Justiça toma decisão sobre perseguidora de Débora Falabella
O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que a mulher, que sofre de esquizofrenia e não teve o nome revelado, não oferece risco à atriz
atualizado
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O imbróglio judicial envolvendo Débora Falabella e uma perseguidora, que sofre de esquizofrenia e não teve seu nome revelado, pode ter chegado ao fim. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) decidiu absolver a stalker e determinou que ela não oferece risco à atriz, mas precisa de ajuda ambulatorial. Ainda cabe recurso.
De acordo com a sentença da juíza Juliana Trajano de Freitas Barão, da 1ª Vara Criminal da Barra Funda, divulgada pelo portal G1, a perseguidora foi considerada inimputável (incapaz de compreender a ilegalidade de seus atos).
Na decisão, a magistrada reconheceu que o comportamento da mulher alterou a rotina de Débora Falabella. Quando a história começou, ela afirmou que chegou a deixar a própria casa e “precisou expor a constrangedora situação para todos em seu entorno com o fim de manter sua segurança”.
Para chegar à determinação, a Justiça ordenou que a stalker passasse por um exame de insanidade mental. Com isso, a juíza decidiu que a ré seja acompanhada por, no mínimo, dois anos, em unidade ambulatorial designada pelo judiciário.
Diego Cerqueira e Ivana Carneiro, que defendem a perseguidora, afirmaram que a cliente foi absolvida de forma sumária, o que significa que a juíza reconheceu a inocência dela e encerrou o processo. Porém, os representantes de Débora Falabella podem recorrer da sentença, que foi proferida em primeira instância.
“Nossa cliente absolvida sumariamente na modalidade imprópria, por conta daquela resolução. antimanicomial. Ela foi absolvida, mas continuam vigorando as medidas protetivas. Ela não pode mais se aproximar da atriz de forma indeterminada”, declarou a advogada, em conversa com o site.
Fã foi parar em clínica psiquiátrica
Uma mulher que perseguia Débora Falabella foi parar numa clínica psiquiátrica, em março. Isso mesmo, meus caros leitores! A moça estava tentando contato com a atriz desde 2013, segundo a denúncia feita por ela em 2022. Stalkear ou tentar acesso a alguém de forma obcecada se tornou crime há 3 anos, através da lei 14.132/2021. Ela foi retirada da unidade de saúde e presa no dia 29 de fevereiro, a pedido da Polícia Civil de Pernambuco, em Recife.
De acordo com Rogério Gentile, do UOL, a pessoa tinha uma verdadeira idolatria pela artista, chegando até a viajar pelo país para acompanhar suas peças teatrais, com o objetivo de se aproximar de Débora. “A paciente é portadora de distúrbios de origem psíquica, tendo começado a ter crises em 2013, sendo inclusive aposentada por invalidez pelo INSS”, esclareceu Luciano Cavalcanti, advogado de defesa.
O especialista ainda alegou que a detenção é ilegal e prejudica o tratamento da mulher, que estava sob cuidados intensivos: “Prender uma pessoa internada para tratamento psiquiátrico, direcionando-a para uma unidade prisional, chega a ser desumano”. No momento, a fã se encontra na Colônia Penal Feminina Bom Pastor, na capital pernambucana.
Falabella registrou um Boletim de Ocorrência, onde esclarece que “há muitos anos a fã a persegue, enviando cartas com conteúdo estranho e ultimamente a perturba em seu local de trabalho, qual seja, teatro e afins sempre com escândalos e tentando aproximação a todo custo. Informa a vítima que está bastante temerosa por sua integridade psicológica e física, bem como de seus familiares e amigos”.
Débora ainda destacou que a moça tentou entrar no condomínio que residia, resultando numa nova queixa, que foi aceita pelo Ministério Público. O pedido de prisão foi expedido depois da fã ter voltado a procurar pela atriz por telefone e mensagens de texto. A Justiça determinou que um exame psicológico fosse realizado, mas mulher não entregou nenhum resultado e, por isso, ela foi levada para uma penitenciária comum.
Veja as mensagens da perseguidora
Um caso de perseguição a Débora Falabella veio à tona após 10 anos de constrangimento. Segundo o G1, tudo começou em 2013, no Rio de Janeiro, quando uma ainda fã entrou no mesmo elevador que a artista e pediu uma foto.
Nos dias que seguiram, a mulher enviou diversos presentes ao camarim da atriz, como uma toalha branca, objetos e uma carta com teor íntimo e invasivo.
Em 2015, outra situação aconteceu durante uma peça no Sesc Copacabana. A stalker aguardou num local restrito do teatro e tentou forçar a entrada no camarim de Débora, mas foi retirada à força por seguranças. Na época, a artista chegou a registrar o caso em uma delegacia pelo delito de ameaça, mas não continuou com o processo.
Em 2018, em outro episódio de perseguição, a mulher apareceu na primeira fileira de uma peça que Débora Falabella estava apresentando na cidade de São Paulo. Assim que a atriz entrou em cena, a mulher se levantou e saiu do teatro.
Em 2022, a denunciada criou um grupo no Instagram com Débora e a irmã da atriz e passou a enviar diversas mensagens. Ela chega a dizer que transa com a artista e fala em “loucura telepática”. Em dezembro do mesmo ano, a mulher descobriu o endereço de uma pousada na Bahia em que Débora passava férias e novamente tentou contato com a atriz por intermédio da proprietária do estabelecimento.
Quando voltou a São Paulo, Débora descobriu que havia recebido uma encomenda enviada pela stalker: um livro Romeu e Julieta, acompanhado de uma mensagem: “Para o meu Romeu, com muito amor”.
Depois desse episódio, a Justiça de São Paulo concedeu medida protetiva em favor de Débora Falabella e proibiu a stalker de manter contato com ela por qualquer meio de comunicação, além de frequentar os mesmos lugares que a atriz, mantendo distância mínima de 500 metros, sob pena de prisão.
Em junho do ano passado, o Ministério Público ofereceu denúncia, que foi recebida pela Justiça, o que tornou a suspeita ré pela prática de perseguição contra a atriz. Além disso, o juiz instaurou um incidente de insanidade mental para verificar se a mulher tinha ou não plena ciência dos atos praticados por ela e, consequentemente, se ela poderia cumprir algum tipo de pena em caso de condenação.
No entanto, em setembro de 2023, a suspeita descumpriu as medidas protetivas ao entrar em contato com Débora tanto pelo Instagram quanto pelo WhatsApp. A moça pediu desculpas pelo comportamento ao longo dos anos, além de dizer: “Minha vida não tem mais sentido quando penso que nunca mais vou poder assistir a uma peça sua”.
A defesa de Débora Falabella pediu a prisão preventiva da mulher. O pedido foi acatado pelo Ministério Público e pela Justiça. Após a expedição do mandado, surgiu a informação de que a moça estaria internada em uma clínica psiquiátrica.