Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, se pronuncia após fala de enfermeira
Lucinha Araújo desmentiu as informações divulgadas pela enfermeira Ana Maria da Costa, que supostamente cuidou de Cazuza em 1990
atualizado
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Lucinha Araújo, mãe do cantor e compositor Cazuza, se manifestou após a declaração polêmica de uma enfermeira sobre o filho. Em uma entrevista que voltou a circular nas redes sociais recentemente, Ana Maria da Costa afirmou ter cuidado do artista, que faleceu em 1990 vítima de AIDS, e disse que o músico aceitou Jesus antes de morrer.
Em um vídeo de fevereiro, mas que ganhou repercussão nessa semana, Ana Maria da Costa afirma que Cazuza pedi que ela lesse a Bíblia para ele e que o cantor teria pedido por mais tempo de vida. Lucinha Araújo foi categórica e disse que as informações são falsas. “Esse vídeo já é antigo, postaram novamente e é mentira. Nunca aconteceu”, garantiu.
Em entrevista ao pastor Márcio Teixeira, Ana Maria da Costa afirma ter trabalhado para Cazuza nos últimos meses de sua vida. Segundo ela, o artista pediu para que ela lesse a Bíblia para ele em busca de uma possível “salvação”. Ela detalhou seu suposto encontro e suas memórias ao lado de Cazuza.
“Eu conheci o Cazuza em 1990, 1989 pra 90, quando uma enfermeira me chamou pra ficar com um paciente. Eu fazia muito plantão particular pra poder ganhar um dinheiro a mais. Uma amiga me convidou falando que tinha um plantão pra eu fazer. Era um domingo, e eu falei ‘Ah, não, vou descansar’, não tava com vontade de ir, mas aceitei. Cheguei lá, o paciente era o Cazuza”, começou Ana Costa.
Paciente difícil
“Eu falei ‘Qual o problema? É um paciente como outro qualquer’. Entrei e ela [amiga] disse: ‘Vou te falar, é um paciente bem difícil, é um paciente com HIV positivo, ele tá em tratamento’. Fui ao quarto, conheci o paciente, normal. Me apresentei e, naquela noite, foi muito difícil, foi complicada, e falei que não queria mais voltar”, lembrou.
Segundo ela, Cazuza era agressivo. “Ele era muito agressivo nessa época. Tinha que ter todo um cuidado, só que a nossa ‘briga’ era porque ele não dormiu; me xingou, foi uma batalha. Disse que não queria voltar, mas, ao mesmo tempo, ele era muito carinhoso, pediu desculpa e perguntou: ‘Aninha, você vai voltar?’. Ele me tratou tão bem, que não tinha como eu não voltar”.
De acordo com Ana Costa, o cantor vivia entre momentos de carinho e mais agressivos, mas a relação entre eles foi ficando melhor com o tempo. “A coisa foi melhorando, mas eu também tinha gritado com ele, mas pedi desculpas a ele, a mãe. Foi bom, porque ele disse: ‘É dessas pessoas que eu gosto, não quero que ninguém tenha medo de mim’”, reforçou a enfermeira.
Palavra de Deus
Foi a partir daí, lembrou a enfermeira, que ela percebeu que tinha que levar a palavra de Deus a Cazuza. “O tempo foi passando e fui sentindo Deus falando comigo ‘Você precisa falar de Jesus pra essa pessoa, é um ser humano que precisa conhecer a verdade do evangelho’”, disse.
A enfermeira trabalhou com Cazuza por um ano e três meses, chegando a ir com o cantor para os Estados Unidos. “Um dia, eu vi muitas Bíblias lá, os fãs mandavam pra ele, e o Espírito Santo começou a me usar. Um belo dia, ele pediu pra eu ler a Bíblia pra ele. Fui lá e li Mateus, outros versículos também (…) Eu falei ‘Não posso te curar, mas Deus pode te curar, se for da vontade d’Ele’”, reforçou.
“Ele não sabia que eu era crente, e aconteceu dessa maneira”, comentou Ana Costa, segundo a qual Cazuza se arrependeu dos seus pecados. “Vi ele chorando, pedindo a Deus mais tempo de vida. Nunca tinha visto um paciente com tanta sede de viver como ele. Continuei lendo a Bíblia pra ele, vi que foi um processo de arrependimento [dos pecados]. Ele tinha consciência de que fez coisas erradas”.