Exclusivo! Verônica Costa se pronuncia sobre acusação de tortura
Após a coluna noticiar que a Mãe Loira foi condenada a 10 anos de prisão, ela emitiu um comunicado, prestando esclarecimentos
atualizado
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Após a coluna noticiar a condenação de Verônica Costa, conhecida como Mãe Loira, por torturar seu ex-marido, Márcio Costa, a vereadora do Rio de Janeiro entrou em contato com essa colunista que vos escreve, com exclusividade, e emitiu um comunicado oficial sobre o episódio.
Confira abaixo, o esclarecimento da parlamentar:
“Quando um homem quer destruir a vida de uma mulher ele vai até o final. Isso me ensina que você não tem que ter medo de ficar sozinha. Isso faz com quem as mulheres se agarrem a migalhas, miudezas, e aceitem humilhações inaceitáveis.
Sangro essa dor desde que saiu o resultado do julgamento há 10 anos atrás. Eu acredito na justiça de Deus, eu acredito na justiça dos homens. Eu nunca fiz nada disso que ele alega, minha família também não. As alegações da defesa do Marcio são que a antena do meu celular estava próximo do ocorrido. Pelas nossas provas técnicas, exames de DNA, Corpo de delito da família, não há crime cometidos por nós, a família inteira estava sem um arranhão. Eu um tenho registro na Deam que escondi da imprensa de uma ameaça que ele fez com arma na cabeça. Na época tive vergonha, vergonha de ter passado por isso.
Estamos recorrendo a esta condenação injusta. Aguardaremos a justiça ser feita. 10 anos de violência em que guardei essa dor, todos que me acompanham sabem que sempre fui uma mulher que cuidou das pessoas, que dediquei a minha vida inteira ao trabalho, para curar a dor das pessoas, das mulheres, dos jovens, dos idosos, das crianças, dos animais. Abri mão de tudo desde a minha juventude até hoje para estar ao lado do povo nas ruas, na chuva, no sol, em todos os momentos destes 20 anos.
Fui casada por muitos anos com o Romulo pai dos meus filhos, nunca tivemos problemas. Me sentia mais segura em estar casada mesmo sofrendo tanto com o Márcio. Engolia tudo, todos os problemas, depois das farras quando ele voltava drogado, quando ele voltava alcoolizado, fora de si e muito violento. O Marcio arrumava briga com todo mundo quando estava nesse estado.
Minha família sempre me avisou, meus amigos clamavam para que eu o largasse. Mesmo assim, eu adoeci, foram anos na cama, sem ver a luz do dia e sempre aprendendo a perdoar mais um erro. Eu vivi violência com a minha mãe e meu padrasto e o resultado disso foi eu ter normalizado que um homem pode fazer tudo, bater, xingar, adoecer. Sempre ouvi desde adolescente que a mulher que está sozinha tem algum problema, ou é feia, ou é maluca, ou é chata. Sempre fui chamada de mãe loira porque na falta do amor de minha mãe e do meu padrasto me apeguei ao preenchimento de estar nos bailes e hoje nas ruas dando todo o amor que uma mãe pode dar.
Eu acreditava muito que poderia mudá-lo, sei que muitas mulheres vão se encontrar neste texto. Sempre achamos que aquela violência será a última, sempre achamos que aquele xingamento será o último, porque sempre vinha com um arrependimento”.