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Defesa da filha de Leila Diniz rebate retratação de Regina Duarte

Recentemente, se justificou nas redes sociais por ter usado a imagem da artista para se referir ao Golpe Militar de 1964. Entenda o caso!

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Foto de Regina Duarte usando blusa branca com o cabelo preso - metrópoles
1 de 1 Foto de Regina Duarte usando blusa branca com o cabelo preso - metrópoles - Foto: Divulgação

Após a coluna Fábia Oliveira publicar a retratação de Regina Duarte depois de usar a imagem de Leila Diniz para se referir ao Golpe Militar, que aconteceu em 1964, a família da atriz procurou esta jornalista para informar que a artista justificou o “injustificável”, além dela ter tentado burlar uma decisão judicial.

“É evidente que não cumpre com a obrigação de explicitar aos seguidores da atriz que Leila Diniz nunca apoiou a ditadura militar e que a fotografia utilizada no conteúdo foi, na verdade, feita em um contexto de oposição ao regime e à censura”, disse a advogada Maria Isabel Tancredo.

A especialista continuou: “Regina Duarte não fez uma retratação determinada pela Justiça, mas uma tentativa de justificar o injustificável. Lembre-se que o vídeo postado era um material em defesa do golpe, às vésperas do 8 de janeiro, com a voz de Jair Bolsonaro defendendo o golpe e a ditadura, e a foto de Leila Diniz aparecia exatamente no momento em que se dizia que as mulheres foram às ruas para pedir o golpe”.

Maria Isabel Tancredo, que representa a diretora Janaina Diniz Guerra, filha de Leila, alegou que Duarte tentou burlar a exigência da Justiça. “Não é uma confusão interpretativa, era uma peça de desinformação. As decisões judiciais não existem para serem burladas, mas para serem respeitadas”, ressaltou.

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Regina Duarte
Regina Duarte leva "chamada" do Instagram após fake news sobre o RS
Regina é ex-secretária de Cultura do governo de Jair Bolsonaro
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Regina Duarte leva "chamada" do Instagram após fake news sobre o RS

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Retratação Pública

O processo da filha de Leila Diniz contra Regina Duarte ganhou um novo capítulo na segunda-feira (15/7). A veterana das telinhas publicou uma retratação sobre o caso no Instagram como parte da sentença. “Preciso partilhar com vocês a condenação que sofri em 07 de março de 2024, pelo Juizado de Pequenas Causas do Foro do Rio de Janeiro. Retrato-me aqui agora, em consequência de uma publicação que fiz no Instagram”, começou.

Em seguida, Regina Duarte falou sobre Leila Diniz: “O vídeo incluía a emblemática foto em que aparece minha amiga Leila Diniz, uma das mais queridas atrizes deste país, que nos deixou aos 27 anos em 14 de junho de 1972. Eu era sua fã e amiga!”, garantiu, antes de completar:

“Ao publicar, em 23 de dezembro de 2022, a matéria/vídeo, que incluía, entre outras, uma foto de domínio público já amplamente divulgada em jornais, livros e internet, eu pensava estar ressaltando o valor e a força da mulher, através daquele grupo de atrizes que eu amava, respeitava e eram para mim um exemplo: lutavam por seu direitos democráticos e liberdade de expressão”, apontou.

Logo depois, ela explicou o motivo de ter feito a postagem: “O que fiz foi na maior boa-fé. Jamais imaginei que alguém pudesse interpretar meu post de forma diferente ou sentir-se prejudicado”, declarou.

E continuou detalhando: “Apaguei o vídeo em 10 de março de 2024 e, hoje, aqui e agora, penitencio-me por ter usado uma imagem captada em 1968 referindo-se, no vídeo, a um movimento das brasileiras em 1964”.

No fim da legenda, Regina Duarte explicou a imagem que usou no post: “Segue, então, de forma integral, a sentença dada por juiz leigo e homologada pela juíza Keyla Blank, do 6º Juizado Especial Cível-RJ”, encerrou.

Entenda o caso

Regina Duarte foi condenada, em maio, pelo Juizado Especial Cível da Lagoa, no Rio de Janeiro, a pagar uma indenização por uso indevido da imagem de Leila Diniz em um vídeo em apoio ao golpe e à ditadura militar.

Segundo o blog do Ancelmo Gois, do jornal O Globo, a ação foi ajuizada pela filha da atriz, Janaina Diniz Guerra, após a ex-atriz da emissora dos Marinho compartilhar, em dezembro de 2022, um discurso de Jair Bolsonaro em que usavam a foto da artista.

Em determinado momento da campanha, onde o ex-presidente afirmava que “1964 foi uma exigência da sociedade” e que “as mulheres nas ruas pediam o restabelecimento da ordem”, a imagem de Leila Diniz ao lado de Eva Todor, Tônia Carrero, Eva Wilma, Odete Lara e Norma Bengell, feita em 1968, foi usada. Na ocasião, as atrizes protestavam contra a censura na ditadura.

“Eu não poderia deixar de defender a imagem de minha mãe nem deixar que alguém altere a história de acordo com o que quer. A utilização caluniosa da imagem de minha mãe é inaceitável e me deixa profundamente indignada. As pessoas precisam aprender a ter respeito pela memória das outras, pela imagem construída por toda uma vida”, disparou Janaina.

Além de pagar uma indenização de R$ 30 mil para Janaina Diniz Guerra, Regina Duarte recebeu ordens de remover o vídeo de suas redes sociais em até 48 horas. Caso não cumpra a determinação judicial, ela terá que pagar uma multa diária de R$ 1 mil.

Na decisão, também foi informado que a artista terá que fazer uma retratação adequada, com “a publicação em todas as suas redes de vídeo em que explicita que Leila Diniz nunca apoiou a ditadura militar e que a fotografia utilizada no conteúdo infringente foi, na verdade, feita em um contexto de oposição ao regime e à censura”.

“A trajetória de vida da atriz Leila Diniz sempre foi marcada pela defesa da liberdade, contra a censura e contra a ditadura militar e seu moralismo conservador. A vinculação da imagem da atriz a uma defesa tão explícita da ditadura militar é absurda e merece toda a repulsa e punição”, declarou a advogada Maria Isabel Tancredo, especialista em responsabilidade civil do João Tancredo Escritório de Advocacia, que representa Janaina Diniz.

E completou: “É uma utilização indevida e grave da imagem da atriz, em defesa do golpe militar em uma data muito próxima aos ataques de 8 de janeiro “, afirmou ela.

Ícone cultural dos anos 1960 e 1970, Leila Diniz se destacou tanto por seu trabalho no cinema e na televisão quanto por sua postura desafiadora e progressista para com os costumes sociais da época, sobretudo em relação às mulheres. Janaína nasceu em 1971 e perdeu a mãe aos 7 meses de vida para um acidente aéreo, ocorrido em 1972.

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