Caso Eddy Jr.: Justiça ordena que vizinha deixe o prédio após ataques
Elisabeth Morrone foi condenada após chamar o influenciador de “macaco, imundo, sujo e bandido”, em outubro de 2022
atualizado
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O caso de racismo contra Eddy Jr. ganhou um novo capítulo na segunda-feira (16/7). A Justiça de São Paulo determinou que Elisabeth Morrone, vizinha que ofendeu o influenciador com termos racistas, e o filho saiam do condomínio, que fica na Barra Funda, Zona Oeste da capital paulista.
Na decisão, a juíza Laura de Mattos Almeida, da 29ª Vara Cível, deu um prazo de 90 dias para a aposentada e o rapaz arrumem um local para morar e se mudem. Nos autos, ela explicou o motiovo da expulsão:
“O comportamento antissocial em questão restringe o direito de propriedade dos demais condôminos do edifício. E a impossibilidade de se conviver harmonicamente no condomínio permite que os condôminos adotem medidas de restrição ao direito de propriedade do antissocial, além daquelas previstas no artigo 1.337 do Código Civil”, escreveu a magistrada.
E completou: “No caso, a restrição à fruição do bem para impossibilitar a moradia é mesmo medida adequada e necessária ao restabelecimento da ordem no condomínio, não sendo desarrazoada a aplicação da sanção limitativa do direito de propriedade, face às graves condutas praticadas pela condômina, o que mostra o acerto da deliberação dos demais condôminos que, por ampla maioria, em assembleia extraordinária realizada em 30 de novembro de 2022, optaram pela propositura da presente ação inibitória”, esclareceu.
Apesar de a decisão ter sido tomada no fim de abril só foi publicada na segunda-feira (16/7). Por isso, o prazo começou a contar a partir de agora. O pedido foi registrado pela administração do Condomínio United Home & Work – Home.
Apesar de ter sido expulsa do edifício, Elisabeth Morrone continua sendo proprietária do apartamento, podendo vender ou alugar o mesmo. O que não é permitido é morar no imóvel. A aposentada ainda recebeu duas multas no valor de R$ 1.646,13 e R$ 5.259,6 por questões relacionadas à confusão daquele dia.
Antes da decisão judicial, a mulher ainda tinha pedido o cancelamento das punições do condomínio e uma indenização de R$ 50 mil, sem suceso. Ao portal G1, a defesa da vizinha racista afirmou que vai recorrer da decisão, mas não confirmou se ela se mudou.
Relembre o racismo contra Eddy Jr.
Eddy Jr. parou nos assuntos mais comentados das redes sociais após divulgar um ataque racista que sofreu por parte de uma vizinha no condomínio onde mora, em São Paulo. “Macaco, imundo, sujo e bandido” foram algumas das palavras usadas por ela para se referir ao comediante.
Em outro momento do vídeo, a moradora se recusa a usar o mesmo elevador que Eddy. “Ficar dentro da minha casa sofrendo ameaças de morte e calúnias sobre mim novamente por ser Preto… Ser impedido de entrar no mesmo elevador da moradora branca por ser preto também…”, escreveu ele na legenda da publicação.
“Não sei descrever o sentimento que estou sentindo. Venci fazendo as pessoas sorrirem e isso não vai mudar, vou continuar fazendo vocês sorrirem, porém agora vai ser um pouco mais difícil…”, acrescentou.
Influenciador deu detalhes da briga
Eddy Jr. contou em suas redes sociais, no fim de 2022, que encontrou pela primeira vez com sua vizinha Elisabeth Marrone e seu filho, responsáveis por cometer racismo contra o humorista em outubro.
Em seu Twitter, Eddy afirmou que “arrebentou” o filho de Elisabeth: “É o seguinte, acabei de encontrar com minha vizinha e o filho dela… Arrebentei o mano, muito soco e tapa na cara é isso. Eles foram pra delegacia..”, escreveu.
Já no Instagram, o humorista explicou que, até então, não tinha encontrado com seus vizinhos após o caso de racismo. Na ocasião, Eddy mostrou a mulher chamando-o de “bandido”, “ladrão”, “imundo” e outros.
“Foi a primeira vez que encontrei com a vizinha e o filho dela depois do acontecido. Já mandei tudo para a minha advogada, mandei os vídeos. Minha reação foi essa. Nunca tinha encontrado com eles depois, ele me ameaçou de morte, veio em casa com uma faca. Foi a primeira vez que encontrei os dois na porta do condomínio”, explicou ele.
“Eles foram para a delegacia, vai dar merda para mim e para eles não. Foi isso que publiquei. Reação. Eles tiveram a ação deles, e eu tive minha reação”, completou Eddy.
Em outubro, Eddy teve aprovada pela Justiça de São Paulo uma medida protetiva contra Elisabeth. A aposentada é obrigada a manter uma distância de, ao menos, 300 metros do influencer e de qualquer vizinho do andar de cima — vizinhos do mesmo condomínio também acusaram a mulher de racismo.