Chaves: filha de dubladora cobra direitos e faz acusação contra SBT
Fátima de Camilo, filha da dubladora Helena Samara (1933-2007), que deu voz à personagem Dona Clotilde, desabafou sobre a situação
atualizado
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Fátima de Camilo, filha da dubladora Helena Samara (1933-2007), que deu voz à personagem Dona Clotilde (Angelines Fernández) de Chaves, acusa o SBT de lucrar com a venda do seriado e cobra o pagamento dos direitos autorais pelo trabalho da mãe.
Em entrevista ao NaTelinha, Fátima desabafou após a emissora de Silvio Santos dar para trás nas conversas envolvendo um acordo com os dubladores a respeito das exibições de Chaves e Chapolin feitas pela própria emissora.
“Esse dinheiro é um direito nosso e que a emissora concordou, durante três anos de negociações, em pagar amigavelmente. Como resultado de tudo o que aconteceu, a advogada teve que deixar o caso, visto que ela só trabalha com acordos e passou para uma outra profissional, que deverá assumir a partir daqui, porém, no contencioso”, explicou a filha da dubladora Helena Samara ao NaTelinha.
Para quem não sabe, um acordo entre as partes foi feito em 2014, após quase três anos de conversas. Boa parte dos representados nas negociações recebeu por seus trabalhos, menos Fátima, que não foi localizada mesmo sendo herdeira direta de Helena, e outros dois profissionais.
Em 2020, um grupo de 22 dubladores resolveu procurar o SBT a fim de ajustar outros dois pontos: a exibição de Chespirito e Chaves Animado pelo próprio canal; e a venda de todo o portfólio de Roberto Gómez Bolaños (1929-2014) por outras plataformas, como Multishow, Amazon Prime, Netflix, Cartoon Network, Boomerang e TBS.
Os profissionais alegam que o material, desde a versão Maga, iniciada em 1984, até a RioSound, finalizada em 2013, foi vendido ilegalmente à Televisa, que o revendeu para os players brasileiros sem a devida autorização.
Como nenhum herdeiro de Helena Samara participou do acordo de 2014, o SBT aceitou revisar o caso. Além disso iria pagar pelos dois pontos levantados e acertaria o acumulado do acordo anterior.
No caso das exibições feitas pela emissora de Silvio Santos, a própria seria responsável pelos valores. No caso das vendas feitas pela Televisa, a rede mexicana faria o pagamento à empresa dos Abravanel, que os repassaria aos dubladores.
Tudo ia bem até que há cerca de dois meses, a advogada do grupo teria sido informada que o acordo seria invalidado, sem maiores explicações.
“É nosso direito e nós não abrimos mão. Durante 36 anos, o SBT explorou, comercialmente, os produtos o quanto pôde, e a Televisa fez o mesmo durante 11 anos. Os dubladores e/ou seus herdeiros possuem direitos inalienáveis e o SBT não pode ignorar isso”, desabafou Fátima.
Ela ainda contou que a Televisa pagou por parte da venda, mas o SBT reteve o dinheiro. “Ainda há uma outra questão, a Televisa já havia enviado ao SBT, não tudo, mas uma parte do dinheiro que deveria ser repassada a nós. E nem esse valor nos foi pago”, reclamou.
A assessoria de comunicação do SBT respondeu ao site que: “Não temos conhecimento [sobre essas queixas]. Os direitos de Chaves não são do SBT. Os direitos são automaticamente devolvidos [à Televisa] em razão do contrato de licenciamento. Esse é um assunto tratado entre as empresas. A cada 5 anos aparecem novos dubladores. Não temos comprovação da participação [desses profissionais]”.