Tanque de gasolina consome 5,9% da renda familiar do brasileiro
Dados da Veloe e da Fipe mostram que há grande disparidade entre as regiões: no DF, é 3%; no Nordeste, a média é de quase 10%
atualizado
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O gasto com o tanque de gasolina consumiu, em média, 5,9% da renda familiar dos brasileiros no primeiro trimestre de 2023. Em relação ao Indicador de Poder de Compra, os percentuais se estabilizaram no patamar pré-pandemia (o primeiro trimestre de 2020), tanto na média nacional (5,9%) quanto nas capitais (3,7%).
Isso mostra que a relação entre renda domiciliar e o custo médio de abastecimento de um tanque de gasolina de 55 litros foi normalizada após três anos de volatilidade e pressão sobre os orçamentos familiares, segundo aponta a edição de junho do Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, lançado em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
A média relaciona o percentual da renda domiciliar mensal (apurado pela Fipe a partir de dados da PNAD/IBGE) necessário para abastecer um tanque com 55 litros de gasolina comum. O indicador evidencia uma grande diferença no quanto a gasolina pesa no bolso em cada região do país.
O Nordeste possui a maior porcentagem, mostrando que a média do gasto com um tanque de gasolina é de 9,7% da renda familiar. Na região, o Maranhão apresenta a maior porcentagem: 10,8%, seguido por Bahia, com 10,5%, e Ceará, 10,2%. Juntos, os três estados formam a lista de estados onde um tanque de gasolina consome maior porcentagem da renda familiar.
Por outro lado, a região Centro-Oeste apresentou o menor percentual do Brasil, com o tanque de gasolina correspondendo a 4,7% da renda familiar. O Distrito Federal ajuda a puxar essa média para baixo. A unidade federativa tem a menor média do indicador no país, com 3%.
Os estados de São Paulo, com média de 4,3%, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com 4,8% cada, completam a lista de estados onde o tanque de gasolina consome a menor média da renda familiar.
Entre as capitais, vale ressaltar que, embora a renda dos cidadãos tende a ser mais elevada, é comum que o número de tanques a serem reabastecidos seja muito maior, por conta da maior dependência de automóvel, mais distâncias percorridas e congestionamentos nos locais.
No recorte de capitais,a cidade de Rio Branco (AC) tem a maior porcentagem, com 7,8%, Porto Velho (RO) tem média de 7,6% e Manaus (AM) completa a lista, com média de 7,3%.
Já as capitais onde o tanque de gasolina representou menor porcentagem da renda familiar foram Florianópolis, com 2,9%; Brasília, com 3%; e São Paulo, com 3,1%. No geral, a média entre as capitais brasileiras fica em 3,7%.
Gasolina mais barata
O panorama traz, ainda, o indicador de preços de combustíveis para o mês de maio. Sem contar com a mudança na cobrança do ICMS da gasolina nos estados, o preço médio da gasolina comum teve queda de 1,2% em comparação ao mês anterior, ficando em R$ 5,510 o litro.
O preço médio da gasolina aditivada teve queda de 1,6% em relação a abril com o valor de R$ 5,619 por litro. Se a média da gasolina caiu, o preço do etanol hidratado subiu. A média foi 0,9% maior do que a apresentada no mês anterior, ficando em R$ 4,049 por litro.
O diesel, entretanto, foi o combustível que apresentou maior queda entre todos os avaliados pelo Panorama. O preço médio em maio foi de R$ 5,445, valor 6,2% menor do que o apresentado no mês anterior. A média nacional foi de R$ 5,445. Já o diesel S-10, teve queda de 6% em relação a abril, com preço médio de R$ 5,514 por litro em maio.
Gasolina x etanol
Na hora de abastecer o veículo, o Indicador de Custo-Benefício Flex do Panorama aponta que o etanol é vantajoso apenas no Mato Grosso do Sul, onde o índice de custo benefício fica em 69,1%.
Em alguns estados, no entanto, é indiferente abastecer com etanol ou gasolina. São eles: Amazonas, com 71,6%; Distrito Federal, com 72,6%; São Paulo, com 73,4%; e Goiás, com 74%.
De acordo com a metodologia aplicada no Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, quando o valor do etanol fica abaixo dos 70% em relação à gasolina, há vantagem em abastecer com o combustível. Entre 70% e 75%, não há diferença significativa entre um ou outro.