Ex-repórter do Gugu posa sem roupa para anunciar “promoção” no Privacy
Rafael Machado, que se autointitula “Machadão”, resolveu ousar para convocar novos e antigos assinantes de seus conteúdos adultos
atualizado
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Ex-repórter do Programa do Gugu, Rafael Machado, que se autointitula “Machadão” nas redes sociais, resolveu ousar e posou sem roupas para anunciar uma promoção em seu perfil de conteúdo adulto.
Através do Twitter e do Instagram profissional, ele convocou o público: “Assine o Machadão 🪓🥵 Só 29,90! 😈 50% OFF 🔥”, escreveu na legenda da imagem em que aparece pelado, apenas cobrindo os ógãos genitais com a mão.
No último vídeo publicado na web, onde aparece nadando, os fãs reagiram: “Nossa gato molhado 🔥❤️”, disse um. “Príncipe encantado 😍”, elogiou outro. “Muso do verão 😍😍😍😍😍”, babou um terceiro. “Machadada sem dó 🔥”, pontuou mais um.
Assédio e depressão: o outro lado do conteúdo adulto
Nos últimos anos, ficou muito popular a profissão “produtor de conteúdo adulto”, que tem como meio de trabalho plataformas como OnlyFans, Privacy, entre tantas outras. Em meio a notícias de pessoas – principalmente mulheres – faturando milhares de reais com a venda de conteúdo erótico, o segmento tem um lado sombrio sobre o qual poucas pessoas falam.
Em agosto do ano passado, viralizou no Twitter o depoimento de uma ex-criadora de conteúdo adulto que fez um alerta para meninas que estão “deslumbradas” com a ideia de conseguir independência financeira com conteúdos sexuais.
Nele, Malu fala sobre os problemas psicológicos pelos quais passou porque, apesar de ter gostado de ganhar dinheiro e ter achado tudo muito divertido no início, não estava preparada para lidar com o lado sombrio das plataformas.
Ela decidiu entrar no segmento em um momento que estava desempregada e morando com a mãe. No início, ganhou muito dinheiro e se sentiu desejada, o que fez com que sua autoestima aumentasse. Contudo, o “pesadelo” começou com as cobranças dos assinantes.
“Seus assinantes nunca estarão satisfeitos com o que você produz e, para mantê-los ali, você começa a fazer coisas que não se sente confortável […] Você vira apenas um objeto sexual para 90% das pessoas e ninguém te enxerga mais como um ser humano”, afirmou. Ela ainda relatou situações de vazamento de conteúdos e de situações em que eles chegaram a familiares e amigos.
Por fim, o alerta da influencer foi para que as mulheres não façam perfis nessas plataformas caso não tenham um bom psicológico para lidar com essas questões. “Você vai se desgastar por um bom tempo e dinheiro nenhum vai pagar o mal que vai te causar”, finaliza.
Complexos emocionais
De acordo com o psicoterapeuta Thiago Guimarães, esse tipo de exposição sexual pública pode desencadear complexos emocionais profundos e perigosos conflitos internos, afetando o equilíbrio psíquico com o confronto entre o desejo de expressão pessoal e o confronto com a sociedade e os valores dela.
“Apesar de proporcionar benefícios financeiros, essa exposição pode envolver riscos significativos para a saúde mental. Uma pessoa, seja homem ou mulher, despreparada para lidar com o assédio, o julgamento social e a sensação de perda de controle sobre sua própria imagem, pode sofrer de ansiedade, depressão, baixa autoestima e traumas”, elucida.
Thiago ressalta que, para optar por esse tipo de carreira, o autoconhecimento é crucial para entender como essa escolha afetará sua psique e sua vida diretamente.
A psicóloga Larissa Fonseca complementa ao listar algumas perguntas que a pessoa precisa se fazer antes de decidir se tornar produtora de conteúdos adultos: quais minhas motivações para ingressar neste mercado?, quero mesmo isso ou não tenho outras opções?, quais são meus limites?, tenho o hábito de ceder aos meus limites?, o quanto vejo outras qualidades em mim além do julgamento exterior?, tenho algum apoio emocional e acesso a tratamento de saúde mental caso uma situação ocorra?, como ingressar neste mercado poderá afetar meu futuro?, se ou quando eu decidir sair, terei algum controle do conteúdo que foi postado? e seria ok caso estivesse em qualquer página ou conversa disponível?.
Além disso, a especialista recomenda que o acompanhamento psicológico ocorra desde o início do ingresso no meio adulto. Afinal, por mais “forte” e bem-resolvida que a pessoa seja, qualquer pessoa se beneficia da terapia.
“Nela, aprendemos a identificar quais são nossos limites, conhecer nossas fragilidades e gatilhos, além de se posicionar de forma assertiva para não permitir o assédio ou que outros determinem qual é o meu valor. Além disso, traçamos estratégias objetivas de enfrentamento ao assédio e às possíveis situações de opressão”, explica.