Major RD é ameaçado de processo por banco digital
O rapper carioca cancelou o lançamento do single “Nubank’s”, que seria feito na próxima segunda-feira (17/6)
atualizado
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Na última terça-feira (13/6), o rapper carioca Major RD havia a anunciado seu novo single, “Nubank’s”. Porém, segundo o próprio artista, a música não chegará ao público. “Viemos informar que a música que lançaríamos dia 20/6, que citava o nome de um banco digital famoso, não poderá mais ser lançada em sua versão original”, disse em comunicado oficial, divulgado neste sábado (17/6).
“O banco que cito em minha música acabou de notificar meu empresário através de um dos seus advogados para que minha música não fosse lançada em sua forma original na segunda-feira, nos ameaçando de processo. Fomos orientados pelo nosso advogado que não teria problema algum, já que se trata de uma obra musical e nada teria a ver com as leis que foram citadas na notificação”, explicou sobre o cancelamento.
Indignado, de acordo com a nota, Major RD decidiu não usar mais o nome do tal banco digital “por não querermos mais a nossa imagem associada a uma empresa que tenta silenciar a liberdade de expressão dos artistas”.
Essa não é a primeira vez que o artista sofre esse tipo de repressão. Na canção “Bola de Haxixe”, com a UCLÃ, ele citou uma marca de amendoim, que pediu para que a música fosse tirada do ar. “Na época, por não ter assessoria jurídica, decidimos tirar a música do ar com quase dois milhões de players”, relembrou.
RD concluiu criticando a empresa financeira: “Falo o nome do banco de forma positiva, aconselhando meus fãs a guardarem dinheiro! Inclusive, estou encerrando minha conta lá. Sou um jovem preto e de periferia, que representa a minha quebrada e todos lá. Se pro banco a música é um problema, pra mim eles são um problema maior ainda”.
Leia a nota oficial na íntegra:
Viemos informar que a música que lançaríamos dia 20/6, que citava o nome de um banco digital famoso, não poderá mais ser lançada em sua versão original.
O banco que cito em minha música acabou de notificar meu empresário, através de um dos seus advogados, para que minha música não fosse lançada em sua forma original na segunda-feira, nos ameaçando de processo. Fomos orientados pelo nosso advogado que não teria problema algum, já que se trata de uma obra musical e nada teria a ver com as leis que foram citadas na notificação.
Mas, decidimos não usar mais o nome do tal banco digital, por não querermos mais a nossa imagem associada a uma empresa que tenta silenciar a liberdade de expressão dos artistas. Estou comunicando porque, da mesma forma que estão tentando fazer dessa vez, já sofremos essa mesma censura em outra obra musical e na época, por não ter assessoria jurídica, decidimos tirar a música do ar com quase dois milhões de players.
Imagina se bandas como Legião Urbana com o “geração Coca-cola”; ou Run-Dmc, com “My Adidas”; e diversos outros artistas, que são de quebrada, começarem a ser silenciados e não terem liberdade de expressão em suas músicas. Isso que o banco digital, que se diz “moderno”, está fazendo é tentar nos intimidar através dos seus advogados mesmo, sem um fundamento legal coerente, misturando a lei de marcas, com a lei de direitos autorais. E a liberdade de expressão, que permite a citação.
Falo o nome do banco de forma positiva na música e aconselhando meus fãs a guardarem dinheiro!
Inclusive, estou encerrando minha conta lá. Vou procurar um banco com um posicionamento mais adequado com minha música e meu público. Sou um jovem preto e de periferia, que representa a minha quebrada e todos lá. Se pro banco a música é um problema, pra mim eles são um problema maior ainda.