Acidente de Danielle Winits em teatro ganha novo capítulo na Justiça
Atriz iniciou uma batalha judicial após sofrer uma grave queda durante a apresentação do musical Xanadu, em janeiro de 2012; saiba mais
atualizado
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Esta coluna descobriu, com exclusividade, novas informações a respeito da briga judicial envolvendo Danielle Winits e os responsáveis pelo acidente ocorrido no Teatro Casa Grande, no Rio, durante a apresentação do musical Xanadu. Em janeiro de 2012, a artista e seu colega, Thiago Fragoso, despencaram de uma altura de cinco metros após os cabos de sustentação, usados em uma cena de simulação de voo, se romperem.
Como já noticiado anteriormente na imprensa, dois anos após o episódio, a atriz decidiu processar o teatro. Além do Casa Grande, a empresa responsável pelos polêmicos cabos.
No acidente, Danielle sofreu diversos machucados no rosto, na coxa e no joelho. Já Thiago Fragoso quebrou cinco costelas, sofreu uma perfuração do diafragma e passou 17 dias internado, após realizar uma cirurgia. À época em que o ajuizamento da ação foi anunciado na mídia, foi comunicado que não havia qualquer informação sobre o montante pedido pela artista nos autos.
Esta coluna descobriu, agora, que, na verdade, a artista não indicou um valor certo por meio de seus representantes. Isso porque a fixação da quantia indenizatória a título de danos morais ficou sob o encargo do juízo. Significa dizer que quem fixa o valor a ser pago é o próprio magistrado ou magistrada.
Pois bem. Agora, daremos algumas atualizações sobre o caso. Primeiramente, para surpresa de muitos, devemos dizer que a ação ainda não ganhou um desfecho. Foi solicitada a realização de uma perícia de engenharia para que o caso ganhe maiores contornos e seja avaliada de quem é a responsabilidade do ocorrido. Ou seja, é necessário conseguir determinar se houve alguma negligência ou imperícia por parte da empresa Set Cavalheiro Efeitos Especiais e Produções Cinematográficas Ltda.
Winits já havia se manifestado com a concordância dos honorários cobrados pelo perito para realização do trabalho, em junho de 2022. Tais valores devem ser arcados pela empresa, visto que ela foi a responsável por pedir a produção da prova. O profissional aceitou, comprometendo-se a exercer o trabalho de forma ética e comprometida.
Ocorre que a Associação Teatral Casa Grande apresentou uma “impugnação aos honorários” questionando o valor fixado para a perícia que, segundo o teatro, estaria muito alto. Fazendo a conversão, o orçamento ficou em R$ 12.499,98. O teatro pede que o valor seja reajustado, de modo a ser fixado com base na Tabela de Honorários do IBAPE-RJ, o Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do Estado do Rio de Janeiro. Segundo essa tabela, quando o valor da causa vai até R$ 50 mil, envolvendo a perícia de máquinas, motores e equipamentos industriais, o trabalho deve ser fixado em 650 UFIR’s, o que equivale a R$2.659,47.
Embora Danielle não tenha fixado um montante para o pedido de indenização, o valor da causa estabelecido – que não se confunde com o valor dos danos – não ultrapassa os R$ 50 mil.
Outro ponto polêmico que trazemos em primeira mão é o fato de que, segundo a Associação, a CHAIM PRODUÇÕES deveria ser denunciada para participar do processo como ré. Isso porque ela, sim, seria a verdadeira produtora do espetáculo. Além disso, ela que teria contratado a empresa responsável pelos cabos. Tal pedido foi feito em sede de contestação.
A Associação Teatral se apresentou como tendo sido mera proponente do projeto perante a Lei Rouanet. O pedido de denúncia da empresa CHAIM, até agora, sequer foi apreciado pelo juízo, mesmo muito tempo depois de sua apresentação.
Na mesma peça, as alegações da atriz foram refutadas, afirmando que ela teria sofrido um “mero aborrecimento”, mas não um verdadeiro dano moral. Para justificar essa afirmação, o teatro chamou a atenção para o fato de que apenas 20 dias depois a atriz retornou para o espetáculo. Diz, ainda, que caso a mesma realmente estivesse prejudicada pelo ocorrido, não aceitaria retornar para a produção.
O que esta coluna percebe é que o caso, embora antigo, ainda apresenta um emaranhado de complexidade muito problemático, que dificulta sua solução. Ou seja, a ação não deve ser sentenciada tão cedo. Ainda assim, Danielle Winits segue ativa no processo, em busca dos direitos que sustenta ter.