Diretora diz que teve ideia do documentário das Paquitas: “Tem áudio”
Joana Di Carso afirmou que começou a fazer o trabalho em 2018, mas teve seu projeto “boicotado” por Xuxa e algumas das ex-assistentes
atualizado
Compartilhar notícia
O sucesso do documentário Pra Sempre Paquitas, produzido pelo Globoplay, não revelou os bastidores da produção do trabalho. Mas a diretora de cinema Joana Di Carso resolveu colocar a boca no trombone e afirmou que foi “boicotada” por Xuxa e algumas das ex-assistentes da apresentadora.
Acontece, queridos leitores, que ela conversou com o jornalista e fotógrafo André Müzell e relatou que a ideia de fazer o documentário foi dela, em 2018, e que chegou a entrevistar algumas das meninas, mas que tudo começou a desandar quando foi falado em valores de arrecadação.
Durante o bate-papo, ao qual a Coluna Fábia Oliveira teve acesso com exclusividade, Joana Di Carso contou como tudo começou e o que aconteceu assim que perceberam que ela teve uma ideia rentável.
Ao falar sobre o “roubo” de seu trabalho, a diretora foi direta: “A verdade, a gente nunca vai saber. Eu sei o que senti, o que percebi e o que vivi. E é o que eu falo pra todo mundo, se eu fosse uma pessoa muito cretina, eu tava soltando print por aí, de conversa que tive com paquitas e falando ‘aqui, amor, a ideia foi tudo mesmo?’, mas não preciso fazer isso. Tem print, tem áudio, e-mail, tem tudo”, garantiu ela.
Em seguida, ela relatou: “O que aconteceu, aconteceu e ninguém vai apagar a verdade. Eu fiquei calada em respeito às meninas. Eu não tenho como te garantir que a ideia foi da Xuxa. A única coisa que posso te garantir é que alguns depoimentos que vi da Xuxa falando sobre o documentário das Paquitas, ela mentiu”, disparou, antes de completar:
“Por exemplo, ela foi no Altas Horas, num programa que achei bem desnecessário, e falou que a ideia do documentário surgiu na casa dela, numa reunião que ela fez com as Paquitas. Nessa reunião, a Xuxa já sabia do meu projeto, eu já tinha depoimentos de paquitas gravado, ela mesma já tinha falado que poderia me dar uma entrevista, mas esperaria todas falarem. Então, ela finge que tudo isso não existiu, chega e fala em um programa que a ideia surgiu na casa dela?”, questionou.
Logo depois, Joana Di Carso declarou: “Se a ideia surgiu na casa dela, foi a ideia de roubar, boicotar o projeto, ou seja lá o que for. Agora, a ideia de fazer um documentário não surgiu na casa dela, surgiu comigo, em 2018. Nesse ponto, a Xuxa está mentindo”, detonou.
Ainda durante a entrevista, a diretora revelou quando teve a ideia de contar tudo o que aconteceu: “Quando o documentário foi lançado, várias polêmicas foram surgindo e várias paquitas foram se manifestando sobre o que tinha acontecido, colocando a insatisfação delas em jogo, quando a Andréa [Sorvetão] começou a contar a verdade, eu falei ‘é hora de eu falar alguma coisa'”.
Ela aproveitou para falar que há provas do que ela está falando na internet: “Eu não precisei falar [que a ideia foi dela], é só chegar no meu canal no YouTube quando publiquei isso. Não adianta querer apagar o passado, e muita gente tenta. Eu comecei isso em 2018. Basta colocar meu nome na internet”, pontuou.
E desabafou: “Ninguém precisava ter boicotado meu projeto, seria só mais um. Elas iam fazer o delas, do jeito e do tamanho que imaginavam, e, tecnicamente, muito melhor que o meu porque eu não ia ter dinheiro pra fazer o que elas fizeram. Toda a minha questão é: você não precisa diminuir, apagar e exterminar o outro para fazer o que você quer”, declarou.
Joana Di Carso disse também que seu primeiro contato sobre o documentário foi a Andréa Sorvetão, que pediu uma “benção” para Xuxa e, assim, começaram os encontros para gravar as entrevistas. Ela contou que chegou a pagar para a ex-Paquita vir para o Rio, gravar entrevista e a ajudar com outros agendamentos.
