Amaury Lorenzo relembra ataque: “Levei um tiro de escopeta”
Emocionado, o ator contou o episódio de preconceito no Conversa com Bial, que foi motivado por frequentar aulas de balé clássico
atualizado
Compartilhar notícia
Amaury Lorenzo foi às lágrimas no Conversa com Bial desta quarta-feira (9/10). No papo, o ator de Volta Por Cima, novela das 19h da TV Globo, relembrou um episódio de preconceito na infância, que foi motivado por frequentar aulas de dança. “Levei um tiro de escopeta”, disse.
“Eu já tomei um tiro de escopeta nas costas. Tinha 11 anos, estava chegando da minha aula de balé clássico com minha sapatilha preta na mão. Era um amigo da escola, do futebol, que não aceitava, não entendia. Acho que ele estava com problema com ele mesmo”, contou.
Amaury continuou: “Ele disse: ‘Amaury, que história é essa de balé clássico?!’. E eu respondi: ‘Me deixa!’. E fui andando. Ele tirou uma escopeta no meio da rua e me deu um tiro de matar passarinho. Me abriu um buraco nas costas”.
Lorenzo declarou que, no momento da agressão, seguiu em frente sem olhar para trás, pois estava convicto das suas escolhas. No entanto, ao entrar em casa, foi para o quarto chorar.
“Não gosto de repetir isso, mas no lugar do preconceito é dito que o balé clássico é para meninas e não para meninos”, lamentou o artista se referindo ao contraponto, que na época, também jogava futebol.
Nascido em Congonhas, no interior de Minas Gerais, Amaury Lorenzo frisou que a mãe, Mária de Fátima, não compreendeu quando viu sua tristeza: “Eles [os pais] aguentaram muito. Não por mim, mas por causa do arredor de uma cidade extremamente preconceituosa como todo o interior deste Brasil”.
O famoso, que se orgulha de sua trajetória pessoal e profissional, fez questão de falar sobre a situação em que foi vítima. “Esse chumbinho ainda está aqui. Eu gosto das marcas da vida, que nos lembram o quanto somos fortes e poderosos”, celebrou.
Amaury Lorenzo encerrou revelando que passou muitas necessidades e privações, mas que venceu na vida:
“Teve um dia em que eu estava indo para o aeroporto e lembrei passando pela UFRJ e a UNIRIO de um dia que eu estava com muita fome, não tinha comida em casa. E quando eu levantei não tinha um café para eu tomar. Pensei: tenho uma matrícula em uma universidade federal, sou um ator premiado no teatro, mas o meu aluguel vai vencer. Vale a pena eu ir e terminar este curso? E neste dia passei pelo mesmo lugar, onde passei fome na época. Entendi que tudo valeu a pena”, finalizou.