Coreógrafo pede exumação de corpo de Tim Maia para exame de DNA
Rodrigo Rezende entrou na Justiça com o pedido de reconhecimento de paternidade em 2021 e ação ganhou novos desdobramentos, diz colunista
atualizado
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O corpo de Tim Maia pode ser exumado, quase 26 anos após sua morte. Isso porque um pedido de reconhecimento de paternidade, aberto na Justiça em outubro de 2021, ganhou novos capítulos.
Segundo o colunista Daniel Nascimento, do jornal O Dia, os advogados do coreógrafo Rodrigo Rezende, que pretende comprovar ser filho do cantor, pediram que o texte de DNA fosse realizado com o material genético que já foi retirado do fêmur do cantor em outra ocasião, mas o único filho reconhecido do artista, Carmelo Maia, recusou-se a fornecer o material genético.
Quando entrou com a ação, o dançarino disse achar que era filho de Tim Maia, que morreu no dia 15 de março de 1998, pois sua mãe, que também era dançarina, viveu um relacionamento com o grande nome da música brasileira: “Tenho elementos que me levam a crer que ele é o meu pai. Estou solicitando, mas o filho negou. Não existe ninguém querendo oportunidade. Se der positivo, ok, mas se der negativo, ok também”, declarou ele na época.
O jornalista teve acesso aos autos e descobriu que, além dos restos mortais, os representantes de Rodrigo Rezende pediram cópias dos arquivos digitais do Laboratório de Genética da UERJ para a realização da análise comparativa, que será realizada em um laboratório determinado em juízo.
O objetivo dos advogados seria evitar uma nova exumação — vale lembrar que em 2012 uma outra ação para reconhecimento de paternidade de Tim Maia foi realizada por Rafaela Soares Campos, mas o resultado foi negativo. Porém, o material armazenado na UERJ e confirmado pela UFRJ não está disponível. Não se sabe ao certo se o material não serve mais para exame científico ou se foi “perdido” de alguma forma.
Treta judicial entre Leo Maia e Carmelo Maia
A Justiça de São Paulo condenou, em dezembro do ano passado, Leo Maia, que diz ser filho de Tim Maia, a pagar uma indenização a Carmelo Maia, único filho do cantor que morreu em 1998. Além disso, o rapaz foi proibido de realizar o Tim Maia For Kids.
De acordo com Rogério Gentile, do UOL, o valor ainda será calculado. Isso porque Leo terá de pagar R$ 35 mil para cada espetáculo realizado desde 2019, além de R$ 10 mil por danos morais. “Ele levianamente se autoproclama filho de Tim Maia e está se apropriando indevidamente do seu nome, da sua imagem e de suas obras”, declarou Carmelo, na Justiça.
Carmelo entou na Justiça em 2019 contra o meio-irmão em 2019. De acordo com ele, Leo utilizava, sem autorização, o nome do Tim Maia para ter fama e prestígio para obter retornos financeiros. Os dois são filhso de Maria de Jesus Gomes da Silva, a Geisa. Entretanto, somente o autor da ação é filho do cantor e é quem possui direitos patrimoniais sobre a sua obra.
Defesa na Justiça
Para evitar a derrota na Justiça, Leo Maia explicou que era filho socioafetivo do cantor e que “foi criado por ele como tal desde a época em que ainda estava no ventre de sua mãe”. Ele ainda disse que sempre foi associado a Tim Maia por sua voz e pela semelhança física. “Leo Maia sempre foi conectado à figura de Tim Maia”, alegram os advogados Diego Peradin e Bruno Arminio.
“Não bastasse seguir a mesma carreira, faz questão de transmitir o legado de seu pai para as novas gerações”, completaram os profissionais.
Os representantes de Leo ainda tentaram suspender o processo de indenização, uma vez que havia uma investigação, no rio de Janeiro, sobre a paternidade do rapaz. Entretanto, a Justiça carioca declarou que a relação de pai afetivo não poderia ser comprovada.
Por conta disse, o desembargador João Pazine Neto, negou o pedido de Leo Maia e afirmou que a atividade dele era ilícita. Ele ainda pode recorrer da decisão.