Quando estava com várias entrevistas marcadas e gravadas, a diretora apontou que uma das Paquitas, Priscila Couto, que é advogada, começou a reclamar da autorização do uso de imagem e a falar de lucros:
“Todo mundo tava assinando o termo padrão, mas ela reclamou. Falei para ela fazer as alterações e me mandar. Mas aí começou a surgir o assunto de dinheiro e falei que eu estava só gastando. Pedi pra me dizer quem é que estava querendo porcentagem que veria a possibilidade. Ela começou a arrumar problema e comecei a perceber um movimento estranho das Paquitas que tinham confirmado. Aí eu soube, através de três meninas, que as Paquitas estavam querendo fazer o próprio projeto, encabeçado pela Tati Maranhão”, lembrou.
Ainda durante a gravação Joana Di Carso garantiu que, depois de Sasha, a pessoa que mais ama Xuxa é Marlene Mattos: “A Marlene realmente ama a Xuxa, de verdade, até hoje. Porque ninguém aguenta o que vem acontecendo com ela, de ser escrotizada o tempo inteiro. A Marlene não tem nenhum lado positivo? Ela só é filha da p*ta. A Xuxa tem todos os lados positivos e a Marlene os negativos? Não, irmão. Eu acho que é por esse caminho que a gente tem que entender. A Xuxa era blindada e não via muita coisa, na minha concepção, e fechava os olhos por conveniência pra muita coisa”, analisou.
E completou: “Ninguém sabe se alguma coisa que a Marlene fez foi a pedido da Xuxa e não vai saber. Só se a Xuxa um dia botar a mão na consciência e falar ‘poxa, vida, eu acho que deveria ter feito isso e fechei os olhos porque era conveniente para mim’. Olha o que a Marlene fez por ela para ela estar cuspindo na cara da Marlene. Se a Xuxa é o que é hoje, foi também por causa da Marlene. A Xuxa não teria conseguido sozinha. Da mesma forma que Marlene não teria chegado onde chegou como diretora se não fosse a Xuxa e o talento dela”, declarou.
No fim da conversa, a diretora ainda mandou um recado para Xuxa, a aconselhou a fazer terapia e fazer as pazes com Marlene Mattos. E aproveitou para opinar sobre o documentário: “Não contou de fato o que foi ser Paquita. Quem foi, foi. Não tem só coisa ruim, tinha muita história boa, e o documentário foi para um lado que destruiu o sonho de uma geração. Levantaram só o lado ruim de ser Paquita, foi uma continuação do documentário da Xuxa”, encerrou.
A entrevista completa vai ao ar às 18h desta segunda-feira no canal Eu sou Fotografo — Deco Müzell, no YouTube.
“Coisa vingativa”, dispara Andréa Sorvetão
O documentário Pra Sempre Paquitas, produzido pelo Globoplay, rendeu muitas polêmicas. Andréa Sorvetão, uma das ex-ajudantes de palco mais famosas de Xuxa Meneghel, afirmou numa conversa exclusiva com a coluna Fábia Oliveira que não gostou do viés sensacionalista e “vingativo” que o documentário tomou contra a diretora Marlene Mattos.
“Eu achei um viés sensacionalista e uma coisa vingativa justamente sobre o foco, parece que quiseram detonar a Marlene. É uma pena, porque a história é muito legal, naquela época a forma que a Marlene agia era considerado normal, era uma mulher diretora no meio dos homens, uma mulher preta, nordestina homossexual… Se ela não se coloca, imagina quanto não iam pisar nela?”, questiona a ex-paquita.
Andréa Sorvetão confirmou que ficou magoada com Marlene Mattos, mas que superou suas diferenças no decorrer do tempo. “Fiquei chateada sim após minha saída. Ela não deixou eu divulgar meu LP, mas me chamou para o último Xou da Xuxa e a mágoa acabou quando ela me chamou pra trabalhar de novo. Gravei uma música com a Xuxa, acompanhei uma turnê com ela”, relembrou a famosa.
A ex-paquita reforçou que a antiga diretora é parte importante do sucesso de Xuxa na televisão. “Ela tinha uma responsabilidade muito grande cuidado de tantas crianças, tinha que ter pulso firme. Ela tem grande porcentagem do sucesso do Xou da Xuxa, foi a combinação perfeita”.