Assédio moral nos bastidores do Faustão na Band era rotina, diz revista
Após revelação do diretor Alberto Luchetti sobre a tensão no Domingão, a Veja entrevistou funcionários da Band e confirmou denúncias
atualizado
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Não era apenas nos bastidores do Domingão, na TV Globo, que havia casos de assédio moral, afirma a revista Veja. Após entrevistar o diretor Alberto Luchetti, que trabalhou com o apresentador na emissora dos Marinho e revelou os casos que por lá aconteciam, a publicação resolveu ouvir funcionários da produção do Faustão na Band, que confirmaram a rotina tensa.
De acordo com a Veja, a presença de Faustão provocava temor entre os envolvidos na atração. Além disso, ainda tinha toda a preocupação com relação à baixa audiência do programa, o que gerava ainda mais medo. Todas as pessoas ouvidas pela revista pediram para manter seus nomes em sigilo, pois tinham medo de sofrerem represálias.
“Era um clima muito pesado. Havia ali a cultura do medo. As pessoas têm muito, muito medo do Fausto. As demissões aconteciam de forma inexplicável, muita gente competente era desligada sem qualquer motivo”, começou uma produtora, antes de completar:
“Nunca houve condição do programa dar certo, todos tinham essa consciência. Fausto não falava com a produção, mal sabe o nome dos sete ou oito diretores que trabalhavam com ele”, afirmou a moça à publicação.
Outro detalhe revelado pela matéria é que um segurança ficava parado constantemente na porta do camarim do Faustão, o que não é visto regularmente em outros ambientes da Band e os diretores do programa ficavam do lado de fora aguardando que ele autorizasse a entrada deles. De acordo com testemunhas, o apresentador descia do carro e seguia direto para o camarim, mas para isso o caminho que ele percorria era esvaziado e interditado antes.
“A fisionomia deles era como se estivessem prestes a entrar na jaula de um leão”, comparou a funcionária que presenciara esta cena, descrita por ela como bastante comum no dia a dia das gravações.
Além de revelarem mais coisas, como acesso restrito a algumas pessoas ao camarim, liberação da entrada das bailarinas e a troca do corpo de dançarinas por implicância de Faustão, os funcionários ouvidos pela Veja ainda contaram que ele pagava jantares para toda a equipe de produção, a cada três meses, para passar uma sensação de “ser povão”.
O cardápio era fechado por ele, que passava nas mesas para para distribuir sorrisos e “boa noite”. Como muitas daquelas pessoas não tinham contato com Faustão diariamente, aproveitaram para posar ao lado do chefe: “Era quando dava a falsa impressão de que ele é da ‘galera’: ‘Ah, legal, ele paga jantar para o pessoal’. Não! Ele não conhecia ninguém daquelas mesas. No dia a dia, era um grande desprezo pelo trabalho dos profissionais”, detonou o entrevistado.
Outra maneira inusitada de “presentear” as pessoas, segundo os relatos publicados pela revista, era doar aos diretores roupas que não usava mais. Porém, o “mimo” era entregue dentro de um saco preto de lixo:
“Quando alguém saía com um saco, todo mundo comentava: ‘Ah, Fausto trouxe o lixo dele de presente’. Isso é muito simbólico. Por que não trazia algo numa bolsa de uma loja? Aquelas roupas horrorosas! E depois ainda perguntava: ‘Cadê a blusa que te dei?’. Ele obrigava os diretores a usarem suas roupas pavorosas, de número maior. Ficava perguntando o tempo todo só para constranger”, comentou a produtora.