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Exclusivo! Lorena Comparato revela já ter presenciado assédio na Globo

Atriz, que está na nova temporada de Cine Holliúdy, falou sobre seus trabalhos na TV e deu uma opinião sincera dos casos de assédio na Globo

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1 de 1 Foto colorida de Lorena Comparato segurando claquete - Metrópoles - Foto: Reprodução/Instagram

Lorena Comparato vem com tudo na próxima temporada de Cine Holliúdy, que estreia no dia 27 de maio. Com sua personagem Formosa, a atriz promete trazer muita alegria e diversão para os amantes da série, que chega à sua terceira temporada com novos personagens.

Além desse trabalho, a artista esteve, recentemente, como uma das protagonistas de Rensga Hits!, disponível no Globoplay, mas que, em breve, também será exibida na TV aberta. Não Foi Minha Culpa, série do Star+, foi mais uma produção audiovisual onde pudemos ver Lorena Comparato dando um show de interpretação. E com tantos sucessos, a alegria no coração da atriz é evidente.

Em entrevista para esta coluna, Lorena falou sobre a ansiedade na estreia de Cine Holliúdy, comemorou o sucesso de Formosa, além de revelar seus principais desafios nesta temporada. A atriz, que já contou ter sofrido assédio na infância, também bateu um papo sobre o assunto e deu a sua opinião sobre como a temática é trabalhada na Globo, onde muitos casos vieram à tona nos últimos anos.

Confira a entrevista completa:

Você está ansiosa para a volta de Cine Holliúdy?
Estou muito! E vou explicar o por quê… A gente fez, pela primeira vez, duas temporadas, uma atrás da outra. Eu nunca tinha feito isso na minha carreira.

A segunda temporada a gente recebeu os textos antes, deu uma estudada, deu uma trabalhada, uma ensaiada, até que a gente parou por causa da Pandemia e voltou a gravar no ano passado. Então, foi uma segunda temporada muito esperada. Já a terceira temporada não teve uma pausa. Em um dia a gente fez uma leitura dinâmica dos episódios. Foi tudo muito rápido. Então, várias mudanças, vários inputs do elenco ou da direção que às vezes a gente vê um pouquinho antes da trama ser gravada, a gente não viu. Então, eu estou curiosa pra ver essa terceira temporada, entender onde ela foi parar, o que aconteceu com ela e para rever esses personagens tão loucos. Estou curiosa e muito animada.

O que podemos esperar da Formosa nessa terceira temporada?
Acho que a Formosa vai vim bem interessante… Ela vem com uma roupagem mais religiosa, acredita? Porque o Francis tem um pacto esquisito com o personagem do Alexandre Borges, que é o Diabo, e a Formosa, sendo a maluca da cidade, ninguém acredita nas coisas que ela fala. Isso tem um lado muito triste mas, ao mesmo tempo, a gente acompanha ela nessa temporada sabendo de tudo, então ela é uma das únicas que sabe desse pacto. E ela vai tentar alertar a cidade e salvar a mais nova amiga dela que é a Rosa Linda, uma personagem que entra nessa terceira temporada também.

A Formosa começou com uma aparição no sétimo episódio da primeira temporada da série, e parece ter caído nas graças dos público. Você sentiu isso?
Eu senti muito. E uma das coisas que eu não esperava e que eu senti demais foi cair nas graças das crianças. A Formosa tem esse lado inocente quase infantil que eu acho que encanta mesmo, né? Então, eu fiquei muito impressionada.

E outra coisa que eu fiquei muito impressionada também foi como as minhas loucuras, as minhas doideiras que eu imprimi na Formosa encantam as pessoas. Eu faço umas coisas que a galera fala assim: ‘eu não estou acreditando que você fez aquilo’. Aí uma outra cena que eu tive que fazer uma voz e as pessoas vêm falar comigo da cena. ‘Eu amei a voz que você fez no final da cena’. E eu falo assim: ‘cara que engraçado, como atravessa as pessoas’.

