metropoles.com

Inquérito revela que Djidja Cardoso era torturada fisicamente pela mãe

Em depoimento, a empregada da família contou que Cleusimar Cardoso tinha comportamento agressivo com a filha

atualizado

Compartilhar notícia

Instagram/Reprodução
Djidja Cardoso, mãe e irmão posam dentro de um rio - Metrópoles
1 de 1 Djidja Cardoso, mãe e irmão posam dentro de um rio - Metrópoles - Foto: Instagram/Reprodução

Nesta terça-feira (3/9), detalhes do caso da morte de Djidja Cardoso vieram à tona. De acordo com o inquérito, que tramitava em segredo de Justiça, a mãe da ex-sinhazinha do Boi Garantido, Cleusimar Cardoso, agredia a filha fisicamente. As informações são do G1.

No documento que a publicação teve acesso, a empregada que trabalhava na casa da família que criou a seita Pai, Mãe, Vida, que promovia o uso de cetamina, afirmou que a matriarca tinha um comportamento agressivo com a filha. Por muitas vezes, machucava Djidja, como “assanhar” os cabelos dela, beliscá-la, além de torções no braço.

“Djidja estava fraca e mal conseguia se defender e, inclusive, sempre pedia para Cleusimar parar com o comportamento que a machucava”, disse a funcionária que prestava serviços desde 2022.

A colaboradora ainda relatou que o uso da droga sintética se tornou frequente com o passar dos anos. Cleusimar, Djidja e Ademar Cardoso, irmão da dançarina, também passaram a injetar o anabolizante Potenay, que é um preparado químico usado, originalmente, para recuperação física de animais de grande porte.

Segundo ela, Djidja e Ademar costumavam fazer pedidos de analgésicos por telefone, durante a manhã, enquanto tomavam café. Na delação, a empregada garantiu que a família utilizava um código para pedir os entorpecentes, que eram divididos em 20ml para Djidja, 20ml Ademar e 10ml para Cleusimar.

“Ela [Djidja] ficou muito dependente, então ela não vivia mais sem [a cetamina]. Várias vezes a gente tentou fazer alguma coisa, nós fizemos BOs. Porém, a mãe e os funcionários proibiram nossa entrada. A gente não podia fazer nada”, ressaltou a moça.

Sobre a bailarina estar sempre entorpecida, a funcionária explicou que a família já tinha ciência e chegou a denunciar a situação um ano antes da morte de Djidja Cardoso, que aconteceu em 30 de maio deste ano. A ex-sinhazinha não recebia mais visitas e nem saía de casa, uma vez que estava sempre sob efeito da droga.

Em julho, a Justiça do Amazonas aceitou a denúncia do Ministério Público contra a mãe de Djidja CardosoCleusimar Cardoso, o irmão dela, Ademar Cardoso, e o ex-namorado dela, Bruno Roberto da Silva, por tráfico de drogas. Os três, além de outras sete pessoas, se tornaram réus pelo crime.

5 imagens
"Controle seus poderes", diz mãe de Djidja Cardoso ao filho
Djidja Cardoso foi encontrada sem vida na casa de sua família, na semana passada
Djidja Cardoso, a mãe e o irmão posam juntos e sorridentes
Djidja Cardoso posa abraçada com a mãe e o irmão
1 de 5

Empresário suspeito de vender cetamina à família de Djidja Cardoso se entrega

Instagram/Reprodução
2 de 5

"Controle seus poderes", diz mãe de Djidja Cardoso ao filho

Instagram/Reprodução
3 de 5

Djidja Cardoso foi encontrada sem vida na casa de sua família, na semana passada

Instagram/Reprodução
4 de 5

Djidja Cardoso, a mãe e o irmão posam juntos e sorridentes

Instagram/Reprodução
5 de 5

Djidja Cardoso posa abraçada com a mãe e o irmão

Instagram/Reprodução

A decisão é do juiz Celso de Paula, titular da 3ª Vara Especializada em Crimes de Uso e Tráfico de Entorpecentes (Vecute). Na mesma decisão em que aceitou a denúncia do MP, o magistrado também negou o pedido apresentado pelas defesas de quatro deles para relaxamento da prisão.

Dos 10 acusados, quatro respondem ao processo em liberdade e seis estão presos. Por ora, o Ministério Público só denunciou o grupo por tráfico de drogas. No entanto, o órgão ministerial, por meio de outras promotorias de Justiça, pode denunciar os envolvidos por outros crimes como: charlatanismo, curandeirismo, estupro de vulnerável e organização criminosa.

Caso Djidja

Djidja Cardoso morreu, aos 32 anos, no dia 28 de maio. Seu corpo foi encontrado pelo ex-namorado em um dos cômodos da casa, em Manaus. A moça representou a sinhazinha do Garantido no Festival Folclórico de Parintins entre 2015 e 2020, quando se aposentou da arena.

Segundo a investigação, a família de Djidja criou o grupo religioso “Pai, Mãe, Vida”, que promovia o uso indiscriminado da droga sintética cetamina, de uso humano e veterinário, que causa alucinações e dependência.

Na denúncia, o promotor de Justiça André Virgílio Betola Seffair disse que a mãe de Djidja, Cleusimar Cardoso, estava no núcleo central do esquema de tráfico de entorpecentes.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comFábia Oliveira

Você quer ficar por dentro da coluna Fábia Oliveira e receber notificações em tempo real?