Foto: nadador italiano foge da Vila Olímpica e dorme na rua
Thomas Ceccon, campeão nos 100 metros nado costas, preferiu descansar em uma praça de Paris, deitado sobre uma toalha
atualizado
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Não é de hoje que alguns atletas reclamam das condições das instalações da Vila Olímpica de Paris. E o nadador italiano Thomas Ceccon acabou virando símbolo das queixas. O rapaz, que ganhou duas medalhas, viralizou ao ser flagrado dormindo ao ar livre para fugir dos incômodos do local oferecido aos competidores.
A imagem que circulou nas redes sociais nos últimos dias foi postada stories do remador saudita Husein Alireza. Apesar de não se saber a data exata do clique, a foto virou assunto nas redes sociais.
Em entrevistas recentes, Thomas Ceccon reclamou da falta de ar-condicionado e de conforto, do barulho e a escassez de comida: “Muitos atletas saem por este motivo: não é um álibi nem uma desculpa, é a realidade de algo que talvez nem todos saibam”, disse o nadador, segundo o The Telegraph.
Ao Daily Mail, o italiano contou que “é difícil dormir tanto à noite quanto à tarde” no alojamento dos atletas. E completou: “Normalmente, quando estou em casa, durmo sempre à tarde. Aqui, eu realmente luto entre o calor e o barulho”, apontou.
No Twitter, os internautas comentaram a situação do rapaz e brincaram: “Onde ele está dormindo para eu ir dormir com ele 💞🥺✨ e alugar um hotel de luxo se ele quiser”, questionou uma. “É realmente lamentável como o lugar para eles descansarem é um lixo. E isso acontece em todas as cidades olímpicas. Acho que cada país precisa cuidar melhor de suas equipes olímpicas e uma pessoa de cada país estar lá não fazendo nada além de garantir que suas necessidades sejam atendidas, inspecionando as camas e a comida. Façam melhor”, aconselhou outro. “Pensava que os atletas eram bem acomodados…. Triste realidade e falta de respeito com que se dedicou muito para estar representando seu país!”, lamentou um terceiro.
Vale lembrar que é verão no Hemisfério Norte e Paris vem sendo afetada por uma onda de calor que chega a 40°C.
Ceccon, de 23 anos, conquistou o ouro nos 100m costas e o bronze no revezamento 4x100m livre em Paris.
Calorão e polêmica
A decisão do Comitê Organizador das Olimpíadas de Paris por não incluir ar-condicionado permanente nos quartos da Vila Olímpica deu o que falar nas últimas semanas. Devido à ausência do aparelho, alguns comitês optaram por alugar equipamentos portáteis para a acomodação dos atletas em meio ao calor do verão francês.
Em coletiva de imprensa, no fim do mês passado, a diretora de sustentabilidade dos Jogos de Paris, Georgina Grenon, explicou as razões por trás da decisão de não incluir climatizadores permanentes nos quartos.
“A vizinhança da Vila Olímpica foi concebida para ajudar a manter a temperatura mais baixa dentro dos prédios, em níveis que são aceitáveis para pessoas normais”, afirmou Georgina.
A temperatura mencionada pela diretora de sustentabilidade equivale a 26 graus celsius, o que ainda pode representar um clima incômodo para atletas que não estão acostumados com o calor.
“Nós podemos entender que os principais atletas do mundo possam exigir um maior conforto, e por isso nós avalizamos a possibilidade de alugar temporariamente aparelhos de ar-condicionado. Essa foi uma decisão que alguns comitês nacionais tomaram”, completou a diretora de sustentabilidade.
Camas “anti-sexo”
Outro detalhe da Vila Olímpica que virou notícia na imprensa foram as 16 mil camas “anti-sexo”. Assim como em 2020, em Tóquio, as camas dos atletas também serão feitas de papelão. Mas os atletas puderam escolher o colchão que melhor se adequa às suas necessidades para as camas, se mais macios ou mais rígidos.
Apesar da fama de serem camas “anti-sexo”, o material usado na confecção das camas é uma medida sustentável adotada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). A popularização do termo, no entanto, se deu devido à fragilidade do material utilizado.
Segundo a fabricante utilizada em Tóquio, a Airwave, apesar da escolha pelo material ecológico, as camas são resistentes e não desmontariam mesmo se utilizadas durante atos sexuais, contanto que apenas duas pessoas estejam envolvidas na ação.
Além das supostas camas “anti-sexo”, o COI irá disponibilizar 300 mil camisinhas para delegação, treinadores e equipe de suporte na Vila Olímpica dos Jogos de Paris.