Gusttavo Lima tem vitória em processo aberto por fãs
O cantor foi acionado na Justiça após ter um show em Caruaru, Pernambuco, cancelado. Os autores haviam comprado ingresso
atualizado
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Além das investigações pela Polícia Civil por conta das bets, Gusttavo Lima ainda tem que se preocupar com processos menores. Mas desta vez a Justiça de Pernambuco deu ganho de causa para o cantor, que foi processado por dois fãs por conta de um show cancelado em Caruaru, Pernambuco.
De acordo com o colunista Peterson Renato, do Hora Top TV, os dois autores resolveram acionar o sertanejo porque haviam comprado ingressos para o evento Embaixador Sunset, que aconteceria no dia 5 de novembro de 2022.
Nos autos, eles explicaram que foram informados da suspensão do show dois dias antes. No processo, os fãs pediram indenização por danos morais de R$ 6 mil para cada um, além da devolução do valor de R$ 170 do ingresso em danos materiais, para um deles.
A defesa de Gusttavo Lima e da empresa Balada Eventos e Produções Ltda, que gerencia a carreira do sertanejo, afirmou que os réus agiram dentro dos termos contratados e que o evento não ocorreu por motivo alheio à vontade do artista. E a Justiça concordou, dando ganho de causa para o cantor em primeira instância.
“É fato público e notório o fechamento de vias e rodovias nas datas do evento, impedindo o deslocamento dos artistas contratados e de parte dos consumidores. Noutro lado, constato que os requeridos remanescentes não permaneceram inertes ao promover possibilidade de devolução do ingresso, motivo pelo qual não há que se falar em danos materiais”, determinou o juiz Marcos Antônio Tenório, da 1ª Vara Cível da Comarca de Pesqueira.
Não satisfeitos, os dois fãs recorreram da decisão, mas fora surpreendidos com a decisão dos desembargadores de se manter a sentença anterior. Eles consideraram que o caso se trata de caso fortuito externo.
No acórdão, ficou esclarecido que não tinha como se prever que na data marcada para a realização do evento ocorreria o bloqueio parcial de rodovias.
“Na espécie, entendo que se trata de claro fortuito externo, hipótese de excludente de responsabilidade civil objetiva nas relações de consumo. Com efeito, não tinha como prever que na data marcado para a realização do evento ocorreria o bloqueio parcial de rodovias”, escreveu o magistrado.
Gusttavo Lima segue sendo investigado sobre as bets
No fim do mês passado, Gusttavo Lima teve a prisão preventiva revogada pela Justiça de Pernambuco, através de um habeas corpus, julgado em caráter liminar. O cantor é acusado de lavagem de dinheiro por práticas de jogos de azar na Operação Integration, a mesma que deteve Deolane Bezerra.
Lima viajou para Miami, nos Estado Unidos, antes do mandado de prisão ser expedido. O sertanejo ainda teve as contas bloqueadas, o passaporte, o porte e a posse de arma de fogo retidos. As medidas também foram revertidas.
A decisão foi deferida pelo desembargador Eduardo Guillard, o mesmo magistrado que autorizou a soltura de Deolane, sua mãe, Solange Bezerra, e os demais investigados da Operação Integration.
As informações foram publicadas pelo perfil Renato Sertanejeiro e confirmadas pela coluna Fábia Oliveira.
Empresas do cantor ocultaram valores ilegais
De acordo com a juíza Andréa Calado da Cruz, que expediu o mandado de prisão contra Gusttavo Lima, a Balada Eventos e Produções LTDA – empresa do músico – é responsável pela conduta de ocultar valores provenientes dos jogos ilegais da HSF Entretenimento Promoção de Eventos.
No dia 25/5/2023, a Balada Eventos recebeu R$ 4.947.400 em um lançamento e no dia 3/4/2023, outro de R$ 4.819.200. A produtora ainda camuflou dinheiro da Sports Entretenimento Promoção de Eventos e Pix 365 Soluções Tecnológicas, ao guardar no cofre da empresa R$ 112.309, 5.720 euros, 5.925 libras e U$ 1.005.