Esse amor do público pela Formosa é uma retribuição muito grande pelo esforço, pelo trabalho que eu coloquei nessa personagem, sabe? E ela não caiu só nas graças do público, pegou as graças da equipe também. Eu fui fazer uma participação e eu fiquei. É muito legal isso, para uma atriz, é uma grande honra.

O que você e a personagem têm em comum?
Cara, sou maluca. Completamente maluca. O melhor é que tem gente que fala assim: ‘hum, tem cara de drogada’. E eu não uso droga, não gosto muito de beber. Eu sempre fui a adolescente que fica até cinco horas da manhã com os amigos na base da Coca-Cola.

A liberdade dessa personagem, eu acho que eu tenho isso também. E eu acho muito bonito você viver uma vida livre. E outra característica que eu acho que eu sou muito parecida com ela é que eu sou muito sonhadora. Eu estou aqui descrevendo a Formosa e me descrevendo junto.

Qual foi a sua maior dificuldade nessa temporada?
Uma das minhas maiores dificuldades foi, quando a gente fez a segunda temporada, como eu te falei, eu já tinha visto um pouco o texto no início, a gente mergulhou bastante no texto, teve bastante ensaio. Pra terceira temporada, a gente teve um dia de folga e pouco contato com o texto antes da temporada de ensaio acontecer, de preparo, de tudo isso. Eu, como sou uma atriz de muita troca, muito preparo, eu gosto de falar sobre texto, eu gosto de me debruçar no ensaio antes da gente gravar porque tudo isso tem um tempo de maturação pra gente. É óbvio que se eu estou fazendo uma novela e recebo o texto na noite anterior, eu vou fazer ele lindamente no dia seguinte. Mas eu tenho esse tempo de maturação de dramaturgia, de troca, de conversa, de tudo isso. E a gente teve pouco tempo pra essa terceira temporada. Então ,eu acho que a minha maior dificuldade foi mergulhar nesse texto, um mergulho tão rápido, tão vertical em tão pouco tempo.

Além da estreia da nova temporada de Cine Holliúdy, Rensga Hits também estará em breve na TV aberta. Como está o coração com tantos trabalhos?
Eu falei que eu estou curiosa pra ver Cine Holliúdy e tal, mas eu já sabia que ia aparecer na televisão, né? Com Rensga Hits eu estou assim num nível… estou pirada. Fico muito feliz porque o alcance que eu gosto mesmo é o do canal aberto. A gente tem um alcance muito grande com o streaming e eu fico muito feliz, mas ainda é um serviço pago que não chega na casa de todo mundo.

Ter dois trabalhos tão ricos, tão plurais, tão lindos indo pra televisão no ano de 2023 é uma felicidade muito grande.

Além dessas duas séries, que trazem humor, você também participou de Não Foi Minha Culpa, que fala sobre assédio inspirado em histórias reais. Você já viveu essa experiência na pele e conseguiu forças para expor o seu caso ao público. Você percebeu um acolhimento por parte do público? E o que você diz para as mulheres que estão vivendo com essa mesma situação?
Eu reparei que, realmente, uma grande porta se abriu pra gente falar mais de assédio, falar mais desses tabus da sociedade, falar mais desses incômodos e, infelizmente, é colocando o dedo na ferida, falando sobre isso, que a gente pode mudar a nossa realidade. Por que que eu digo infelizmente? Porque requer muita coragem de falar nesse assunto. Requer muita coragem denunciar. Requer muita coragem perceber o que você está vivendo, falar sobre isso com os entes queridos.

Outra coisa que eu percebi é que é muito potente. E as pessoas têm muita dificuldade de falar nesse assunto, seja com um familiar, seja um amigo, seja quem for. A gente tem um dedo pra falar disso, uma dificuldade pra falar disso de tanto que a gente não fala. Então, eu sinto que quanto mais a gente fala mais a gente normaliza falar do assunto. O assunto é tão velado que ele não é denunciado.

