Atração do Prêmio Mulher do Ano, Feyjão fala sobre ancestralidade
O artista relembrou as histórias contadas pela mãe a respeito da bisavó que foi escravizada até os 14 anos: “Conhecer de onde viemos”
atualizado
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A ancestralidade será uma das grandes marcas do Prêmio Mulher do Ano, que terá Flora Gil como homenageada em um evento organizado pelo Cartório 15, do Rio de Janeiro. E uma das atrações do evento representa bem essa referência: Feyjão. A bisavó do cantor foi escravizada até os 14 anos e ele ouvia da mãe as histórias de horror que ela contava.
“Era uma fase final da escravidão, mas o sofrimento ainda era muito grande. Ela era tratada de forma truculenta, não podia estudar. Minha mãe quebrou esse ciclo ao ser a primeira pessoa da família a concluir o ensino médio e, depois, a faculdade. Isso explica muita coisa das dificuldades que enfrentamos, até conseguirmos transformar essa realidade através da educação”, disse Feyjão, que vem ganhando espaço com sua música e já se apresentou ao lado de astros como Gilberto Gil e Caetano Veloso.
“Um povo que não conhece a história dos seus antepassados é um povo desorientado. O que nos dá alicerce é conhecer de onde viemos para saber para onde estamos indo”, completou.
Os exemplos da bisavó e da mãe fazem o cantor valorizar outra bandeira: o empoderamento feminino. O evento do dia 16 de novembro, no Feirmont Hotel, em Copacabana, vai celebrar também a luta das mulheres por uma sociedade mais justa.
“A equidade entre mulher e homem é importante em todos os aspectos. E, se ainda existe preconceito, se uma mulher ainda ganha menos que um homem para fazer o mesmo trabalho, a luta é necessária. Ações como essa do Prêmio Mulher do Ano são fundamentais para essa afirmação”, falou o artista.