Defesa de Deolane cita filha de 8 anos em pedido de prisão domiciliar
A coluna teve acesso, com exclusividade, a petição da defesa da influenciadora enviada à Justiça; saiba todos os detalhes
atualizado
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Como já foi revelado, a defesa de Deolane Bezerra solicitou a revogação da prisão preventiva da influenciadora pra torná-la domiciliar. A coluna Fábia Oliveira teve acesso à petição enviada à Justiça e, nela, os advogados citam a filha da ex-Fazenda, de 8 anos, para que a medida seja aceita.
“A pequena Valentina é menor de 12 anos, motivo porque a prisão domiciliar é a medida necessária a ser aplicada ao presente caso”, diz um trecho do documento.
A defesa de Deolane também chama a prisão preventiva de “desproporcional” e menciona que a retenção do passaporte da influenciadora e o impedimento de realizar publicidade com a Esportes da Sorte, empresa investigada na operação, já seriam suficiente.
“É absolutamente desproporcional a manutenção da prisão preventiva, tendo em vista que possibilidade de aplicação de medidas do art. 319 do CPP são absolutamente suficientes para a manutenção da ordem pública, seja porque, a peticionária [Deolane] possui filha menor de 12 anos, seja porque é conhecida nacionalmente, e a mera retenção do passaporte e impedimento de realizar publicidade com a empresa investigada já seriam suficientes para garantir qualquer persecução penal”, diz o trecho.
Os advogados de Deolane Bezerra também destacam que a liberdade da ex-Fazenda não implicará em qualquer prejuízo à instrução criminal e citou que ela não tem personalidade volta ao crime. Ainda segundo a defesa, a soltura da influencer a retirará de más influências.
“Não tem personalidade voltada ao crime, tem residência estabelecida e ocupação lícita, portanto, sabe-se que não é afeita a cometer delito. Ao contrário, a liberdade somente a retirará de más influências, porquanto jamais teve o crime como meio de
vida. A soltura imediata da requerente tampouco implicará qualquer prejuízo à instrução criminal”, diz o documento.
A audiência de custódia de Deolane Bezerra
Deolane Bezerra passou por audiência de custódia nesta quinta-feira (5/9), onde a Justiça decidiu manter a sua prisão preventiva. A coluna Fábia Oliveira teve acesso à ata da audiência e conta os detalhes agora.
No documento é destacado que Deolane “foi ouvida sozinha dentro da sala de videoconferência”. Na audiência, ela respondeu a algumas perguntas. Entre elas, se na circunstância da prisão houve alguma violência, o que foi negado pela influenciadora.
“Circunstância da prisão. Relato de violência: Que não sofreu violência policial; mas que uma delegada de polícia a “impulsionou” a utilizar o telefone celular e teria realizado filmagens de forma ilegal. que foi ao IML”, diz o trecho.
Deolane também disse ter sido ouvida sem algemas e respondeu “não” ao ser perguntava se teria passado por atendimento médico ou se estaria grávida.
Diante da situação, “o promotor de Justiça entendeu que o mandado de prisão é válido e nada
tem a requerer”
Na ata ainda consta o pedido feito feita defesa de Deolane pela substituição da prisão em domiciliar.
“A defesa requereu pela substituição da atual prisão pela prisão domiciliar, inclusive em razão da presa se encontrar em local inapropriado para sua prisão, haja vista ser advogada; e que os autos sejam remetidos ao juízo natural, para fins de adoção das medidas que entender cabíveis”.
A prisão de Deolane Bezerra
A prisão de Deolane aconteceu, na quarta-feira (4/9), em um hotel no bairro de São José, na região central do Recife.
A influenciadora foi alvo da Operação Integration, que tem como objetivo acabar com um esquema de lavagem de dinheiro e jogos ilegais. As investigações foram iniciadas em abril de 2023.
As investigações contaram com a colaboração da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), e das polícias civis dos estados de São Paulo, Paraná, Paraíba, Goiás e Minas Gerais. Ao todo, 170 policiais estão envolvidos na operação.
Também ao todo, foram cumpridos 19 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão em vários estados. O sequestro de bens e valores, além do bloqueio judicial de recursos, são de mais de R$ 2,1 bilhões.