Caso Faustão: médico explica procedimento de embolização
O nefrologista Itallo Sampaio deu detalhes do procedimento pelo qual o apresentador passou após receber um novo rim, no fim de fevereiro
atualizado
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Faustão está internado desde o fim de fevereiro no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde passou por um transplante de rim. Mas na última quinta-feira (14/3), o apresentador precisou passar por uma embolização para resolver questões linfáticas que estavam atrasando sua recuperação.
E a coluna conversou com o nefrologista Itallo Sampaio, com exclusividade, para descobrir mais detalhes sobre esse procedimento: “A embolização é um procedimento minimamente invasivo, realizado por radiologistas intervencionistas e tem diversas finalidades. É usada para impedir a continuidade da irrigação sanguínea em áreas em que ela se tornou inadequada”, começou o especialista.
Em seguida, o médico relatou em que momentos a embolização pode ser usada: “Alguns exemplos de doenças que podem exigir esta intervenção são os aneurismas viscerais e cerebrais, doenças renais policísticas, pós-biópsia renal, hemangiomas, fístulas e outras malformações arteriovenosas (MAVs), tumores vasculares, miomas e hemorragias gastrointestinais, entre outros.
E continuou explicando: “Essa intervenção é feita para impedir a chegada de sangue nos locais que existe risco de expandir, romper ou até mesmo para impedir o fornecimento de ‘nutrição’ via sangue, que são os casos dos tumores”, esclareceu.
Itallo Sampaio, então, tentou entender o caso do apresentador: “No caso de Faustão, temos pouca informação, mas foi realizado no sistema linfático, a fim de interromper o fluxo da linfa (sistema responsável por garantir o retorno dos fluidos intersticiais, eliminar células danificadas, evitar edema) para ajudar na recuperação do rim. No caso dele, não foi e não pode ser usados nos vasos sanguíneos (veia e artéria)”, comentou.
O especialista apontou também os riscos que um paciente pode correr: “Tendo em vista se tratar de um procedimento minimamente invasivo, sem dúvida o principal risco é a embolização atingir órgãos que não são os alvos da ação, ou seja, as partículas ou outras substâncias aplicadas podem acidentalmente se dirigir para os vasos normais, destruindo o tecido saudável ou restringindo o fornecimento de sangue em um determinado órgão”.
E finalizou: “Em casos bastante raros, o paciente pode apresentar hemorragia, o que significa que ele poderá precisar de transfusões de sangue. Outros efeitos secundários ou riscos menos graves incluem sangramento, hematomas e infecção no local da punção”, pontuou.
Confirmação do procedimento de embolização
Na última quinta-feira (14/3), Faustão passou por um processo de embolização após um transplante de rim. O procedimento serve para resolver questões linfáticas que estavam atrasando sua recuperação. As informações são do colunista Lucas Pasin, do UOL.
Para nós, leigos no assunto, a embolização se dá por meio de um cateter que, após acesso pela virilha ou braço, chega aonde a doença está e leva o material específico para a realização da intervenção no ponto exato. É minimamente invasiva e, no caso do apresentador, realizado no interior do sistema linfático, permitindo uma oclusão do vaso lesionado.
Desde o dia 26 de fevereiro, o apresentador está em observação no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Segundo o boletim médico, divulgado pelo jornalista, o órgão ainda não entrou em funcionamento, embora o transplante tenha sido bem-sucedido. Há seis meses, Fausto Silva recebeu um novo coração, já que sofria de insuficiência cardíaca.
“Mais uma semana e estou em casa, liberado. Para quem fez um transplante do coração, o de rim é mais tranquilo”, declarou na época. Porém, o artista não chegou a receber alta médica na previsão esperada.
Na data, a unidade de saúde deu mais detalhes sobre o estado de saúde do pai de João Silva. “O paciente Fausto Silva deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein, no dia 25 de fevereiro, para preparação para um transplante de rim, em função do agravamento de uma doença renal crônica, após o Einstein ter sido acionado pela Central de Transplantes do Estado de São Paulo e realizado a avaliação sobre a compatibilidade do órgão doado”, informou o documento.
No fim da nota, assinada pela equipe do Albert Einstein, os especialistas revelaram o estado de saúde de Faustão: “A cirurgia aconteceu, sem intercorrências, na manhã de ontem (segunda-feira, 26/2). O paciente seguirá em observação para acompanhamento da adaptação do órgão e controle clínico”.