Julgamento do acusado de matar o ator Rafael Miguel é marcado
Paulo Cupertino, que está preso desde maio do ano passado, vai enfrentar um júri popular às 13h do dia 10 de outubro
atualizado
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Cinco anos após matar o ator Rafael Miguel e os pais do jovem, Paulo Cupertino já tem data para ir a júri popular: às 13h do dia 10 de outubro. O agendamento foi anunciado no diário da Justiça Eletrônico desta quinta-feira (22/8).
O comerciante está preso desde maio do ano passado, depois de ficar quase três anos foragido. A decisão de levar o réu a júri popular foi do juiz Ricardo Augusto Ramos, da 1ª Vara do Júri.
Além de Paulo Cupertino, serão julgados dois homens que teriam ajudado o comerciante em sua fuga. Wanderley Antunes Ribeiro e Eduardo José Machado são acusados de emprestar R$ 5 mil e uma CNH para ajudá-lo a sair de São Paulo.
Cupertino foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) por homicídio doloso duplamente qualificado cometido sem chance de defesa das vítimas e por motivo fútil. De acordo com o MPSP, ele matou Rafael Miguel e os pais do jovem porque não aceitava o namoro de sua filha, a época com 18 anos, com o artista.
O crime aconteceu em 2019. Rafael Miguel, conhecido por ter interpretado Paçoca na novela Chiquititas, João Alcisio Miguel, de 52 anos, e Miriam Selma Miguel, de 50, foram a casa com a filha do comerciante para conversar sobre o namoro dos jovens. Ao chegaram ao local, contudo, eles foram surpreendidos por Cupertino, que estava armado e atirou contra a família. Os três morreram.
Quando foi ouvido pela primeira vez, Cupertino ficou em silêncio. Ele era representado pela Defensoria Pública de São Paulo, mas contratou advogados particulares e tentou marcar um novo depoimento, o que poderia atrasar o desfecho do caso. O pedido foi negado pelo juiz.
“Inviável, a partir do momento da mudança de linha de defesa, com a constituição de defesa particular após o encerramento da instrução, que o processo retorne ao estado anterior, sendo importante destacar que o acusado poderá apresentar sua autodefesa em plenário, perante os jurados, juízes naturais da causa, não havendo qualquer prejuízo concreto ao réu”, justificou o magistrado.
O crime
O empresário Paulo Cupertino não aceitava o namoro da filha, Isabela Tibcherani, que na época tinha 18 anos, com o ator Rafael Miguel, de 22. O rapaz era conhecido pela participação na novela Chiquititas, do SBT.
Em 9 de junho, o ator e os pais dele, João Alcisio Miguel e Miriam Selma Miguel, teriam ido até a casa da jovem para tentar convencer Cupertino a aceitar o relacionamento. Rafael e seus pais foram mortos a tiros.
Paulo Cupertino se escondeu em sítio
O empresário Paulo Cupertino Matias, que matou o ator Rafael Miguel e os pais dele em junho de 2019, passou por pelo menos sete cidades de três estados e se escondeu, até pouco tempo, em um sítio no Mato Grosso do Sul.
Ele atirou nas vítimas por não aceitar o namoro da filha, Isabela Tibcherani, com ao artista. Depois do crime, ele fugiu e segue procurado pela polícia desde então.
Até o dia 27 de outubro, Cupertino estava trabalhando em um curral de Eldorado (MS). Ele teria permanecido no local entre 8 e 15 meses. As informações são do G1.
Para despistar os policiais, ele utilizou o nome “Manoel Machado da Silva”, além de adotar um visual com uma barba branca e comprida e um boné para se disfarçar.
A Polícia Civil de São Paulo conseguiu fotos que mostram o a fisionomia mais recente de Cupertino, que fugiu outra vez. O empresário continua na lista dos mais procurados do estado.
Depoimentos de testemunhas e informações da investigação apontam que após fugir, Cupertino passou por Sorocaba, Águas de São Pedro, outra cidade não informada e Campinas, todos municípios paulistas.
Ele seguiu para Ponta Porã (MS) e Jataizinho (PR). Nesses locais, Paulo conseguiu fazer um novo CPF e um novo RG, ambos falsificados. Além do nome Manoel, o empresário utilizou dados pessoais que não são dele.
Com os documentos falsos em posse, seguiu para Eldorado (MS) onde arrumou emprego em um sítio.
No final de outubro, foi anunciada a prisão de Cupertino, porém a Polícia Civil de São Paulo informou que a Polícia Militar do Paraná teria “se confundido. A PMPR por sua vez, disse ao Metrópoles que o equívoco, na verdade, ocorreu “por parte da autoridade policial de São Paulo ao efetuar tais informações”.
Em Sorocaba, Paulo telefonou para dois amigos, um da capital paulista e outro justamente do município em que estava. Em depoimento à polícia, os dois disseram que foram coagidos a ajuda-lo porque ele estava armado.
Em Águas de São Pedro o empresário procurou uma mãe de santo. Chegando ao local, ela orientou para que ele se entregasse, porém ele não fez isso.