Fã é impedida de entrar com cão de assistência em show de Leonardo
Leticia Alves conversou com a coluna, com exclusividade, e contou que assistir à apresentação do cantor seria a realização de um sonho
atualizado
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O que era para ser a realização de um sonho para uma fã de Leonardo, virou pesadelo e tristeza. Leticia Alves, de 34 anos, foi impedida de entrar na casa de shows onde o cantor se apresentaria, no último sábado (19/10), com seu cão de assistência, um border collie de pequeno porte chamado Jackson. Em um bate-papo exclusivo com a coluna, ela contou como tudo aconteceu.
Diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TDA), Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Transtorno de stress pós-traumático (TEPT), a médica veterinária revelou como seu pet a ajuda nos momentos mais difíceis para ela.
“O Jackson é treinado para intervir nas minhas crises de pânico. Show ou qualquer outro lugar de aglomeração são os tipos de lugares que me dão gatilhos diretos para crise. Então, ele ajuda me dando segurança e intervindo caso aconteça, de fato, uma crise”, contou.
Questionada se o barulho do show não seria prejudicial ao cão, ela garantiu que não: “Ele estaria em um local longe das caixas de som, aonde não seria prejudicial para a audição dele”, explicou.
A confusão começou logo na entrada. Apesar de os representantes do local e a assessoria da fã terem combinado a entrada de Jackson, com toda a documentação comprobatória e laudos, queriam obrigá-lo a usar focinheira, o que não seria necessário devido ao seu tamanho.
“O impedimento foi somente porque quiseram impor a focinheira. Coisa da qual ele não é obrigado a usar. O funcionário não deu nem a oportunidade de falar do assunto. Me senti extremamente frustrada, triste e tendo que lidar com as consequências disso que, para uma pessoa autista, é muito pior. Eu só queria realizar meu sonho de ver um show do meu ídolo”, lamentou ela que relatou, inclusive, que sua amiga foi empurrada pelo diretor da casa.
Ainda durante o bate-papo, Leticia Alves revelou que registrou um boletim de ocorrência contra a casa de shows Brahma Valley, em Valinhos, São Paulo, mas disse que ainda não sabe se vai processar: “Ainda não tomei uma decisão a respeito. É algo que também afeta o emocional de uma forma grande e precisa ser pensado com calma”, analisou.
Apesar de saber que o cantor não tem culpa do ocorrido, a veterinária tentou contato com ele pelas redes sociais, mas ainda não conseguiu um retorno: “Enviei mensagens no Instagram dele, marquei ele nas minhas publicações. Mas não obtive retorno. De fato, ele não tem culpa alguma, mas eu sigo com o sonho de assistir um show dele e conhecê-lo”, comentou.
A coluna tentou contato com a assessoria de imprensa de Leonardo, sem sucesso.
O que são animais de assistência emocional?
Os AAE são animais domésticos que podem proporcionar apoio emocional a pessoas que sofrem por condições de saúde mental. “Seu papel é oferecer companhia e conforto aos seus tutores, ajudando a reduzir sintomas”, informa o psicanalista Artur Costa.
Isso porque a interação com os pets pode diminuir os níveis de cortisol (hormônio do estresse) e aumentar a produção de oxitocina, promovendo uma sensação de bem-estar.
“Eles oferecem companhia e apoio em que, a médio prazo, traz alívio da solidão, especialmente para pessoas que vivem sozinhas”, descreve a psicóloga clínica Gabriela Borba. Cuidar de um AAE pode ajudar a estabelecer uma rotina, proporcionando estrutura e propósito diário.