O mercado de carros está ruim, muito ruim
Winston Churchill dizia que o otimista, ao contrário do pessimista, vê oportunidade em cada dificuldade. Vale como lição de vida, mas fatos são fatos: o mercado automobilístico brasileiro nunca esteve tão ruim. A exceção fica por conta desse charmoso SUV acima Situação semelhante, o mercado de automóveis só viveu por volta de 2007, quando o […]
atualizado
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Winston Churchill dizia que o otimista, ao contrário do pessimista, vê oportunidade em cada dificuldade. Vale como lição de vida, mas fatos são fatos: o mercado automobilístico brasileiro nunca esteve tão ruim. A exceção fica por conta desse charmoso SUV acima
Situação semelhante, o mercado de automóveis só viveu por volta de 2007, quando o papa ainda era Bento XVI, um Boeing da TAM caía em Congonhas, Renan Calheiros renunciava à presidência do Senado e a garotinha Madeleine McCann desaparecia em Portugal.Lembram desses fatos? Pois é: Madeleine não foi encontrada, Renan voltou a liderar o Congresso e a indústria automobilística obteve no primeiro semestre um desempenho sofrível, com queda de 19,7% nas vendas de veículos leves (automóveis e utilitários menores). No total, 1,27 milhão de unidades foram vendidas.
O sucesso do Renegade
Quando assumiu definitivamente a Chrysler e criou a FCA, a Fiat levou à bolsa de Nova York três bandeiras: a da Itália, a dos Estados Unidos e a do Brasil. Ora, as duas primeiras são compreensíveis, pois representam a nacionalidade das duas marcas. Mas, e a nossa? A FCA admitia que aqui estaria um dos grandes mercados da nova empresa. E, contrariando o pessimismo geral da mídia, principalmente, ela tinha razão: o primeiro produto nacional do conglomerado, o Renagade, fabricado no Recife, levou a Jeep a dar um pulo gigantesco no ranking das marcas: saiu do 24º lugar no ano para o 11º (levando-se em conta o mês de julho). O desempenho de vendas foi, então, quase 700% melhor.
No geral, oscilaram pouco (para cima ou para baixo) marcas como Toyota, Ford e Hyundai – que elevou, por sinal, os preços de seus carros topo de linha. Quem apenas importa, como a coreana Kia, sofreu bastante – e a situação se agrava com a elevação da cotação do dólar perante a moeda brasileira. As francês Peugeot e Citroën perderam espaço do ano passado para cá.
O desempenho dos SUVs
Nunca se viu tanto esportivos utilitários, principalmente médios e compactos, pelas ruas. Também, pudera: além do popular e pioneiro EcoEsport, chegaram o Renegade, da Jeep; o HR-V, da Honda; e o 2008, da Peugeot. Junte à turma o Renault Duster, o GM Tracker, o Chery Tiggo…Se incluir aí alguns mais tops e crossovers, o segmento é dono de 16% do mercado. Foram 160 mil deles emplacados em todo o país. A participação cresceu 22,5% (comparando os sete primeiros meses de 2015 com o mesmo período do ano passado).
No DF, o Palio é campeão
Em junho, o último mês com dados fechados pelo Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos (Sincodiv-DF), foram emplacados no Distrito Federal 7.262 carros; uma retração de 0,08%. O relatório aponta queda de 4,54%, quando comparados os dados de junho deste ano com o mesmo mês em 2014. Entre janeiro e junho de 2014 foram vendidos 55.326 veículos. Em 2015, foram 45.509 automóveis comercializados (queda de 17,74%). Mesmo com a alta renda da população do Distrito Federal, os carros mais vendidos por aqui refletem a realidade nacional. Segundo o ranking de julho do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos (Sincodiv-DF), o Fiat Palio é o primeiro, com 523 unidades vendidas. Em seguida, vem o Chevrolet Onix, com 328. O Gol, por muitos anos imbatível, foi apenas o sétimo. Confira.
Sobre duas rodas
Como as motocicletas hoje são, mais do que nunca, instrumento de trabalho e transporte individual barato, também não tem erro: as mais vendidas são as mais populares. Os modelos da Honda, por exemplo, ocupam 8 posições do ranking (julho) do Sincodiv. A campeã é a CG 150, com 413 unidades vendidas em julho, seguida da NXR 160 Bros, com 147. Motos mais esportivas e caras, como a CB 500 (o modelo F com ABS chega aos R$ 25 mil), ficam no fim da fila das vendas.
No Brasil, o mercado de duas rodas também enfrenta momentos difíceis. Ano a ano acumula quedas. No ano passado, 1.429.902 unidades foram emplacadas, recuo de 5,66% se comparado a 2013. E para este ano a previsão não é das melhores. A Fenabrave estima que o segmento moto deverá emplacar em torno de 1.427.000 unidades. As vendas de scooters e das motos acima de 450 cc, consideradas premium, devem crescer, porém.