Claudia Leitte sobre acusações de racismo: “Lugar de privilégio”
A cantora está sendo investigada pelo Ministério Público depois de trocar “Iemanjá” por “Yeshua” em uma das músicas do seu repertório
atualizado
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Investigada pelo Ministério Público da Bahia (MPBA) por racismo e intolerância religiosa, Claudia Leitte quebrou o silêncio e falou sobre ter trocado “Iemanjá” por “Yeshua” em uma de suas músicas de seu repertório, Caranguejo. A cantora é evangélica.
“Daqui do meu lugar de privilégio, o racismo é uma pauta que deve ser discutida com a devida seriedade, e não de forma superficial”, disse durante coletiva do Festival Virada Salvador, na Bahia, nesta segunda-feira (30/12).
Leitte prosseguiu: “Prezo muito pelo respeito, pela solidariedade e pela integridade. Não podemos negociar esses valores de jeito nenhum, nem os jogar ao tribunal da internet. É isso.”
Para quem tá por fora da polêmica, a coluna explica: em um verso da canção que diz “joga flores no mar, saudando a rainha Iemanjá”, Claudia tem cantado “joga flores, eu canto meu rei Yeshua”. O termo significa Jesus em hebraico.
Através de um comunicado oficial, o MP informou que a denúncia foi feita pela Iyalorixá Jaciara Ribeiro e pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras.
De acordo com a promotora de Justiça Lívia Sant’Anna Vaz, o inquérito tem como objetivo para apurar a responsabilidade civil de Claudia Leitte diante de um suposto ato de racismo religioso consistente na violação de bem cultural e de direitos das comunidades religiosas de matriz africana.
Recentemente, o secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, criticou artistas que “escolhem reescrever a história” do axé, que conta com características de religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda. O político pontuou que atitudes como as da artista tem, sim, cunho racial.