“Absurda e descabida”, diz equipe de Tatá Werneck sobre quebra de sigilo em CPI
A decisão, divulgada no site oficial da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (23/8), refere-se ao caso de Pirâmide Financeira
atualizado
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Nesta quarta-feira (23/8), a Comissão Parlamentar de Inquérito [CPI] das Pirâmides Financeiras aprovou a quebra de sigilo bancário dos atores Cauã Raymond e Tatá Werneck, além do apresentador Marcelo Tas. A decisão foi divulgada no site oficial da Câmara dos Deputados. Os atores são investigados por atuarem em propagandas da empresa Atlas Quantum.
A atriz emitiu nota oficial, por meio de seus advogados, Maíra Fernandes, Guilherme Furniel e Ricardo Brajterman, comentando o caso: “Como artista, ela jamais poderia prever que a empresa se envolveria em fraudes anos depois. Admitir que os artistas sejam punidos por possíveis erros futuros de empresas para as quais tenham feito propaganda – e pelas quais sequer continuem contratados – significaria o fim da publicidade no Brasil”.
A defesa de Tatá ainda ressaltou que, da parte dela, nunca houve nenhum tipo de ligação com a companhia em questão. “Ela jamais foi sócia, investidora ou participou dos lucros da empresa, motivo pelo qual considera a quebra de sigilo absurda e totalmente descabida para o que se pretende investigar na CPI. A defesa acrescenta que tomará todas as medidas judiciais cabíveis”, destacaram. A equipe jurídica da atriz afirmou ainda que tentará reverter a situação.
O pedido da quebra de sigilo foi feito pelo deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP). Os artistas foram convocados para a comissão, mas não compareceram nas reuniões após conseguirem habeas corpus emitido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Leia a nota na íntegra:
Tatá Werneck, por seus advogados Maíra Fernandes, Guilherme Furniel e Ricardo Brajterman, afirma que recebe com profunda indignação a ordem de quebra de sigilo, pois não praticou crime algum. Apenas participou de campanha publicitária, cinco anos atrás, quando a empresa era considerada sólida em seu mercado.
Como artista, ela jamais poderia prever que a empresa se envolveria em fraudes anos depois.
Admitir que os artistas sejam punidos por possíveis erros futuros de empresas para as quais tenham feito propaganda – e pelas quais sequer continuem contratados – significaria o fim da publicidade no Brasil.
Ela jamais foi sócia, investidora ou participou dos lucros da empresa, motivo pelo qual considera a quebra de sigilo absurda e totalmente descabida para o que se pretende investigar na CPI. A defesa acrescenta que tomará todas as medidas judiciais cabíveis.
Entenda o caso:
Os dois contratados da TV Globo, que estão no ar em Terra e Paixão, foram citados pelo delegado e deputado federal Paulo Bilynskyj. De acordo com o documento obtido pela página, é preciso que a solicitação seja aprovada por outros parlamentares.
A CPI vem investigando irregularidades e práticas criminosas na empresa do setor financeiro. As acusações contabilizam que a Atlas Quantum é suspeita de aplicar golpes que atingiram mais de 200 mil investidores e chegam ao valor de R$ 7 bilhões.
Atores, celebridades, apresentadores e influenciadores estariam envolvidos nesse esquema por fazerem a divulgação dos serviços oferecidos pela companhia, por meio de publicidades nas redes sociais e, no caso de Cauã Reymond e Tatá Werneck, no YouTube, em TV aberta e canais a cabo.
Em todas as propagandas e os banners da empresa, que circularam na mídia em 2018, os dois aparecem juntos. As imagens já foram retiradas do YouTube, mas no perfil da empresa no Facebook é possível acessar todos os banners e vídeos de divulgação feitos pelos dois.
“Essas campanhas, aparentemente bem-sucedidas, tiveram o poder de influenciar e induzir milhares de pessoas a acreditarem na empresa, que, entretanto, se revelou ser uma pirâmide financeira”, declarou Paulo Bilynskyj no documento divulgado pelo Notícias da TV.
O deputado ainda pontuou que, “diante da relevância dos fatos e com o objetivo de esclarecer a participação dos mencionados indivíduos na empresa em questão, bem como obter informações sobre suas atividades e eventual envolvimento em práticas irregulares, é imprescindível que Cauã Reymond e Tatá Werneck compareçam perante esta Comissão para prestarem os devidos esclarecimentos”.