Advogado aponta parcialidade de delegado em caso de irmão de Virginia Fonseca
A defesa de Lilly Martins revelou que o delegado envolvido no caso é amigo pessoal da família de Virginia, irmã de William Gusmão
atualizado
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O caso envolvendo Lilly Martins e o irmão de Virginia Fonseca, William Gusmão, ganhou novos capítulos. Nesta semana, a coluna revelou que o Ministério Público, depois de analisar os dados enviados pela polícia, resolveu devolver os documentos para a corporação e exigir que a investigação seja retomada.
O MP havia percebido que algumas testemunhas indicadas não tinham sido sequer intimadas para prestar depoimento junto à polícia, e não foram adotadas providências para verificar se existem os supostos vídeos citados por uma das partes. Ficou evidente que as fases da investigação não foram feitas conforme a lei e a justiça esperam em um procedimento investigativo.
Pois bem. Após as notícias, a polícia decidiu intimar as testemunhas para prestar depoimento. No entanto, não da maneira que era o esperado. Isso, porque, segundo advogado de Lilly Martins, Iago Araújo dos Santos, as autoridades tomaram a atitude de antecipar os depoimentos, numa tentativa de atrapalhar as investigações.
Em uma conversa com esta coluna, o profissional explicou a situação.
“Após as notícias da imprensa informando que o Ministério Público teria retornado os autos para a delegacia pra poder investigar melhor, requisitando novas diligências, eu, na qualidade de advogado da Lilly, protocolei um pedido, na madrugada de segunda para terça-feira, por volta de meia-noite, pedindo ao juiz o meu direito de trabalhar, o meu direito de exercer a advocacia. E enquanto advogado, eu tenho direito garantido pela lei de acompanhar todos os atos da investigação. E aí eu fiz esse pedido pro juiz, fundamentando nessa legislação, só que era madrugada e o fórum só abria na parte da tarde. Nesse lapso temporal entre a minha petição e o fórum abrir, a polícia civil, por meio do delegado de polícia que está à frente das investigações, antecipou as intimações das testemunhas para poder comparecer na delegacia”, contou.
O advogado de Lilly continuou: “Ele já havia marcado no dia 13, cada uma no seu respectivo horário. E, quando eu protocolei meu pedido, coincidentemente, essas intimações foram antecipadas. O delegado começou a mandar mensagem para as testemunhas, falando que elas tinham que comparecer naquele dia, no caso nesta terça-feira (6/6), porque deu errado no dia 13”, revelou.
Ainda em conversa com a coluna, Iago Araújo dos Santos disse: “Pra você ver que o desespero foi tão absoluto pra poder ouvir as pressas essas testemunhas. Uma delas recebeu a mensagem às 10h da manhã para uma intimação pra 09h30; ou seja, quando ela recebeu a intimação, já tinha esgotado o horário, que, em tese, ela iria prestar o depoimento. Então, assim, isso é um pouco suspeito, né? Isso deixa a gente com um pé atrás com essas investigações. Já estávamos, depois dessa ficamos com mais pé atrás ainda, justamente porque isso está atrapalhando o trabalho da defesa da Lilly”.
O advogado da moça afirmou ainda que o delegado envolvido nas investigações é amigo pessoal da família de William Gusmão. “A gente entrou no Instagram dele e viu uma foto dele lá na fazenda do Leonardo, abraçado com o cantor e com o filho dele, Zé Felipe. Aí tudo ficou claro… O porquê de esse inquérito está tão parcial”, declarou.
Entenda o caso
A treta entre Lilly Martins e o irmão de Virginia Fonseca, William Gusmão, começou no início de abril, quando o influenciador foi filmado beijando e trocando carícias com a moça. O caso ganhou uma enorme repercussão, pois ele é casado com a influenciadora Mellody Barreto, que está grávida de seu primeiro filho com o empresário.
Depois de as imagens viralizarem nas redes sociais, as esposa de William o defendeu e ele abriu um boletim de ocorrência contra Lilly, acusando-a de armar tudo. Por sua vez, a moça também foi à delegacia registrar o caso, mas saiu de lá acusada de falsa comunicação de crime. Após ser acusada por ele de armar o “flagrante” do beijo entre ambos, a estudante de nutrição resolveu rebater e ainda registrou o caso na polícia. Ela usou seus stories para afirmar que o empresário enfiou a mão em sua roupa e ainda saiu da festa acompanhado.
“Armação? Graças a Deus, eu estava numa festa e tem várias pessoas que estão me mandando mensagens dizendo que viram o ocorrido. E se tiver filmagem (câmera no evento), vai ver quantas vezes eu tirei sua mão de dentro da minha calça, onde o senhor estava pegando na minha b*nda. E se tiver câmera, vai mostrar também o senhor indo embora com uma moça, de roupa preta. Tá bom?”, disparou ela.
Em seguida, ela mostrou o Boletim de Ocorrência que fez contra ele por importunação sexual: “Dá a notícia certa, por favor. E a festa foi em Jussara, não em Goiânia. Eu não estou pedindo dinheiro pra ninguém, mas como você falou que eu estou errada, vem cá saber da história completa”, afirmou.
Dias depois, Lilly ainda revelou que recebeu uma mensagem oferecendo dinheiro para que ficasse calada: ““Na tarde de hoje, eu recebi uma mensagem com a seguinte pergunta: ‘Você quer quanto?’. Ao abrir a mensagem, a pessoa apagou. Eu falei: ‘Não entendi sua mensagem’. Logo após, mandei para uma amiga que mora em Jussara (e perguntei): ‘Você conhece essa pessoa aí?’. Ela falou: ‘Sim, conheço. É filha de um vereador aqui de Jussara, por quê?”, começou.
Em seguida, a moça, que também é bombeira civil, seguiu contando o caso: “Eu relatei o que ela tinha falado e ela disse: ‘Uai. Ó, fulano (William Gusmão) estava na fazenda do pai dela. Ele postou, você viu os stories dele?’. Eu falei ‘não’! Aí, ela me mandou (os stories)”, detalhou, antes de continuar:
“Falei pra moça que não estava à venda. Ela curtiu meus áudios, e quando falei que sabia que ela era amiga do fulano e que ele estava lá, ela me bloqueou. Pois bem, quero dizer a essa moça que nem ela, nem ele, vai me comprar. Não estou à venda. Eu quero Justiça”, disparou Lilly.