“Há, portanto, indícios suficientes da participação dele no crime de lavagem de dinheiro”, concluiu Andréa Calado da Cruz.
Empresa de Gusttavo Lima tem milhões bloqueados
Gusttavo Lima teve seu nome envolvido na operação da Polícia Civil de Pernambuco contra um esquema de lavagem de dinheiro e jogos ilegais. E, no início de setembro, uma reportagem do Fantástico revelou que a empresa do cantor, Balada Eventos, teve o bloqueio de R$ 20 milhões decretado pela Justiça por conta dessa ação.
Após a publicação da matéria, que recordou a venda do avião da companhia do sertanejo para outra instituição investigada, Gusttavo Lima resolveu se manifestar nos stories do Instagram. Na publicação, ele classificou tudo como “injustiça e abuso de autoridade”, explicou mais uma vez a transação com a JMJ e publicou uma nota de seu advogado, Cláudio Bessas.
“Injustiça. Em 2023, a Balada Eventos efetuou a venda de uma aeronave para uma das empresas investigadas. Foi pago um valor a título de sinal em decorrência desse contrato. Essa aeronave seguiu para uma inspeção pré-compra, onde, diante do laudo que foi emitido, essa pretensa compradora desistiu da compra. FOi feito um destrato do contrato entabulado e a Balada Eventos devolveu o valor recebido a título de sinal”, começou ele.
Em seguida, Gusttavo Lima esclareceu a venda do avião: “Posteriormente, a Balada Eventos vendeu essa aeronave para a JMJ. Em 2023, o contrato foi devidamente cumprido pela empresa JMJ e a Balada Eventos emitiu o recibo de transferência dessa aeronave”, disse, antes de completar:
“Nós entendemos que a Balada Eventos foi inserida no âmbito dessa operação simplesmente por ter se transicionado comercialmente com essas empresas investigadas. Houve um excesso, sim, por parte da autoridade. Poderia ter sido emitida uma intimação para que a Balada Eventos prestasse conta desses valores recebidos dessas empresas”, afirmou.
Logo depois, garantiu que sua empresa vai se defender: “Inserir a Balada Eventos como sendu uma integrante de uma suposta organização criminosa e lavagem de dinheiro? Ae é loucura!!! Esses fatos são a mais absoluta verdade e serão levados ao conhecimento do juízo”, comentou.
E encerrou: “Se a Justiça existir nesse país, ela será feita… São 25 anos dedicados à música, todos vocês sabem da minha luta para chegar até aqui. Abuso de poder e fake news eu não vou permitir… Sou honesto”, declarou.
Na nota oficial publicada pelo cantor, assinada pelo advogado, o especialista reafirmou o que o sertanejo já tinha contado: “A Balada Eventos apenas vendeu um avião para uma das empresas investigadas. A operação de compra e venda seguiu todas as normas legais e isso está sendo devidamente provado para a autoridade policial e Poder Judiciário”, escreveu.
E explicou: “Destacamos também que Gusttavo Lima apenas mantém contrato de uso de imagem em prol da marca Vai de bet. A Balada Eventos e Gusttavo Lima não fazem parte de nenhum esquema de organização criminosa de exploração de jogos ilegais e lavagem de dinheiro”, postou.
E continuou com seus esclarecimentos: “A Balada Eventos é uma empresa que gerencia a carreira artística de Gusttavo Lima. Atua no ramo de show business há mais de 10 anos e sempre prezou pelo cumprimento das leis e da ordem pública. Jamais seria conivente com qualquer fato contrário ao ordenamento de nosso país”, revelou.
No fim, o advogado contou que a empresa vai se defender: “A Balada Eventos irá se manifestar nos autos, apresentando os documentos pertinentes, para ser esclarecido definitivamente que não há qualquer envolvimento com o objeto da operação da polícia”, finalizou.