Sentra Advance: segmento dos sedãs médios ganha novo vice-líder
Entre-eixos testou o modelo de entrada, embora bem completo, confortável e seguro, da Nissan. Veja como ele se saiu
atualizado
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O Toyota Corolla continua sendo o sedã médio preferido dos brasileiros. Somente de janeiro a setembro a marca japonesa vendeu 31,3 mil unidades do modelo. Mas o perfil do segmento mudou. O trio C (Corolla, Civic e Cruze) se desmanchou e agora abriu, por exemplo, o segundo lugar do ranking no acumulado de 2023 para o Nissan Sentra, com 2.946. O Chevrolet Cruze, cujo fim de linha deve acontecer até dezembro, vendeu apenas 876 de janeiro a setembro. Do Honda Civic, ninguém sequer fala, quanto mais compra: híbrido e bem mais caro, na faixa dos R$ 250 mil, tem vendido meia dúzia por mês.
Por isso, a Nissan acertou ao trazer em março o renovado Sentra, agora importado do México. A Advance, de entrada, custa R$ 149,9 mil. Ela, testada pela coluna Entre-eixos, vende 53% do mix – sendo os 47% restantes para a Exclusive e para a Exclusive com interior premium, de couro marrom. Mesmo sendo de entrada, ela é bem equipada. Ela tem motor 2.0 com câmbio CVT e atende bem que dá valor ao conforto, espaço, dirigibilidade… Talvez o conjunto pedisse um motor com menos cilindrada e turbinado, melhorando consumo e ajudando o meio ambiente.
Em acelerações e retomadas o condutor nota o esforço daquele que é a terceira geração da família MR20DD – e que, segundo os engenheiros da marca japonesa, ficou mais potente, mais eficiente e tem melhor nível de consumo de combustível. Mas o cuidado com a acústica ajuda a ‘esconder’ o barulho do motor.
Em termos de consumo, salientando sempre para medi-lo o comportamento do motorista, o Sentra faz uns 11 km/l na cidade e 13,9 km/l na estrada, se abastecido com gasolina. Movido exclusivamente a gasolina, ele desenvolve 151 cavalos de potência e 20 kgfm de torque.
O câmbio CVT de oitava geração, simula oito marchas – com quadro modos de condução: normal (equilíbrio entre aceleração e dirigibilidade em qualquer condição); sport (marcha mais baixa com rotações mais altas); manual (para controle de velocidade e aceleração por seleção de marcha por meio de paddle shifts atrás do volante); e eco (ajusta a entrega de energia e a resposta do acelerador para o consumo ser reduzido entre 5% e 10%).
Um detalhe inconveniente, digamos assim, é o freio de estacionamento acionado pelo pé esquerdo.
Alguns equipamentos de segurança e conforto não estão presentes até modelos mais topo-de-linha. Tipo: alerta de tráfego cruzado traseiro, alerta inteligente de atenção do motorista, seis airbags, partida remota do motor e sistema de som Bose com 8 alto-falantes.
Sem falar das praticidades: porta-trecos a granel (seis espaços na frente, cinco atrás e oito porta-copos), três entradas USB (duas na frente, sendo uma é do tipo “C”, de carga mais rápida, e uma atrás). Todas foram colocadas em posições estratégicas e fáceis de acessar.
O ar-condicionado é automático de duas zonas, os faróis em LEDs (inclusive os de neblina) com luzes diurnas e acendimento automático.
Como ganhou 5 cm a mais que a geração anterior (e ficou mais largo que os concorrentes), o interior é bem espaçoso, relativamente bem acabado até na versão Advance (na topo de linha é excelente), e bem aconchegante, digamos assim. O porta-malas do Sentra comporta 466 litros.
Como tem espaço de sobra, mesmo para motoristas com altura acima dos 1,80m, a posição de dirigir é boa, deixando as pernas esticadas e reduzindo as chances de batida de cabeça no teto. Vale lembrar que o ajuste do banco do motorista é elétrico (o volante também pode ser ajustado em altura e profundidade).
O painel colorido é de 7 polegadas, facilitando a visualização das informações do computador de bordo, Este, por sinal, mostra consumo médio, tempo de viagem, velocidade média, autonomia, temperatura externa, aviso de abertura das portas, quilometragem total e parcial e mensagens de alerta. A central multimídia, por sua vez, é de 8 polegadas. No entanto, o espelhamento é feito apenas via cabo USB.
Design
Visualmente, o Sentra ficou bem bonito com seus faróis de LED e rodas de liga leve aro 17 diamantadas, por exemplo. Aliás, o desenho da carroceria não contribui apenas para a beleza: ele também ajuda a reduzir o arrasto e, assim, melhorar o consumo de combustível em cerca de 10%, segundo a Nissan. Isso a partir de uma grade menor, área de cobertura dos pneus do para-choque dianteiro otimizada, colunas “A” de pequenas dimensões e linhas arredondadas do capô.
Zero Gravity
E, pela primeira vez disponível nos carros da marca no Brasil, além dos bancos dianteiros, os bancos traseiros também trazem o conforto da tecnologia Zero Gravity da Nissan, inspirada em avançados estudos de ergonomia da Nasa. Ela alivia a tensão nas costas e proporciona viagens mais longas sem cansaço.