Sou uma figura pública, falo disso publicamente justamente pra remexer e as pessoas poderem mudar a vida delas. E isso aconteceu. A quantidade de relatos que eu recebi on-line de pessoas que entenderam o que estavam vivendo por causa do meu relato, foi emocionante e já valeu a pena.

O que eu poderia dizer para uma pessoa que passou por isso, que passa por isso, é pra ela encontrar lugar de apoio e de acolhimento em qualquer pessoa que seja, seja um centro de reabilitação, seja uma amiga, seja um familiar…

Agora, quando a questão vem de uma pessoa muito próxima, e que a maioria dos casos é de um companheiro, de alguém que vive muito tempo com você, o amor turva as coisas. Eu acho que essa é a parte complicada de você viver numa situação que tem também o abuso, que o amor turva. E uma das coisas que eu acho que as pessoas que passam por isso têm que fazer é tentar tirar um pouquinho o amor.

De uns tempos para cá, nos deparamos com uma série de denúncias de casos de assédio na TV Globo, onde você trabalha desde 2009. Você já presenciou ou sofreu esse tipo de situação na emissora?
Eu estou nessa emissora há 15 anos. Eu acho que é impossível dizer que eu nunca presenciei ou que eu nunca passei por nenhum caso de assédio na emissora. Sim, já passei. Não foi nenhum assédio físico. O assédio abrange muitas coisas. Eu já vivi, já presenciei muita coisa.

Eu tenho muita admiração pela forma como a emissora se comportou diante do assunto. Eu acho que nesses 15 anos muita coisa mudou. E os casos que eu vi, que eu presenciei e que houve denúncias, eu vi o posicionamento da empresa de uma maneira muito firme. Fiquei muito satisfeita. E é isso. Mas assim, eu acho que nós como sociedade estamos mudando. E o que eu fico mais feliz é que uma empresa tão grande quanto a Globo muda junto com a sociedade.

Você acha que o departamento de Compliance da Globo tem atuado de forma efetiva contra esse crime ou as vítimas deveriam procurar outros meios de denúncia?
Na minha vivência, na minha experiência, sim. E isso não é diminuindo ninguém que já tenha feito alguma denúncia, que já tenha seguido alguma coisa. Eu acho que nesses casos, a gente tem que sempre ouvir a vítima e os casos sempre são muito particulares. Do que já vi, a Globo sempre foi muito atenta. O Compliance foi muito atuante. E de novo, como eu te falei, é uma coisa muito difícil você ter prova de assédio, é uma palavra contra a do outro. Então, todas as denúncias demoram muito. Todas. Tudo tem que ser muito investigado.

Eu acho que, a partir do momento que uma empresa se coloca a disposição de investigar e de ter equipe disponível, atenta, que liga, que quer saber, que demite, que afasta, eu fico feliz.

Tem alguma personagem que você não tenha feito, que seja seu sonho?
Eu acho que o grande sonho de muitos atores é fazer uma nova as nove. E eu eu tenho esse sonho, de fazer uma excelente personagem. E quem não gostaria de fazer uma vilã, né? E por que a novela das nove? Cara, eu acho que muito pelo reconhecimento, pelo alcance e pelo trabalho. Eu acho que é o desafio maior você fazer uma grande personagem de novela das nove. E eu, por exemplo, estou assim, super orgulhosa da minha amiga, Bárbara Reis, que agora será protagonista.

Agora, eu tenho gostado muito dessa ideia de fazer uma grande vilã. E outra coisa que está na ponta da minha vida e eu estou sentindo que está chegando, é que eu quero muito atuar em inglês. Eu tenho um inglês nativo, né? Eu nasci em Portugal e lá eu fui alfabetizada em inglês primeiro do que o português, então eu tenho muita vontade de atuar. Tenho vontade de atuar nos Estados Unidos também, eu tenho um namorado que mora lá, então eu eu estou sempre em Los Angeles.

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metropoles.comFábia Oliveira

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