Pulse Abarth tem o veneno que a marca do escorpião promete?
Versão preparada pela divisão esportiva da Fiat é segura, faz de 0km/h a 100km/h em 7,6 segundos e ainda dá gosto dirigi-la
atualizado
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Você só descobre que o SUV compacto Pulse Abarth é um modelo da Fiat se for um aficionado por carros – ou talvez um sujeito bem antenado aos constantes lançamentos de versões customizadas por parte das montadoras. Todos os logos são Abarth: na chave, na tampa traseira, no volante, na faixa lateral…
E a ideia era mesmo. Só não precisava o amigo goiano que se aproximou da unidade testada pela Entre-eixos em um posto de gasolina perto de Anápolis tascar, sem cerimônia: “Que marca é essa? Não é muito esportivo para o senhor, não?”. Rindo, claro, fui explicar.
Essa versão foi preparada exatamente para trazer de volta ao Brasil a marca italiana do escorpião, a Abarth, agora também pertencente ao grupo Stellantis e com fama, cara e comportamento esportivo – e não apenas com “aparência esportiva”.
E, na medida do possível, a versão faz jus ao que dela se espera. Velocidade, por exemplo: ela é a única versão do Fiat Pulse que sai com motor capaz de, se abastecido com etanol, fazer de 0km/h a 100km/h em 7,6 segundos e passar dos 200km/h sem muito sofrimento.
E o que foi feito para ‘turbinar’ esse conjunto de 1.3 turbo T270, que gera até 185cv de potência com etanol e torque de 27,5 mkgf? Calibrações e ajustes a grandel feitos pela divisão esportiva da Fiat brasileira.
O motor todo de alumínio, leva nessa versão uma corrente de distribuição que dispensa manutenção – e não a tradicional correia. Assim, funciona suavemente tanto em baixa quanto alta rotação. A menos que você acione no volante o vistoso dispositivo vermelho chamado Veneno (o símbolo da marca Abarth é um escorpião).
O carro se transforma: as RPMs sobem, o som do motor aumenta e até as reduções das marchas ficam bem mais perceptíveis, deixando o modelo ‘pronto’ para retomadas e acelerações. Enfim: a condução fica muito mais prazerosa, divertida, estimulante. Vale lembrar: o câmbio é um automático CVT com sete marchas.
No modo Veneno, segundo a Fiat, outro sistema é acionado: o de vetorização de torque para controle de estabilidade, que aplica levemente o freio nas curvas para que o contorno aconteça de forma mais linear, dando mais segurança para o motorista acelerar mais.
As suspensões dianteira e traseira têm molas e amortecedores mais firmes. A dianteira ganhou geometria diferente e barra estabilizadora de diâmetro maior.
Também foram adotadas mudanças nos eixos: o da traseira ganhou 15% a mais de rigidez à torção, reduzindo a rolagem da carroceria em 10%, embora a altura (18,8cm) do solo tenha sido mantida (mas com rebaixamento da suspensão em 10 mm).
Os freios, claro, também foram redimensionados, garantindo sossego e segurança. Sem falar que o câmbio já estimula o uso do freio-motor. Bem, esses detalhes técnicos nem se explicam; se sentem.
Consumo
Vale reforçar que o consumo de um veículo está vinculado a vários fatores – como a empolgação do motorista e até as condições climáticas. Ainda mais num modelo bem mais arrojado do que os irmãos caçulas. Segundo dados do Inmetro, o Pulse Abarth gasta em torno dos 10 km/l com gasolina e 6,8 km/l com etanol na cidade e 12,3 km/l com gasolina e 8,8 km/l com etanol na estrada.
Vida a bordo
O interior do Pulse tem uma forração preta, com um friso vermelho percorrendo o painel de ponta a ponta (o vermelho também está presente na costura aparente dos bancos de couro, que não são couro).
No mais, é semelhante ao das demais versões, como o quadro de instrumentos digital de 7’’ e um sistema multimídia com tela de 10’’ e até carregador de celular é por indução. Não espere mudanças na estrutura: o entre-eixos, por exemplo, é 2,53m.
Paralelamente, garante a mesma e boa posição de dirigir, já que o modelo oferta regulagem de altura do banco e coluna de direção regulável em altura e distância.
Segurança
Outro fator relevante, e que deveria pesar muito para o comprador – independentemente da ‘idade dele’ para um esportivo -, é o pacote de segurança, principalmente o de direção semiautônoma.
Tem farol alto automático, frenagem automática de emergência e alerta de saída de faixa. São quatro airbags: os dois frontais obrigatórios por lei e dois laterais, também dianteiros.
O pacote de conveniência também é na medida do tom do preço: partida sem chave, câmera de ré, freio de estacionamento eletrônico etc.
Preço? R$ 150 mil. Se quiser, você pode incluir ainda alguns acessórios Mopar (emblema Abarth, claro), como adesivo de capô, protetor de soleira em vinil, tapetes bordados e por aí vai.
E mais
√ Carro-madrinha – O Pulse Abarth segue como carro-madrinha em todas as corridas dos monopostos equipados com o motor Abarth 1.4 T-Jet de 176cv da Fórmula 4 voltarem às pistas brasileiras. Em 2023 são seis etapas
√ História da marca – Surgiu com o italiano Carlo Abarth. E a lenda da lenda diz que quando ele tinha 11 anos cobriu as rodas de madeira do seu patinete com um cinto de couro para ficar mais rápido e vencer os meninos mais velhos. Em março, a marca completou 74 anos
Moda Abarth – A Stellantis aposta tanto na fórmula que não se restringiu aos acessórios: lançou a AbarthWear, com mais de 50 peças como jaquetas, camisetas e bonés