Ex-participante expõe novos detalhes polêmicos do reality de Marçal
Luiz Gabriel Godoy, que processou o influenciador, publicou um vídeo onde revelou tudo o que rolou nos bastidores de Lá Casa Digital 3
atualizado
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Um dos ex-participantes do reality show Lá Casa Digital 3, organizado por Pablo Marçal, decidiu expor novos detalhes dos bastidores do programa que aconteceu em maio do ano passado. Luiz Gabriel Godoy, que processou o influenciador, publicou um vídeo onde revelou tudo o que rolou na ocasião.
“Tratou todo mundo com desprezo, descaso”, disse ele, que pediu o contrato assinado por todos ao entrarem no programa, mas teve o pedido negado pela produção. “Procurei um advogado, fiz um boletim de ocorrência e relatei todo o ocorrido”, explicou ele. O documento chegou a ser publicado, na época, pelo colunista Paulo Capelli, do Metrópoles.
O reality reuniu participantes em uma casa para receberem mentoria e treinamentos intensivos sobre marketing digital, empreendedorismo e habilidades relacionadas ao mundo online. Godoy e mais 35 pessoas participaram do programa, pensando em mudar de vida com os ensinamentos de Pablo Marçal.
“A proposta do reality show, segundo era anunciado, era ser o maior reality show de marketing digital do mundo e virou uma grande febre”, destacou Gabriel no vídeo publicado.
Acontece que, durante o confinamento, o participante afirmou que precisou enfrentar diversas situações de desrespeito e maus-tratos. Segundo eles, todos ficaram sem alimentação adequada por longos períodos e foram submetidos a treinamentos físicos intensos sem acompanhamento médico.
Segundo as informações do vídeo, os treinamentos diários chegavam a 3 horas de duração e alguns vomitavam. “Não fizeram nenhum exame pra saber se a pessoa poderia fazer esses exercícios forçado, principalmente pessoas que não faziam exercícios a muito tempo”, disparou ele.
Em um dos dias de prova, os participantes precisaram montar jangadas, nadar, entre outras coisas, sem a supervisão de médicos, enfermeiros ou salva-vidas, de acordo com Godoy. “Não tinha ambulância, medico, ninguém apto a realizar primeiros socorros caso alguém precisasse. Uma menina cortou a perna em um barranco, terminou a prova, pediu ajuda e ninguém fez nada”, contou ele.
E completou: “Em um prova a gente teve que montar uma jangada e era pior porque tinha que atravessar um tanque inteiro. Ninguém perguntou quem sabia nadar, não tinha salva-vidas de prontidão, nada. Era fundo, muito sujo, com arame farpado”, destacou.
No vídeo, Gabriel Godoy criticou a postura de Pablo Marçal. “O que é servir? Servir pra ganhar seguidores? E pessoas que deixaram família, emprego, gastaram o dinheiro que não tinham pra estar no programa? [Ganhou] Milhões e milhões nas custas do participantes pra no final as pessoas terem que passar por várias situações”.
O rapaz contou, ainda, que após a gravação do reality, os participantes ficaram sem ter para onde ir. “Teve uma garota que veio de outro país, por conta dessa promessa de que seria o grande reality show, gigantesco. Quando terminou o reality show, deixaram ela na rua, ela ligou pra produção, pra equipe do Marçal, pediu ajuda pra se alimentar, já estava a dois dias com fome e a única resposta que ela teve foi: ‘A gente não pode fazer nada'”, disse ele no vídeo.
Ainda segundo o relato de Luiz Gabriel, ele ainda precisou fazer uma “cena” afirmando que estava largando o cigarro. “Eu sou fumante a anos, no regulamento não dizia nada que não aceitava fumantes e, em algum determinado momento, eu perguntei onde tinha um lugar na fazenda pra fumantes e o cara me chamou de canto, disse que eu tinha que parar de fumar, perguntou como eu queria prosperar se eu não controlava meu vício”, revelou.
Godoy continuou: “Ele falou: ‘Você tem duas alternativas, ou para de fumar agora e eu vou destravar a sua mente ou pega suas coisas, pega a estrada e vai’. Eu não tinha outra escolha. Veio um videomaker, me fez falar umas frases lá, queimei ao maços [de cigarro], disse que nunca mais ia fumar”, completou.
“Tive uma crise de ansiedade, quem fuma sabe como é, comecei a ficar apavorado, desesperado, tentei conversar com eles de novo e falaram que já estava feito, que não iam aceitar fumantes. No dia seguinte, os participantes vieram me dar forças, mas vendo que eu estava com agonia. Teve que ser na força da minha mente, passei 10 dias ali, agoniado, tendo que transmitir uma imagem de que não fumava mais, que tinha sido desbloqueado por esses procedimentos deles”, acrescentou.