão deixada para ela. “O que ele quer mesmo é que o trabalho dele continue para as outras gerações. Eu entendi o que foi passado para mim”, explicou ela que ainda revelou como vive Manoel Carlos atualmente.

“Olha, (receber o diagnóstico) nunca é bom, né? Mas é uma doença que é tratável. Ele está muito bem assessorado por médicos e tem acompanhantes. Está sendo cuidado direitinho, tem minha mãe ao lado dele. Eles são casados há 50 e tantos anos, acho lindo esse relacionamento. Ela se aposentou junto com ele. A partir daí, me deram essa missão, que estou assumindo com muita responsabilidade e amor. Eu vou sempre vê-los. Meu pai gosta de ouvir música clássica, faz fisioterapia. Vive lá no universo dele junto com a minha mãe. Faz os exames dele, gosta de ler jornal e pegar sol olhando o Cristo (Redentor)”, contou.

Júlia tem a ajuda de uma pequena equipe para organizar as mais de sete mil caixas contendo sinopses inéditas, livros, prêmios e fotos, entre outros objetos pessoais.

“Eu me casei, morei na Inglaterra durante um tempo, me divorciei e voltei para cá em 2020, um pouquinho antes da pandemia. Então, me passaram a função de cuidar da Boa Palavra. No começo do ano passado, meu pai sentou comigo e explicou que estava aposentado, minha mãe também. Ele quis as coisas dele organizadas. Estava uma bagunça”, falou.

E continuou: “Fui criada vendo meu pai e minha mãe trabalhando juntos, como parceiros, criando e construindo esse legado. Minha missão é reunir esses arquivos todos, não só os que já viram, porque tem muita coisa nova, e fazer com que a nova geração tenha acesso à marca do Manoel Carlos”, declarou.

Manoel Carlos não escreve uma novela desde Em Família (2014). O autor tem como marca das suas obras o bairro do Leblon, na zona sul do Rio, onde vive, além da personagem principal se chamar Helena.

“Ele está deixando um legado muito importante para o nosso país, não só para a História da televisão brasileira, mas para todos nós. Essa coisa que ele criou de colocar a Bossa Nova junto com o Leblon. Ele mudou a estrutura do bairro. Até hoje é tão misterioso o porquê das Helenas… Tem as histórias das famílias, as causas sociais em todas as novelas. Minha missão é trazer isso para o universo de hoje”, acrescentou Júlia.

A partir do contato com o material, surgiram várias ideias e está sendo preparada uma biografia sobre Maneco. O projeto, em fase de entrevistas, deverá ganhar um lançamento no ano que vem. Em relação às sinopses inéditas, Júlia ainda não tem certeza do que fará.

“Cada projeto vai ser pensado de uma forma, com calma. Pode ser um filme, pode ser uma série. Pode ser que alguém desenvolva ali em cima uma história. A ideia é pensar em cada sinopse e obra inédita de uma forma singular. Sempre mantendo a raiz dele, mas, claro, tem que ter a linguagem dos dias de hoje”, afirmou.

Existe, ainda, o plano de fazer um documentário sobre Manoel Carlos. “Meu pai ficou muito conhecido pelas novelas, mas tem muito mais por trás disso. Ele foi ator, diretor do Fantástico, produtor. Fez livros de poema. Ele transitou por tudo até chegar a escritor de novelas. E aí tem, claro, o Manoel Carlos como pai, como amigo. O porquê de ser tão querido neste meio. Ele é querido não só por ser o Manoel Carlos que abriu tanto espaço para os diálogos dentro das famílias. Acho que o público tem uma gratidão muito grande. Ele entrava na casa das pessoas e abria diálogos que a mãe não conseguia ter com o filho”, disse.

“Ele entendeu o poder da TV, falou sobre câncer, síndrome de Down, sexualidade, prostituição, racismo… Foi a primeira pessoa a colocar uma protagonista preta. Fez beijo gay. Isso tem uma importância para o nosso país, é fundamental. A Helena morava no Leblon, mas ele falava com o Brasil inteiro”, completou.

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metropoles.comFábia Oliveira

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